A indústria de implementos rodoviários observou um crescimento de 2,63% nos primeiros quatro meses de 2024, comparado ao período homólogo. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR). O setor emplacou um total de 49.617 produtos de janeiro a abril deste ano, frente aos 48.344 emplacamentos registrados no mesmo intervalo de 2023. O número é puxado para cima pelo segmento rodoviário e agronegócio, e para baixo, pelo segmento urbano e intermunicipal.
Como curiosidade e comparação com as montadoras de caminhões, segundo dados da Fenabrave (associação das redes das marcas). O crescimento de vendas no primeiro quadrimestre foi de 4,94%. Porém, é preciso considerar questões de sazonalidades para entender os números. A base de comparação da indústria de caminhões é com o primeiro período de baixas de vendas de caminhões devido à antecipação de compras que houve no segundo semestre de 2022. Isso ocorreu em razão da entrada em vigor da legislação ambiental Proconve P8, equivalente ao Euro 6. Portanto, ambos números são positivos, cada um em um contexto diferente.
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José Carlos Spricigo, presidente da Anfir, destacou a influência do agronegócio no desempenho do setor. “A demanda por produtos destinados à logística do transporte de produção agrícola mantém nosso mercado aquecido nos primeiros meses do ano,” afirmou Spricigo.
Segmentos Divergentes
Dentre os segmentos do mercado, os Reboques e Semirreboques (Pesados) demonstraram ser a principal força motriz, com 30.154 unidades emplacadas até abril de 2024. Um aumento significativo em relação às 27.096 unidades do período correspondente em 2023.
Por outro lado, o segmento de Carroceria sobre chassi (Leves) enfrentou uma retração, com 19.463 produtos emplacados nos primeiros quatro meses de 2024, representando uma queda de 8,4% em relação aos 21.248 produtos emplacados no mesmo período do ano anterior.
Contexto Econômico Desafiador
A economia brasileira, segundo projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), deverá crescer 1,9% em 2024, um ritmo mais lento do que o crescimento de 2,9% observado em 2023, mas ainda assim superior à última estimativa oficial de 1,8%. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) prevê uma nova redução da taxa Selic em maio, com uma expectativa de pausa no ciclo de cortes a partir de junho.
Spricigo comentou as implicações da política monetária para o setor. “Apesar da redução na taxa Selic, o nível ainda elevado pode restringir um desenvolvimento mais robusto da economia, impactando o crescimento do PIB brasileiro e, consequentemente, o nosso setor,” analisou ele, destacando também a preocupação com o alto endividamento de empresas e cidadãos.
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