quarta-feira, dezembro 24, 2025

Safra 2023/2024 vai demandar maior eficiência em gestão de transporte

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As empresas de transporte de soja poderão ter oportunidade de crescimento com a estimativa de produção da safra 2023/2024, estimada em 162,4 milhões de toneladas. Esta produção faz parte do 2º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Nesse contexto, todo o setor de transporte deve se preparar para atender a maior demanda, seja os transportadores, fabricantes de caminhões, de implementos rodoviários, além das empresas que atendem essas indústrias. Segundo a Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), os semirreboques graneleiros são os mais vendidos desta indústria, atrás, apenas, dos basculantes, também utilizados no agronegócio.

Isso vale para as vendas de caminhões. Quase 40% das vendas dos modelos cavalos mecânicos são para o agronegócio. O modelo mais vendido do Brasil, o Volvo FH 540 6×4, é para formar composição com bitrem 9 eixos e rodotrem.

A Buonny, empresa de gerenciamento de riscos, destaca quatro ações essenciais para assegurar o transporte da safra de soja com sucesso.

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  1. Rastreamento da carga

Primeiramente, o óbvio, que muitas empresas já fazem: o rastreamento da carga. No entanto, é uma tecnologia que evolui constantemente. No mercado há dezenas de fornecedores de rastreamento. Na dúvida, muitos transportadores, dependendo do tipo de carga, utilizam a redundância de dois e até três fornecedores. Com isso, a organização de roubo de carga pode conseguir anular o sinal de um rastreador, mas de três não consegue.

Devido a maior eficiência das quadrilhas de roubo de cargas em relação ao combate a este tipo de crime, o rastreamento virou uma necessidade para a segurança da operação no Brasil. Permite que produtores e transportadoras monitorem a localização da carga em tempo real, desde que não exista “sombra” na comunicação entre o caminhão e a torre de controle. É importante que a tecnologia utilizada não dependa apenas dos sinais das antenas de celulares, com poucas torres nas estradas, e de satélites. O ideal é que utilize os dois meios de transmissão de dados simultaneamente.

Eliel Fernandes, CEO da Buonny, enfatiza que “o uso de tecnologias de rastreamento possibilita identificar desvios de rota ou paradas não autorizadas, além de auxiliar na recuperação da carga em casos de roubo.”

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  1. Acompanhamento de motoristas em tempo real

O acompanhamento e monitoramento de motoristas em tempo real são fundamentais para aumentar a segurança no transporte da safra de soja. A tecnologia de vídeo e sensores de fadiga permitem verificar se os motoristas estão operando de maneira segura e conforme as diretrizes da transportadora. Sistemas de monitoramento, como câmeras de vigilância, facilitam identificar atividades suspeitas.

No entanto, é muito importante, antes de utilizar essas tecnologias, que os gestores tenham uma boa formação em Gestão em Segurança no Transporte, como no curso para gestores oferecido pela Fabet-SP. Pois, o uso da tecnologia apenas, sem humanização do seu uso, os resultados não serão ótimos. Vários transportadores já relataram isso. A tecnologia ajuda, parcialmente, pois os problemas de fadiga começam dias antes do motorista apresentar os sintomas. Quando a câmera registra um motorista sonolento, a tecnologia está comunicando as consequências de um problema que precisa ser tratado na origem. No curso de Gestão em Segurança do Transporte, da Fabet-SP, o gestor aprende sobre isso e muito mais.

No entanto, a tecnologia é um importante auxiliar. O executivo Eliel Fernandes explica que “esse monitoramento é essencial para garantir a segurança do transporte e prevenir comportamentos inadequados.” Dessa forma, o gestor, com os dados sobre comportamentos inadequados, precisa saber o que fazer com esses dados, que envolve diversas áreas na transportadora, como a alta direção, recursos humanos, SSMA, entre outras.

  1. Invista no treinamento de motoristas

A contratação de motoristas experientes e especializados no transporte de cargas agrícolas, com conhecimento específico sobre o manuseio da soja a granel, é uma medida que aumenta significativamente a segurança da carga? Mais ou menos. Pois, os motoristas experientes estão aposentando, e precisamos formar novos. Para isso, as empresas precisam ter consciência na importância do investimento em treinamento.

Há grandes empresas acertando com esta virada de raciocínio. Entre elas, a Andrade Transportes, maior prestadora de serviços para Raízen Agro. Ela tem tido bons resultados com a contratação de motoristas com habilitação na categoria E e com pouca experiência. O investimento em treinamento intensivo e de alto nível na Fabet-SP, e depois com treinamento adicional na operação, tem conseguido melhores resultados. A Ipiranga, uma das maiores empresas do setor de combustível, começou a praticar a mesma estratégica em parceria com a Fabet-SP. Citamos dois exemplos, mas há mais.

Outro grande exemplo é a Bracell:

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  1. Planejamento de rotas

Para muitas transportadoras, a cerca eletrônica e o planejamento de rotas tem sido experiências em constante desenvolvido. Durante o curso de Gestão em Segurança de Transporte na Fabet-SP, os gestores trocam experiências entre eles, pois uma tecnologia que funciona para um, não funciona para outro. Essa troca de experiência ajuda a cada um a fazer os ajustes conforme o tipo de operação e rotas.

Evitar áreas de alto risco, é fundamental para garantir a segurança da carga e dos motoristas. Porém, nem sempre isso é possível. A Região Metropolitana de São Paulo é uma área de alto risco. Tem como evitar os clientes que precisam de transporte em São Paulo?

A baixada do Rio de Janeiro é uma área de alto risco e muitos transportadores pararam de transportar carga para lá. A Braspress, por exemplo, desenvolveu estratégias próprias, utilizando, obviamente, muita tecnologia, mas inteligência de gestão em segurança própria para atender o mercado do Rio de Janeiro.

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A ascensão da Localiza Empresas Pesados em pouco tempo

A Localiza Empresas Pesados, fruto da fusão com a Locamérica, conquistou destaque em pouco mais de um ano no mercado de locação de veículos pesados. Atualmente, a empresa conta com mais de 5 mil veículos comerciais alugados e atende cerca de 200 clientes.

O segmento estratégico para a Localiza&Co representa 0,9%, segundo dados da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). Este percentual considera todas as locadoras e em comparação com a frota total de caminhões no Brasil. Segundo dados da Fenabrave/Senatram, a frota de veículos de carga, considerando todas as categorias, é de 3,8 milhões de unidades.

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O diretor Executivo na Localiza, Marco Túlio de Carvalho Oliveira, destaca o desafio da cultura da posse e enfatiza a oferta de soluções tecnológicas, parcerias estratégicas e um time especializado. A pesquisa evidencia que mais de 40% dos empresários preferem terceirizar a gestão da frota, impulsionando o crescimento da Localiza Empresas Pesados.

Com 99% dos caminhões que atende as duas últimas fases do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P7 e P8), equivalentes ao Euro 5 e 6, a empresa conta com uma frota de caminhões com idade média relativamente baixa.

A oferta da empresa abrange desde gestão de frota de veículos leves até soluções de aluguel corporativo, caminhões para diversas operações, além de outros equipamentos para o transporte de carga e logística.

A centralidade no cliente é um diferencial competitivo para a Pesados Localiza. Ademais, uma pesquisa da SAE Brasil revelou que mais de 40% dos empresários preferem não se preocupar com os processos burocráticos da gestão de frota. Mais de 30% acreditam que terceirizar essa gestão proporciona um maior fluxo de caixa e capital para investir no negócio.

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Higienização da cabine do caminhão tem muito a ver com segurança veicular

No final de 2023, por fim, a Sociedade Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema) divulgou uma publicação que indica uma perspectiva positiva para o mercado de máquinas de construção em 2024. Dessa forma, sinaliza um possível fortalecimento após uma estimativa de queda de 13% nas vendas em 2023 em relação ao ano anterior.

Entenda o Programa Mover, que vai muito mais além da eletromobilidade

O Brasil inicia 2024 com uma boa perspectiva para o setor automotivo, que deve crescer 6,2% neste ano, conforme a Anfavea, entidade que representa as montadoras. O otimismo se deve ao lançamento do Mover (Mobilidade Verde e Inovação), o novo programa do Governo Federal que substitui o Rota 2030 e traz uma série de incentivos e exigências para o desenvolvimento da indústria automobilística nacional.

O Mover visa ampliar a sustentabilidade da frota automotiva brasileira, estimulando a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística, como veículos elétricos, híbridos, autônomos e conectados. Além disso, o programa promove o uso de biocombustíveis e energias alternativas, como o etanol, o biodiesel e o hidrogênio. O programa é para as indústrias de caminhões e ônibus também.

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Para isso, o Mover prevê um conjunto de regras que vão desde a expansão de investimentos em eficiência energética, até a criação do chamado “IPI Verde”, que cobra menos imposto de quem polui menos. O programa também estabelece limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos, incentivando a economia circular e a redução de resíduos.

“Nessa etapa, o programa quer incentivar a descarbonização dos veículos brasileiros. Será com estímulo à produção de novas tecnologias, a promoção do uso de biocombustíveis e energias alternativas,” explica Denys Cabral, Head de Inovação Automotiva da Becomex, empresa brasileira de tecnologia e negócios que trabalha há 16 anos no mercado e atende diversas montadoras.

Segundo Cabral, o Mover beneficiará o setor automotivo de várias formas, como a redução de tributos, o aumento das vendas, a geração de empregos e a atualização das empresas que possuem plantas no país a utilizar inovação para produzir carros mais sustentáveis.

“O novo regime estabelece para todas as empresas envolvidas na cadeia automotiva a meta de reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030. Isso, com requisitos mínimos para os veículos saírem das fábricas mais econômicos, mais seguros e menos poluentes”, afirma Cabral.

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Veículos elétricos: Roberto Drummond já avisava sobre as pedras no caminho

O Mover também oferece incentivos à indústria automobilística de até R$ 19 bilhões nos seus cinco anos de duração. Os investimentos serão convertidos em créditos financeiros. Em contrapartida, as empresas se comprometem a investir em pesquisa e desenvolvimento, com foco em soluções de mobilidade e logística.

Além disso, o programa estimula a realocação de plantas industriais de outros países no Brasil. Dessa forma, concedendo crédito financeiro equivalente ao imposto de importação incidente na transferência das células de produção e equipamentos. As empresas que vierem para cá também terão abatimentos em impostos relativos à exportação de produtos e sistemas elaborados no país.

Cabral destaca que o Mover é uma oportunidade para o Brasil se tornar um polo de inovação automotiva. Sobretudo, atraindo investimentos, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país.

“O Mover é um programa que vai colocar o Brasil na vanguarda da mobilidade verde e inovação. Tudo a fim de alinhar com as tendências globais e com os compromissos do Acordo de Paris. É uma iniciativa que beneficiará não só o setor automotivo, mas toda a sociedade brasileira”, conclui Cabral.

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Veículos elétricos: Carlos Drummond já avisava sobre as pedras no caminho

Os versos do poema “No Meio do Caminho” do escritor mineiro Carlos de Andrade, publicados em 1928 na Revista de Antropofagia, já abordava os obstáculos (pedras) que as pessoas encontram na vida. O trecho:

“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.”

Este trecho é o mais conhecido. E mais atual do que em 1928! Ele cabe como uma luva no caminho da eletrificação da frota de veículos automotores como opção para transição energética, no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Parece que só a China vive nas nuvens. Não tenho certeza. Sei sobre a superioridade dos carros que produzem, mas quando eu estive lá para fazer reportagens, a produção de energia deles não era de forma sustentável. Tenho muitas fotos para prova:

pedras no caminhão
Não é neblina, é poluição das termoelétricas de carvão. A “guia do país” me perguntou se eu ia divulgar as fotos sobre poluição (tenho piores). Lógico que respondi que não. Mas divulguei, pois a alma de jornalista falou mais alto. Isso foi em 2014, pode ser que muita coisa tenha melhorado.
pedras no caminho
Uma, entre várias empresas que visitei para produzir reportagens. Após tudo que vivenciei pessoalmente, era diferente do que eu tinha lido até então no Ocidente. A vivência presencial mudou a minha forma de ver o Oriente. Hoje, sou muito mais cuidadoso para escrever reportagens que envolvem empresas e pessoas do Oriente. Faço com mais respeito e investigação.

Temos muitas notícias positivas sobre os lançamentos de carros elétricos potentes, bonitos, evolutivos, caros etc. No entanto, a indústria automotiva e governantes estão descobrindo que ainda há muitas pedras no caminho. E elas precisam ser retiradas antes de transferir a conta para o cliente, mas já está sendo transferida. A retirada dessas pedras custará caro, muito caro para os proprietários de carros elétricos rodarem por uma estrada sem pedras no caminho.

A decisão da Hertz

A conta é tão cara, que uma das maiores locadoras do mundo, a Hertz colocou à venda os 20 mil carros elétricos da frota dela para comprar carros com motor a combustão. A empresa alega, entre os vários motivos, os altos custos de aquisição e manutenção relacionado a colisões. A recuperação de um carro elétrico após uma colisão é muito cara, pois na maioria delas, a bateria é atingida, o que gera a perda total do veículo.

É uma verdade que a indústria não contou para os clientes. O custo de manutenção do elétrico é mais baixo em condições perfeitas, sem colisão e sem mal-uso. No entanto, com colisão e mal-uso, a conta é outra no caso do carro 100% a bateria. A realidade de colisões e mal-uso é fato na nossa frota. Isso é estatística, não é achismo. É só pesquisar sobre estatísticas de acidentes de trânsito.

E preste atenção: ainda não sabemos como será um engavetamento envolvendo 50 veículos elétricos com baterias de 600 Volts. No entanto, esses engavetamento são muito comuns nos países que sofrem com neve no inverno.

Este experimento ainda não foi feito no mundo. Vamos ter que esperar a frota de elétricos crescer, a neve cair, e o fato ocorrer. Vai ocorrer, pois ocorrer todos os anos, tão certo como as enchentes. O socorrista de um carro elétrico precisa de treinamento especial para saber cortar um carro com baterias de alta voltagem. Agora, quantos socorristas já foram treinados para atender um engarrafamento de 50 carros? Ninguém tem essa resposta. E se esse engarrafamento for no Anel Rodoviário de Belo Horizonte? Uma tragédia anunciada.

Califórnia adia proibição de veículos a combustão

Tanto nos Estados Unidos como na Europa, os carros elétricos desvalorizam mais do que o dobro de um modelo convencional. Sobretudo, a conta é tão alta, que o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, recentemente, adiou o fim dos veículos a combustão. A Inglaterra fez o mesmo. Ademais, é uma tendência mundial. Não é um decreto para mais um fracasso dos veículos elétricos, tão antigos, quanto os de combustão. É a conscientização de que precisamos tirar muitas pedras do caminho antes de acreditar que teremos dinheiro na conta bancária para ter carro elétrico. Poucos têm essa condição financeira.

Vale deixar claro que o Frota News apoia a transição energética. Portanto, apoiar é também mostrar as pedras que precisam ser tiradas do caminho. Inclusive, divulgamos os outros caminhos para transição energética, com menos pedras.

E há muitas pedras para tirar. Conheceremos algumas:

A bateria de lítio. Quem conhece sobre este mineral, sabe o custo financeiro e, sobretudo, ambiental para a extração de apenas 1 kg. Recomendo ler o livro “Manual do Lítio e Cálcio na Natureza”. Uma coisa é destruir parte do planeta a fim de extrair lítio para fabricar remédios e bateria de celular. Quanto pesa uma bateria de celular? 60 gramas em média. Outra é extrair para baterias de veículos. Dessa forma, o pack de baterias do Tesla tem o peso de  1.745 kg. As baterias de um caminhão ou ônibus podem chegar a mais de 3.000 kg. Portanto, isso não é mais pedra, é rocha. Existe solução para chegar em breve.

Por causa disso, diversas indústrias estão investindo em alternativas. A fim de ter maior esperança está na bateria de sódio. A BYD já testa carros com este tipo de bateria na China. Neste início de 2024, ademais, a Stellantis Ventures, fundo corporativo da companhia, anunciou nesta sexta-feira, 12, a decisão de participar como investidor estratégico na Tiamat, empresa francesa que está desenvolvendo e comercializando tecnologia de baterias de íons de sódio, que oferece menor custo por quilowatt-hora e não contém lítio e cobalto.

Se este projeto de bateria de sódio der certo e proporcionar redução de preço dos veículos elétricos, pois não basta apenas ser eficiente, tem que ser eficiente e financeiramente acessível, teremos uma pedra a menos no caminho da eletrificação de frotas.

Outra pedra: nacionalização de tecnologia e componentes. Para esta pedra, temos duas boas notícias. O Programa Mover, lançado recentemente, e, sobretudo, empresas como a BorgWarner, que investe em nacionalização de sistemas eletrônicos e baterias.

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Mas temos outras pedras no caminho que não sabemos quando serão retiradas. Em São Paulo, a maior pedra é a Enel que não oferece infraestrutura de distribuição de energia elétrica suficientemente para garantir energia para residências e comércio. Portanto, qual garantia a Enel daria para abastecer uma frota de 7 milhões de veículos elétricos, caso a frota de veículos a combustão atual fosse substituída por elétricos? Da mesma forma, a pergunta pode ser feita para a Cemig, em Minas Gerais, e para outras concessionárias de outros estados do Brasil e do mundo.

Lógico que o consumidor pode produzir a própria energia elétrica. Para isso, esse consumidor precisa ser rico. Ele terá que ter recursos para investir, pois as fontes alternativas de energia elétrica geram retornos a longo prazo e exigem altos investimentos na construção de sua base.

Por fim, para concluir, só mais três pedras para serem tiradas do caminho da eletrificação da frota de veículos: o preço dos carregadores, o preço do conserto do carro após uma colisão e o preço da substituição das baterias após a perda de eficiência. O veículo elétrico tem futuro após a retirada dessas pedras, pois no momento, só para quem pode rasgar dinheiro.

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O que é gás natural renovável?

O artigo sobre gás natural renovável (GNV) foi publicado no site no qual a Cummins publica notícias, artigos e fotos para jornalistas nos Estados Unidos. O Frota News fez a tradução e publica na íntegra, pois o autor consegue explicar de forma bastante didática sobre o GNR e suas vantagens em relação ao GNV (Gás Natural Veicular) que conhecemos. Vale a leitura!

Por Puneet Singh Jhawar é gerente geral do negócio global de gás natural da Cummins Inc.*

O gás natural renovável (GNR) difere dos combustíveis fósseis porque é produzido a partir de vários tipos de resíduos, como óleo de cozinha usado, resíduos animais, lamas de águas residuais, estrume e outros resíduos. À medida que estes materiais biodegradáveis ​​se decompõem, é liberado metano. Este metano é capturado e convertido em GNR.

Como o metano é o principal componente do gás natural, o GNR é intercambiável com o gás natural derivado de combustíveis fósseis. Em outras palavras, o GNR pode ser utilizado em motores a gás natural sem quaisquer modificações. Ao ouvir o termo GNR, imagine-o como uma fonte de energia renovável e limpa que contribui para a descarbonização do mundo, e não como um combustível fóssil. É por isso que a Cummins está entusiasmada com o GNR e suas aplicações potenciais no setor de transporte rodoviário.

O gás natural renovável é negativo em carbono?

Um índice de carbono negativo, também conhecido como índice de carbono, é uma medida usada para avaliar o impacto ambiental de vários combustíveis. Se um combustível contribui para reduzir a quantidade de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, é considerado negativo em carbono.

A intensidade de carbono do GNR depende do tipo de matéria-prima utilizada para produzi-lo. Por exemplo, quando o GNR é derivado de fontes como estrume, resíduos de galinhas ou resíduos de lacticínios, a intensidade de carbono é extremamente baixa e, portanto, o índice negativo pode ser substancialmente mais elevado. Quando o GNR é produzido a partir de resíduos alimentares ou aterros, ainda é negativo, mas tem uma intensidade de carbono ligeiramente superior à dos resíduos animais.

O GNR não é apenas uma alternativa amiga do ambiente em comparação ao gás natural convencional e outros combustíveis fósseis, mas é também uma solução proativa para reduzir as emissões de CO₂ e combater as alterações climáticas. A adoção mais ampla de GNR em motores a gás natural poderia levar a uma redução significativa nas emissões de CO₂.

Esta é uma das principais razões pelas quais 98% de todos os veículos a gás natural na Califórnia e aproximadamente 64% dos veículos a gás natural nos Estados Unidos funcionam com GNR. Além disso, as matérias-primas utilizadas para produzir GNR, se deixadas a decompor-se naturalmente, produzem emissões de gás metano, um gás com efeito de estufa que é 25 vezes mais potente que o CO₂. Capturamos e utilizamos esses resíduos para produzir GNR, evitando assim potenciais emissões de gases com efeito de estufa.

Considerações sobre o motor GNR

Os motores a gás natural Cummins podem funcionar com GNR sem modificações, oferecendo desempenho semelhante aos motores a diesel. Além disso, com operações mais silenciosas e benefícios ambientais. Em 2024, a Cummins lançará o mais recente motor a gás natural, o X15N. O X15N é um motor compatível com EPA e CARB com potência de até 500 HP e torque de até 2.508 Nm. É um motor ideal para serviços pesados ​​para muitas aplicações de longo curso.

 

*Puneet Singh Jhawar é gerente geral do negócio global de gás natural da Cummins Inc. Nessa função, ele é responsável pela visão do produto, gestão financeira e desempenho geral do negócio de gás natural. Ao longo de sua carreira de 14 anos na Cummins, Jhawar cultivou relacionamentos de sucesso com vários dos maiores clientes da Cummins. Jhawar tem uma vasta experiência global, com funções baseadas no Médio Oriente, Índia, Europa e EUA.

Aumento do biodiesel no diesel fóssil no Brasil preocupa entidades e parlamentares

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Ao apagar das luzes de 2023, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) anunciou planos para antecipar o cronograma de adição de biodiesel ao óleo diesel no Brasil. A medida, que planeja aprovar a mistura de 14% em março de 2024, e suspender a importação de biodiesel, tem gerado debates acalorados entre diversas entidades e o Congresso Nacional. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), além de entidades que representam os caminhoneiros, expressaram suas preocupações com as consequências dessa decisão.

Posicionamentos e preocupações

O deputado federal por Santa Catarina, Zé Trova, tem utilizado suas redes sociais para compartilhar detalhes sobre as discussões em curso no Congresso Nacional. Ele destaca que os defensores do aumento mistura usam como defesa que há diversas empresas já testando o uso do B100 (uso de 100% de biodiesel). Porém, um assunto não tem a ver com o outro. O que gera problema nos motores é a mistura do biodiesel com o diesel fóssil. O uso de 100% de biodiesel não gera o problema.

As entidades e o parlamentar apresentam estudos técnicos evidenciando os impactos nos motores causados pela mistura superior a 10%, ressaltando a importância de considerar tais questões antes de implementar mudanças.

Vale ressaltar que o biodiesel produzido no Brasil ainda é o de primeira geração, enquanto em outros países já produzem o biodiesel de segunda geração, como HVO (Hydrotreated Vegetable Oil).

A Resolução n.º 962/23 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), implementada recentemente, autorizou a importação de até 20% do volume de biodiesel necessário. Portanto, seguindo todas as etapas regulatórias. O IBP destaca que a importação é essencial para promover a competição no setor e incentivar a evolução contínua do segmento energético brasileiro.

Desafios na implementação

O IBP enfatiza a importância da previsibilidade e clareza das regras, afirmando que mudanças unilaterais geram instabilidade regulatória e insegurança no mercado. Alerta para a necessidade de antecedência na tomada de decisões que envolvem alterações nos teores obrigatórios de mistura. Isso, a fim de evitar corridas por produtos e logística, que poderiam resultar em elevação de preços e riscos ao abastecimento.

Comunicado da CNT

A CNT compartilha a preocupação com a possível elevação do percentual de biodiesel. Por certo, ela destaca a necessidade de considerar não apenas a capacidade de produção interna. Mas, ademais, os impactos econômicos, ambientais e de segurança em toda a cadeia de transporte e logística do país.

Estudo da UnB e alternativas

Um estudo inédito da Universidade de Brasília (UnB) indicou que o aumento no percentual de biodiesel a partir de 7% pode elevar as emissões de CO₂. Além disso, reduzir a potência dos motores e aumentar o consumo de diesel. Essa pesquisa respalda a posição de diversas entidades que defendem a manutenção do percentual de 7%. Este é o máximo adotado na Europa, como uma medida mais equilibrada, econômica e ambientalmente.

O diesel é crucial para o transporte rodoviário no Brasil, responsável por movimentar a maioria das cargas e passageiros no país. Setores que dependem fortemente desse combustível estão buscando soluções ambientais para descarbonizar suas atividades.

Conclusão e perspectivas futuras

O debate sobre o biodiesel no Brasil está longe de ser encerrado. As divergências entre as entidades, parlamentares e a necessidade de equilíbrio entre interesses econômicos, ambientais e de segurança energética são desafios complexos. A busca por soluções sustentáveis e a previsibilidade regulatória surgem, por fim, como elementos fundamentais para guiar o setor energético brasileiro em direção a um futuro mais resiliente e sustentável.

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Braspress iniciou 2024 com 235 caminhões novos MB e VW para renovar e ampliar frota

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A Braspress, uma das maiores empresas de transporte de cargas do país, iniciou 2024 com a notícia de um investimento de R$ 116 milhões na compra de 235 veículos e 90 carretas, visando ampliar e renovar sua frota.

Além das carretas, são 90 caminhões Accelo da Mercedes-Benz; 15 caminhões Atego da Mercedes-Benz; 30 caminhões Actros da Mercedes-Benz e 100 caminhões Constellation da Volkswagen. Eles serão distribuídos entre as 117 filiais da empresa, que atende todo o Brasil e o Mercosul.

Conforme o Diretor-Presidente da Braspress, Urubatan Helou, o investimento faz parte da estratégia da empresa de oferecer um serviço de qualidade e eficiência aos seus clientes, sendo mais de 40 mil em todo o território nacional. Ele afirma que a Braspress sempre reinveste seus lucros na própria organização, seguindo uma filosofia que adota desde a fundação da empresa, em 1º de julho de 1977.

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“A inovação e os investimentos são constantes na nossa história e não poderia ser diferente neste início de ano. Além disso, nós não medimos esforços para atender nossos clientes, sempre prezando pela qualidade e responsabilidade”, declarou o Diretor-Presidente.

Com a nova aquisição, a Braspress iniciou 2024 com 3.325 caminhões em sua frota. Eles realizam a distribuição de encomendas em todo o Brasil e no Mercosul, sobretudo, com o apoio de 9.123 colaboradores e cerca de 2.000 agregados.

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Mercado de caminhões 2023: análise com muitos fatos revelados pelos números

O resultado negativo do mercado de caminhões 2023 já era esperado. Em todos os anos que ocorre mudança de fase do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), há antecipação de compra no ano anterior, prejudicando o ano seguinte. Isso sempre ocorreu.

Agora, com os números oficiais de emplacamentos divulgados pela Anfavea (associação dos fabricantes), podemos analisar outros fatos curiosos sobre os números e comportamento do mercado. Entre eles, a DAF Caminhões foi a única que cresceu em vez de cair, se diferenciando de todas as outras concorrentes. Outra notícia, mesmo que esperada, é a confirmação da liderança da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) por mais um ano, mas com um distanciamento do segundo colocado. No entanto, fazemos uma análise de cada segmento.

As segmentações

O mercado de caminhões na sua totalidade teve queda de -14,7%. Agora, analisaremos quais foram as marcas que fecharam o ano com um índice melhor e pior do que a totalidade do mercado, considerando os segmentos de atuação (classificação de cada segmento na imagem abaixo).

mercado de caminhões 2023
Fonte: Carta da Anfavea

Montadoras que atuam, pelo menos, em quatro dos cinco segmentos de mercados de caminhões: Mercedes-Benz, Volkswagen e Iveco. Vale deixar claro que, nos rankings abaixo, são marcas com fábrica no Brasil. No total de emplacamento, estão também modelos importados.

Números da Carta da Anfavea

Marca 2023 2022 Diferença
Mercado na totalidade 108.024 126.643 -14,7%
VWCO 27.018 34.506 -21,7%
Mercedes-Benz 22.830 30.568 -25,3%
Iveco 9.350 10.609 -11,9%

 

Com esse recorte, a Iveco foi a marca, entre essas três, que teve o melhor resultado, ou seja, teve queda abaixo da totalidade. A Volkswagen manteve a liderança pela 20ª vez em seus 42 anos de existência no Brasil. Em 2023, a VWCO também aumentou a diferença para o segundo colocado, a Mercedes-Benz. Se essa diferença era de  3.938 unidades em 2022, aumentou para 4.188 caminhões.

Ainda dois fatos a serem considerados. Desde a separação global das divisões de automóveis e vans (Mercedes-Benz Cars &Vans), e caminhões e ônibus (Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus), a Mercedes-Benz do Brasil (MBB) não participa mais do segmento de caminhões semileves com a linha Sprinter. Até antes dessa mudança, a MBB contaria com mais 2.369 Sprinter, mas esses números são computados para a Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil.

O segundo fato é que a VWCO conta, também, com o modelo VW Express, classificado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como caminhonete, portanto, ele entra em outra estatística, a de veículo comercial leve. Assim, aos números da VWCO somam mais 1.898 unidades, totalizando 28.816 veículos de cargas emplacados em 2023. O mesmo ocorre com a Iveco, que conta com Daily com PBT de 3.500 kg, com 1.737 unidades, totalizando 11.086.

Caminhões pesados

Marca 2023 2022 Diferença
Total de pesados 53.294 65.008 -18,0%
Volvo 15.687 18.747 -16,3%
Scania 11.619 13.204 -12,0%
Mercedes-Benz 10.311 15.405 -33,1%
DAF 7.512 6.500 +15,6%
Volkswagen 5.691 8.578 -33,7%
Iveco 2.452 2.564 -4,4%

 

No segmento de pesados, fica claro que a parte dos transportadores mais avançados e que atendem embarcadores mais exigentes com temas relacionados a segurança veicular e eficiência enérgica, investiram nos caminhões pesados premium.

Essa é a principal razão para os modelos com valores acima de R$ 1 milhão serem os mais vendidos em 2023, como o Volvo FH 540, líder do mercado total com 7.200 unidades vendidas. Segue imagem do ranking da Fenabrave com os 10 pesados mais vendidos abaixo:

mercado de caminhões 2023
Fonte: Fenabrave. Os números totais sempre foram diferentes entre a Fenabrave e Anfavea, por leitura diferentes dos dados que recebem do Denatran

Leia também: análise que já fizemos sobre a DAF Caminhões Brasil publicado em dezembro:

DAF Caminhões surpreende e cresce no mercado brasileiro e europeu

Outro fato é a retomada da Scania. Mesmo com um resultado negativo de -12% em relação a 2022, a Scania subiu do terceiro para o segundo lugar no ranking. Lógico que isso tem também a ver com a perda de mercado da Mercedes-Benz. Mas perdeu para quem?

Além disso, depois da DAF, a Iveco foi a que teve o segundo melhor resultado, principalmente, após o lançamento da linha S-Way.

Semipesados

Marca 2023 2022 Diferença
Total de semipesados 28.776 32.848 -12,4%
Volkswagen 12.472 14.413 -13,5%
Mercedes-Benz 6.461 8.112 -20,4%
Iveco 4.199 4.639 -9,5%
Volvo 3.960 5.346 -25,9%
DAF 832 293 +184,0%
Scania 824 19 +4.236,8%
Agrale 8 1 166,7%

 

No segmento de semipesados há alguns fatos curiosos. Primeiramente, é sobre ampla liderança da Volkswagen. Além da ampla gama de modelos e o BMB, empresa de customização dos caminhões VW, auxiliando a fabricante de Resende (RJ) a atender as mais variadas demandas de modelos vocacionais. Além disso, hoje está claro que a VW herdou grande parte dos ex-clientes da Ford Caminhões pela similaridade da origem dos produtos.

A Iveco, novamente, apesar do resultado negativo de -9,5%, ela cresce para ficar mais próxima da Mercedes-Benz. Entre os modelos premium temos mais dois fatos. O rápido crescimento da DAF, pois ela é recém-chegada neste segmento, e o retorno da Scania. Quando a Scania fez a virada de geração, por estratégia, ela se dedicou ao segmento de pesados, e agora volta investir também no de semipesados.

Outra curiosidade. Os números de emplacamento da Agrale desmentem boatos de que a fabricante brasileira teria deixado o segmento de caminhões.

Médios

Marca 2023 2022 Percentual
Total de médios 8.320 10.423 -20,2%
Volkswagen 5.774 7.654 -24,6%
Mercedes-Benz 1.174 1.501 -21,8%
Iveco 1.160 1.160 +0,1%
Agrale 12 16 -25,0%

 

Se tem um segmento perdido é o de caminhões médios. Eles concorrem com os semipesados, quando tem PBT a partir de 14 toneladas de PBT, e com os leves, abaixo deste peso, sendo modelos derivados de caminhões leves, como os VW Delivery e Mercedes-Benz Accelo. Se tirar esses dois modelos do segmento, sobram poucos, pois só o VW Delivery 11.180, líder do segmento emplacou 4.518 unidades.

Outro fato é o crescimento da Iveco, com a linha Tector, principalmente, do Tector 11-190, com 1.159 unidades licenciadas.

Leves

Marca 2023 2022 Percentual
Total de leves 9.040 10.811 -16,4%
Mercedes-Benz 4.884 5.550 -12,0%
Volkswagen 2.480 3.235 -23,3%
Iveco 968 1.163 -16,8%
Caoa-Hyundai 317 245 +29,4%
Agrale 66 51 +29,4%

 

Neste segmento, que atende, principalmente, a distribuição urbana, tem dois fatos curiosos. O crescimento do caminhão Hyundai HD 80, marca foco com automóveis, e o crescimento da Agrale. Outro fato é a concorrência de importados, principalmente, do elétrico da JAC Motors. A soma de importados é de 313 unidades emplacadas em 2023.

Semileves

Marca 2023 2022 Percentual
Total de semileves 8.594 7.553 +13,8%
Ram 4.850 3.262 +48,7%
Mercedes-Benz Vans 2.369 2.431 -2,6%
Volkswagen 601 626 -4,0%
Iveco 570 1.083 -47,4%
Peugeot 85 29 +193,1%
Citroën 33 26 +26,9%
Agrale 4 6 -33,3%

 

O segmento de semileves é uma miscelânea, pior do que o segmento de médios. Isso ocorre por causa das definições de veículos de carga no Código de Trânsito Brasileiro. O CTB defini como camionete todos os veículos de carga com PBT até 3.500 kg, o que inclui picapes, chassi cabine e furgões. Até aqui, todos os modelos podem ser conduzidos com CNH B e seguem as mesmas regras de circulação dos automóveis. A partir do PBT de 3.501 kg, é classificado como caminhões, mesmo que seja um furgão ou picape, como as Ram 2500 e 3500. Somente os motorhome contam com uma legislação específica.

Essa mistura de tipos de veículos criam situações bastante curiosas no mercado. Primeiramente, os fabricantes fazem homologação de caminhões semileves com PBT de 3.500 kg, para serem classificados como camionete. Dessa forma, atendem melhor o setor de distribuição urbana. Isso impede uma estatística do segmento. Cada marca faz a sua, conforme o interesse dela.

Assim, concluímos os dados de emplacamento de caminhões de 2023. Agora, com o fim do estoque de modelos Euro 5, a perspectiva é de que o mercado de 2024 seja bem melhor.

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Desvendando o mercado de carbono

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Conheça a importância do mercado de carbono como auxiliar no combate ás mudanças climáticas no artigo de:

Marcelo Sarkis

No Brasil, especialmente com a iminente sanção presidencial ao aguardado Projeto de Lei nº 412/2022, de relatoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), o atual momento do mercado de carbono evidencia um período de profunda transformação. O PL tem o objetivo de estabelecer um limite para as emissões de dióxido de carbono (CO2) lançados na atmosfera pelas empresas e, ao obter a aprovação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), o país se projeta à vanguarda da regulamentação ambiental, procurando não apenas mitigar as emissões, mas também encontrar oportunidades econômicas substanciais.

A exclusão do agronegócio, embora sensível, revela a complexidade inerente à abordagem das emissões em setores diversos. O mercado de carbono emerge como uma ferramenta de alto potencial, que, quando empregado de maneira responsável e transparente, pode desempenhar um papel importante na construção de um futuro mais sustentável e resiliente. Este novo cenário não só consolida o compromisso ambiental do País, mas também traça um horizonte em que desenvolvimento econômico e preservação ambiental se torna não apenas viável, mas sobretudo imperativa.

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Porém, para entender a discussão em torno do tema, é preciso primeiro saber o que é e qual o objetivo do mercado de carbono. Definido como um mecanismo que procura compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), ele estabelece um sistema em torno da compra e venda de créditos de carbono, sendo que um crédito equivale a uma tonelada de gás. As empresas que conseguirem reduzir emissões abaixo do valor permitido, poderão vender os créditos excedentes para organizações ou governos que necessitam atingir metas de redução de GEE.

Participar deste processo requer, inicialmente, o cálculo da pegada de carbono. A partir desse estágio, estratégias são traçadas, resultando em créditos para comercialização. Para exemplificar, imagine uma empresa que apurou seu inventário de lançamento de gases de efeito estufa e estabeleceu, a partir daí, quais são as metas de redução. O ideal é que, primeiramente, foque em como aprimorar processos e tecnologias para atingir tal objetivo. Se não for suficiente, ela pode optar pela compra de créditos de carbono em valor equivalente às emissões para atender a meta.

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As iniciativas para reduzir ou capturar podem vir por meio de projetos de energias renováveis, eficiência energética, reflorestamento ou até processos mais avançados de captura de carbono do próprio ar. Contudo, um ponto importante para observar e dar segurança para essas operações é que projetos geradores de créditos devem passar por um processo de diligência robusta de verificação, algo como um carimbo ou um certificado de qualidade dado por entidades independentes e reconhecidas pelo mercado, garantindo assim a veracidade da mensuração dos gases.

A transação de compra e venda se dará por meio de um processo similar a compra e venda de uma commodity no mercado financeiro. E é claro, como qualquer ativo financeiro, a relação oferta e demanda afeta o preço do crédito de carbono. O que já acontece na prática é que algumas empresas estão se antecipando e atuando de forma voluntária. Nesse caso, a empresa, pessoa ou governo faz a compensação espontaneamente. A fim de adquirir créditos e direcionando recursos financeiros para o tema, incentivando e fomentando, em contrapartida, projetos com impacto positivo. Já no mercado regulado, em que a PL atuará, as empresas são obrigadas a adquirir os créditos se ultrapassarem alguns valores de emissões definidos pelo regulador.

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O mercado de carbono no Brasil, portanto, está passando por transformações significativas  impulsionadas pelo avanço do PL em questão. Aprovado pelo Senado Federal em outubro deste ano, representa um marco na jornada do país em direção a práticas mais sustentáveis. Mesmo com o agronegócio excluído da proposta, o senado aprovou a matéria após acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária. Isso, a fim de introduzir emendas ao texto que estabeleceram que a produção agropecuária não será regulada pelo SBCE. Além disso, as emissões indiretas provenientes da produção de insumos do setor estão fora do escopo de regulamentação. Isso, devido à falta de parâmetros técnicos confiáveis para dimensioná-las. Para cumprir a legislação, ou as companhias reduzem os lançamentos ou adquirem créditos de carbono. É um novo mercado, com alto potencial, que está se apresentando.

*Marcelo Sarkis é Superintendente de Riscos (Crédito, Mercado, Liquidez, Socioambiental, Integrado e Capital) do Banco BV.

Para mais informações sobre mercado de carbono clique aqui…

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Gestão de pneus: saiba como garantir a maior vida útil, segurança e economia

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Artigo com revisão de Rodrigo Emiliano Castilho – Coordenador de Serviços Linha Pesada da DPaschoal, especialista em gestão de pneus

No universo do transporte de cargas, a escolha dos pneus certos é tão crucial quanto selecionar a marcha adequada para um caminhão. Da mesma forma que uma marcha inadequada pode gerar custos extras, pneus inadequados também podem resultar em despesas desnecessárias para os proprietários. Diversos fatores, além do tamanho, desempenham um papel fundamental na especificação correta dos pneus para um caminhão em uma aplicação específica.

Os revendedores de pneus desempenham um papel vital nesse processo, oferecendo recomendações baseadas na carga a ser transportada, tipo de estradas, operação e nas características dos pneus, para conseguir o melhor desempenho em quilometragem, economia de combustível, durabilidade, tração, recapabilidade e padrão da banda de rodagem.

A especificação inteligente dos pneus pode gerar economias significativas, reduzindo tanto o custo por quilômetro dos pneus (CPK), quanto o custo do combustível por quilômetro. Após a seleção cuidadosa dos pneus, a manutenção adequada é essencial para garantir o máximo de quilometragem da banda de rodagem e da carcaça.

Aqui estão quatro práticas acessíveis a qualquer proprietário-operador:

1. Manutenção de Rotina:

A realização de manutenção regular é crucial. Folgas em componentes da suspensão, pinos mestre, rolamentos de roda, embuchamentos, terminais e barras, feixes de molas danificados/solto, podem indicar problemas. Os amortecedores, responsáveis por manter o atrito dos pneus com o solo, devem ser verificados regularmente. A substituição programada dos amortecedores pode combater o desgaste irregular e contribuir para uma condução mais segura.

2. Inflação Adequada:

Manter a pressão correta de ar, nos pneus é uma prática gratuita e eficaz. A inflação inadequada é a principal causa de falhas. Além disso, causa desgaste prematuro dos pneus, resultando também em maior consumo de combustível. Inspeções diárias oferecem a oportunidade de verificar as pressões, procurar vazamentos e garantir a integridade dos pneus. É crucial evitar tanto a baixa, quanto a alta pressão, pois ambas podem levar a desgaste irregular e danos aos pneus. Além disso, é essencial monitorar a pressão dos pneus, sempre com os pneus em temperatura ambiente, recomenda-se antes de sair em viagem.

3. Condução Consciente:

O estilo de condução influencia diretamente o desgaste dos pneus. Uma condução mais conservadora, com cautela e atenção, certamente, ajuda a reduzir o desgaste. Velocidade excessiva, frenagens bruscas e curvas fechadas contribuem para o desgaste rápido e irregular, enquanto uma condução consciente pode prolongar a vida útil dos pneus.

4. Alinhamento Regular:

Contrariamente à crença comum, por certo, o alinhamento não deve ser adiado até a instalação de pneus novos. Realizar o alinhamento com os pneus em uso, permite que os técnicos identifiquem qualquer irregularidade, antes que possa danificar estes pneus, contribuindo para análises técnicas e ajustes eficazes.

Certificar-se de que os rolamentos estejam ajustados corretamente e verificar a montagem adequada são passos simples, mas cruciais, na manutenção dos pneus. A verificação assegura que o conjunto da roda esteja corretamente montado no cubo, a fim de evitar desgastes irregulares.

Investir tempo e atenção na seleção e manutenção adequada dos pneus não apenas aumenta a eficiência do caminhão, mas também resulta em economias substanciais a longo prazo para os proprietários de caminhões. Com práticas simples, certamente, os operadores podem otimizar o desempenho de seus caminhões, garantindo uma jornada mais eficiente e econômica.

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