O caminhão RH 460 6×4, movido a gás natural e/ou biometano, foi apresentado pela Scania durante a Agrishow 2025. Segundo a empresa, a sua autonomia chega até 450 quilômetros na configuração padrão de fábrica e pode ultrapassar os 600 km com a adição de cilindros extras atrás da cabine, chamado de ‘mochilão’.
O modelo com o motor 460 cv já havia sido lançado na última Fenatran. A novidade agora está na tração 6×4, mais utilizada no agronegócio, pois, geralmente, as rotas são mistas, com estradas sem pavimento ou asfaltadas.
“O Scania RH 460 6×4 a gás expande as possibilidades aos clientes do Agro com veículos mais limpos e viáveis. É um ‘mochilão’ com 311 m³ de gás nos cilindros e duas opções de CMT: 90 toneladas (sem redução nos cubos) e 150 toneladas (com redução)”, afirmou Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil.
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A Scania também ampliou sua linha rodoviária Super com o novo cavalo mecânico de 500 cv na tração 6×4, complementando o portfólio junto ao modelo de 560 cv. “Ambos contam com cardan reto, reforçando desempenho e robustez”, explica Gallao.
Uma das atrações do estande é a estação de serviços, onde os visitantes conhecem, na prática, os diferenciais das soluções Scania PRO: Control Tower, Driver Services, serviços dedicados, Scania Fit, assistência 24h e o sistema de conectividade, com simulações em tempo real.
Desde 2019, a Scania já comercializou 1.500 caminhões a gás no Brasil. Com motores Ciclo Otto – diferentes dos convertidos –, os modelos são 100% movidos a gás ou biometano, com potências de 280 a 460 cavalos. Além de mais silenciosos, oferecem desempenho equivalente ao diesel e são reconhecidos pela confiabilidade e segurança.
O uso do biometano, especialmente proveniente de resíduos agrícolas, permite uma redução de até 90% nas emissões de CO₂, reforçando o compromisso da Scania com a sustentabilidade e com a saúde da população, pela redução de NOx e material particulado.
Biometano: combustível renovável e estratégico para o transporte sustentável
Embora o gás natural veicular (GNV) de origem fóssil já represente uma alternativa menos poluente em comparação ao diesel, o biometano desponta como uma solução ainda mais eficiente e ambientalmente correta para o transporte de cargas.
Derivado da decomposição de resíduos orgânicos – como restos de culturas agrícolas, esterco animal, lodo de esgoto e resíduos da agroindústria –, o biometano é uma fonte de energia 100% renovável. Sua produção pode ocorrer diretamente em propriedades rurais e usinas, promovendo a economia circular ao transformar resíduos em energia limpa.
A principal vantagem ambiental do biometano está na significativa redução das emissões de gases de efeito estufa. Quando comparado ao diesel, o combustível renovável pode reduzir em até 90% a emissão de CO₂, enquanto o GNV de origem fóssil proporciona uma redução pouco significativa em relação ao diesel.
Outro benefício relevante está na melhora da qualidade do ar. O uso do biometano resulta em menores emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e de material particulado, poluentes diretamente ligados a problemas respiratórios e cardiovasculares nas áreas urbanas e rurais.
Com o avanço das políticas públicas e a ampliação da infraestrutura de produção e distribuição, o biometano se torna uma alternativa cada vez mais viável também do ponto de vista econômico. No setor de transporte pesado, especialmente no agronegócio, sua adoção fortalece a sustentabilidade sem comprometer a performance operacional.
Dessa forma, o biometano se consolida como um aliado estratégico para a transição energética, reforçando o compromisso com um sistema logístico mais limpo, eficiente e integrado às vocações produtivas do Brasil.