segunda-feira, maio 20, 2024

Escassez global de motoristas de caminhão: desafios e soluções

A escassez de motoristas de caminhão é um problema crônico que afeta o setor de transporte rodoviário em todo o mundo. Com base no Relatório Global de Escassez de Motoristas de Carga de 2023, publicado pela IRU (União Internacional dos Transportes Rodoviários), examinaremos as principais tendências, desafios demográficos e esforços para tornar a profissão mais acessível e atrativa.

O Cenário Atual

  1. Vagas Disponíveis: Atualmente, há mais de 3 milhões de vagas para motoristas de caminhão que estão abertas em 36 países estudados, representando 7% do total de cargos nesses locais. Infelizmente, apesar da NTC & Logística ser a representante do Brasil na IRU, a Argentina sempre é o país pesquisado na América do Sul, como se o TRC (transporte rodoviário de carga) e o PIB (Produto Interno Bruto) dos argentinos fossem muito maiores do que os do mercado brasileiros. Mas tudo bem, os estrangeiros nunca foram bons em geografia, e muitos ainda acham que a Argentina é a capital do Brasil. Brincadeiras à parte, mas sério, continuaremos com a análise de forma séria.
  2. Projeção para 2028: A escassez global de motoristas pode dobrar até 2028, atingindo níveis alarmantes. Se medidas significativas não forem implementadas, mais de 7 milhões de vagas de motoristas de caminhão permanecerão sem preenchimento até 2028 nos países pesquisados.
  3. Demografia: A disparidade entre condutores jovens e idosos continua a crescer. Apenas 12% dos motoristas têm menos de 25 anos, e apenas 6% são mulheres. A necessidade de atrair novos profissionais para a indústria é evidente.
Escassez
A capacitação de condutoras mulheres é uma das soluções para a escassez de motoristas

Tendências Moldando a Escassez

  1. Envelhecimento da Força de Trabalho: O aumento da demanda de transporte e o envelhecimento dos profissionais são as principais causas da falta de motoristas. O abismo entre a aposentadoria e os novos motoristas deve triplicar a taxa de vagas não preenchidas até 2026.
  2. Barreiras de Acesso: A idade mínima de qualificação ainda é um obstáculo significativo. Em alguns países da UE, a idade mínima para motoristas de caminhão é de 21 anos, enquanto para motoristas de ônibus, varia entre 21 e 24 anos. Isso dificulta a entrada de jovens na profissão. No Brasil, além da idade mínima, há falta de preparação técnica e a exigência de motoristas com experiência, exigências que impede a entrada de novos motoristas profissionais no mercado e terá uma conta muito cara para pagar em breve.

A Fabet-SP desenvolveu e oferece cursos muito avançados para preparação de motoristas. Para todas as categorias de CNH, sem experiência, com uma capacitação realizada com muitas horas de aulas teóricas e práticas em uma frota própria (parceria com a Mercedes-Benz Caminhões e Mercedes-Benz Vans) que tem tido sucesso com várias empresas que passaram a buscar uma gestão de frota mais profissional.

  1. Associações e Governos: Associações de transporte rodoviário e governos estão trabalhando juntos para tornar a profissão mais acessível na Europa. No Brasil, isso ainda não acontece.
  2. Empresas Líderes: Empresas como CEVA Logistics, Scania e Truckfly by Michelin estão implementando soluções para atrair e reter motoristas na Europa. No Brasil, há várias empresas também, como Mercedes-Benz, Ambev, Raízen, Coopercarga, Randon, Transjordano, Transpedrosa, Ipiranga, entre outras. Isso inclui melhores condições de trabalho, benefícios e apoio à formação profissional.

Impacto e Urgência

A escassez de motoristas afeta diretamente a economia, a mobilidade social e os objetivos de descarbonização. Sem motoristas, a Europa enfrentará desafios significativos. Ações imediatas são essenciais para garantir o futuro do transporte rodoviário e o bem-estar das comunidades.

Para obter informações detalhadas, baixe o relatório completo no site da IRU: www.iru.org.

Este artigo foi um dos temas da revista digital Frota News. Para conhecer os demais temas, é só acessar o seguinte link: Newsletter 39.

Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Sou jornalista no setor da mobilidade desde 1988, com atuações em jornais, nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, como editor da revista Transporte Mundial entre 2002 e maio de 2023, e com experiência em cobertura na área de transporte no Brasil e em cerca de 30 países. Representante do Brasil como membro associado do ITOY (International Truck of the Year), para troca de experiências e conteúdos jornalísticos. Mais, recente começou como colaborador do corpo docente na Fabet (entidade educacional sem fins lucrativos).
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