sexta-feira, abril 11, 2025

DAF lança versões com motor PACCAR MX-13 para uso de B100: biodiesel puro

Para os transportadores que buscam reduzir sua pegada de carbono sem renunciar à confiabilidade, a DAF traz uma nova opção com combustível 100% renovável.

A DAF Trucks acaba de anunciar, na Europa, a nova geração de caminhões XF, XG e XG+ com um motor PACCAR MX-13 desenvolvido especialmente para funcionar com biodiesel B100 — uma alternativa renovável e de baixa emissão de carbono ao diesel fóssil. No Brasil, a Volvo já havia lançado do FH Flex (pode ser abastecido com qualquer proporcionalidade da mistura de diesel com diesel puro e até B100) e, também, a Scania já fornece modelos para uso com B100. Além disso, a JBS já fez teste, por iniciativa própria, com um DAF XF.

Essa novidade representa uma adição significativa para frotistas e transportadores que buscam soluções ambientalmente responsáveis, sem comprometer o desempenho operacional. O motor, com potência de 480 cv, conta com um software dedicado que otimiza o funcionamento do veículo, levando em conta o menor valor calorífico do B100 em relação ao diesel convencional.

Biodiesel B100: energia limpa e renovável

O biodiesel B100, também conhecido como FAME (Fatty Acid Methyl Esters) ou RME (Rapeseed Methyl Ester), é produzido exclusivamente a partir de óleos e gorduras vegetais renováveis. Seu uso pode reduzir as emissões de CO₂ em até 90% do poço à roda — um resultado comparável ao do HVO (óleo vegetal hidrotratado), com a vantagem de, em algumas regiões, estar mais prontamente disponível, como no Brasil.

Essa redução significativa de emissões faz do B100 uma escolha estratégica para empresas de transporte que buscam atender às metas ambientais e às exigências de clientes preocupados com sustentabilidade.

Mais uma alternativa sustentável

“Com a introdução do motor MX-13 para biodiesel, oferecemos outra alternativa aos transportadores comprometidos com o transporte sustentável”, afirma Jeroen van den Oetelaar, engenheiro-chefe da DAF Trucks. “Todos os caminhões DAF com motor de combustão já são compatíveis com HVO, mas o B100 está mais acessível em determinadas regiões. Com essa nova opção, proporcionamos mais um caminho para reduzir a pegada ecológica, sem comprometer a confiabilidade dos nossos veículos.”

A iniciativa não apenas contribui para um futuro mais limpo, como também posiciona a DAF entre os líderes na oferta de soluções verdes para o transporte rodoviário de cargas.

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O aumento do percentual de adição de biodiesel no diesel é cheio de polêmicas, mitos e verdades. Este artigo não é sobre as controvérsias, no entanto, para mostrar que a indústria de biodiesel vai muito bem, independentemente, do aumento do percentual da mistura. É o que prova a A Binatural, produtora de biocombustíveis, projeta faturamento de R$ 3,1 bilhões em 2025, alta de 20% sobre os R$ 2,6 bilhões registrados no ano passado.

Esta indústria recebe e deveria receber mais investimentos para o aumento da produção, principalmente, para atender a crescente frota que começou a utilizar o biodiesel puro (B100). Este tipo de uso é bastante controlado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Os limites do B100

A ANP limita o uso do B100 pelas transportadoras por algumas razões, entre elas, garantir a oferta para a mistura de 14% (B14) no diesel fóssil, que, em breve, será de 15% após adiamento desse aumento de percentual. Além disso, outro problema, pelo fato do biodiesel ser mais caro do que o diesel derivado do petróleo, é a denúncia de que muitos distribuidores fazem uma mistura inferior aos 14%, aproveitando assim a incapacidade de fiscalização pela agência reguladora devido a quantidade de postos e a dimensão do país.

De qualquer forma, a Binatural argumenta que o crescimento do faturamento virá do aumento da demanda, que segue firme mesmo com o adiamento do aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel para 15% (B15). A mistura atual é de 14% (B14). “Temos parceiros adotando até B100, o que sustenta nossa projeção”, diz André Lavor, cofundador da Binatural. A saber, a empresa investe R$ 100 milhões para ampliar sua capacidade produtiva de 600 milhões para 700 milhões de litros/ano até 2027. Segundo Lavor, grandes empresas têm buscado a Binatural para descarbonizar frotas, movimento impulsionado pela Lei do Combustível do Futuro.

Insumos alternativos

Na produção, a Binatural depende menos do óleo de soja, que perfaz 40% da produção – 60% vêm de óleos residuais e gorduras animais. Aliás, a estratégia reduz a exposição às oscilações do mercado de soja e garante uma pegada de carbono até 90% menor ante o diesel convencional.

Assista o Canal FrotaCast:

Apoio à agricultura familiar

Com operações em Goiás e na Bahia, a Binatural ampliou o uso de matérias-primas da agricultura familiar no Norte e Nordeste, de 10% para 30% em 2024. A meta é atingir entre 35% e 40% em 2025. A companhia mantém parceria com 25 mil famílias, que fornecem insumos como mamona, açaí e baru para produção industrial.

Segundo a Binatural, o Brasil importa mais de 20% do diesel fóssil, o que nos torna vulneráveis a crises internacionais e oscilações cambiais. Quanto mais biodiesel usamos, menos dependemos de importações e mais fortalecemos nossa economia interna. Com a adoção de 25% de biodiesel prevista para 2035, estima-se uma economia de US$ 10 bilhões na balança comercial.  Além disso, cada R$ 1 investido em biodiesel impacta R$ 4,4 na economia brasileira. Esse efeito multiplicador gera valor para diferentes segmentos da cadeia produtiva.

ITOY
Jornalista Marcos Villela é membro associado desde 2018
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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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