Uma parceria entre a Bunge e a Martelli Transportes marca um avanço significativo na descarbonização do transporte rodoviário de cargas no Brasil. Aliás, neste mês, as empresas deram início a uma operação que utiliza biocombustível B100 em 10 caminhões da transportadora mato-grossense. Além disso, os veículos são abastecidos com biodiesel 100% renovável. Produzido a partir de óleo de soja na unidade de biodiesel da Bunge em Nova Mutum (MT).
A saber, a iniciativa prevê que os caminhões sejam dedicados exclusivamente ao transporte de farelo de soja entre a planta de Nova Mutum e o terminal TRO, em Rondonópolis (MT). O acordo entre as empresas tem duração de dois anos e envolve o transporte de aproximadamente 5 mil toneladas de farelo de soja por mês. Utilizando assim, cerca de 50 mil litros de B100 mensalmente.
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O projeto, aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tem como objetivo coletar dados sobre rendimento, rentabilidade e desempenho ambiental do biocombustível. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), o uso do B100 reduz em até 99% as emissões de CO2 em comparação ao diesel convencional.
Estratégia de descarbonização da Bunge
A Bunge tem investido na redução das emissões de carbono como parte de sua Política Global de Não Desmatamento e do seu programa de incentivo à agricultura regenerativa. A companhia estabeleceu metas baseadas na ciência e validadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi). Aliás, que preveem uma redução de 25% nas emissões dos escopos 1 e 2 e de 12,3% nas emissões de escopo 3 até 2030, tendo como base o ano de 2020. Em 2023, a empresa já havia alcançado redução de 15,8% nas emissões de escopo 1 e 2 e de 10,6% nas emissões de escopo 3.
“A necessidade de descarbonização da economia coloca a agricultura no centro das soluções, com muitas oportunidades de negócio para grãos, oleaginosas e novas sementes. Combustíveis de fontes vegetais terão papel importante na transição energética, cujo sucesso depende de uma jornada coletiva. Por isso, a Bunge vem evoluindo em suas parcerias estratégicas tanto no setor logístico quanto nas demais áreas focadas na redução da emissão de gases poluentes”, afirma Charles Vieira, diretor sênior de Logística da Bunge.
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Transporte rodoviário e sustentabilidade
O transporte rodoviário é o principal usuário de combustíveis fósseis no mundo e, no Brasil, representa cerca de 85% do modal utilizado no escoamento da produção de grãos. “A descarbonização do setor de transportes é um desafio que nos propomos a conquistar. E que se mostra possível com o apoio de nossos clientes e fornecedores. Esse é mais um capítulo da trajetória da empresa, que agora se direciona à adoção de medidas com maior impacto na busca pelo desenvolvimento sustentável”, comenta Genir Martelli, sócio-proprietário da Martelli Transportes.
Tecnologia Volvo para o B100
Para viabilizar a operação, a Martelli Transportes adquiriu 10 caminhões Volvo FH com um motor desenvolvido exclusivamente para rodar com 100% de biodiesel. A solução, disponível sob encomenda, é a única no mercado que permite ao transportador operar com diferentes proporções do biocombustível. A saber, variando do B14 (mistura padrão do diesel S10) até o B100 (biodiesel puro). “Temos o compromisso global de zerar as emissões de CO2 em nossos veículos até 2040. A oferta de caminhões compatíveis com B100 no Brasil é um dos avanços para atingir esse objetivo”, destaca Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Caminhões.
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A iniciativa da Bunge e da Martelli Transportes representa um passo significativo na busca por soluções sustentáveis para o transporte de cargas no Brasil. Certamente, demonstrando o potencial do biocombustível como alternativa viável na transição energética do setor.