Ao longo das últimas décadas, temos acompanhado o crescimento cada vez mais significativo das mulheres no mercado de trabalho. E como resultado, elas têm demonstrado não somente a capacidade de lidarem com os desafios de assumirem grandes cargos como também têm contribuído no avanço da sociedade em diferentes frentes e tal avanço tem sido marcado pela diversificação das áreas em que elas têm atuado, como educação, ciências, tecnologia, administração de empresas etc.
E com toda certeza, o trabalho desenvolvido por elas tem servido de inspiração para diferentes gerações como por exemplo a primeira escritora da história: Enheduana, uma sacerdotisa do Império Acadiano da Mesopotâmia, fundada por seu pai, o rei Sargão da Acádia. Ela que, provavelmente, viveu por volta de 2.285 a 2.250 a. C., escreveu cerca de três poemas independentes e alguns hinos para os templos do sul da Mesopotâmia. Outra mulher que fez história foi a monja beneditina Hildegarda de Bingen, que aleḿ de escritora, teóloga, poeta, naturalista e compositora, foi responsável pela descoberta que provocou uma mudança radical na fabricação de cervejas: a adição de lúpulo.
Há ainda a rainha Elizabeth I, que teve seu reinado marcado pelo progresso e por vitórias militares na Inglaterra, e por isso ficou conhecida como Era de Ouro inglesa. Além disso, podemos citar a Marie Curie, uma cientista polonesa-francesa, que foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, em 1903, por sua contribuição para a Física.

Histórias de coragem e bravura
Ademais, somos inspirados com o sacrifício de mulheres que lutaram bravamente por seus ideais e que, dispostas a entregar suas vidas em benefício do outro, não mediram esforços e obtiveram êxito, ainda que isso custasse suas vidas. E para isso, reporto ao sećulo XV, com a líder militar, Joana D’arc, que lutou no front da Guerra dos Cem Anos, contra a dominação inglesa. Sua coragem e martírio tornaram esta jovem camponesa em padroeira da França, além de santa beatificada pela Igreja Católica.
Menciono ainda, a incrível história da Heley de Abreu Silva Batista, uma professora brasileira, que para salvar seus alunos durante o massacre na creche Gente Inocente, em 2017, se dispôs a lutar, de acordo com testemunhas, corporalmente contra o vigilante incendiário que trabalhava no local, impedindo que ele espalhasse ainda mais fogo. Seu ato heroico, que resultou em sua morte, permitiu que cerca de 25 crianças fossem salvas e lhe rendeu uma condecoração com a Ordem Nacional do Mérito, por parte do então presidente Michel Temer.
Novos desafios
Sem dúvida, a mulher tem tido um papel vital na construção de uma sociedade ainda mais justa e inclusiva. Sua atuação, que tem sido ampla, abarca, de fato, distintos ramos do mercado de trabalho. Profissões que outrora “pertenciam” apenas aos homens, têm ganhado destaque com a profissionalização e capacitação das mulheres. E para exemplificar temos, atualmente, o crescente número de mulheres na gestão executiva de empresas e também de motoristas profissionais.
Aqui na Frota News, por exemplo, destacamos em uma matéria, o Prêmio Liderança Feminina de 2024, concedido a Luciana Giles, da Cummins, que por meio do seu excelente trabalho como diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Cummins América Latina, tem trazido visibilidade e protagonismo às mulheres.
Igualmente, temos acompanhado que o mercado de condutores de caminhão, tradicionalmente dominado por homens, está cedendo cada vez mais espaço para as mulheres. Iniciativas como a da Fabet São Paulo, que visa a formação de mulheres como condutoras de caminhão, tem sido pioneira na capacitação e no enfrentamento aos desafios tão comuns neste setor.
Rodoanel Norte
Outra iniciativa é a do Consórcio Cantareira que tem investido na inclusão de mulheres motoristas na construção civil. Em uma entrevista concedida ao jornalista Marcos Villela, para a Frota News, a gerente de Sustentabilidade do Consórcio Cantareira, Meristela Ferreira do Carmo Carvalho, relatou que a iniciativa tem como objetivo suprir a demanda por motoristas qualificados para o transporte de insumos e também a inclusão social e equidade de gênero no setor de transportes pesados.
Apesar de todos esses programas de promoção de equidade de gênero, o número de mulheres habilitadas para dirigir caminhões, ainda é bem tímido. Segundo dados da Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran), em 2022, apenas 3,4% das condutoras habilitadas para dirigir caminhões, ônibus e carretas no Brasil eram mulheres. Ou seja, ainda há uma longa estrada a ser percorrida e iniciativas como estas são apenas o pontapé inicial para que mais e mais mulheres conquistem seu espaço.