Uma alternativa mais sustentável e eficiente para a indústria de biodiesel brasileira seria apostar na produção do HVO, o combustível de óleo vegetal hidrogenado, em vez de pressionar o Congresso Nacional para aumentar o percentual da mistura de biodiesel no diesel fóssil. A mistura do biodiesel com diesel acima de 10% pode causar danos aos motores a diesel, conforme demonstrado por estudos técnicos em diversos países. Por isso, muitas empresas estão investindo em HVO, que apresenta benefícios ambientais e econômicos. No entanto, a produção do HVO requer investimentos em tecnologias e infraestrutura.
A transição energética do diesel fóssil para o diesel renovável verde é uma necessidade urgente para a indústria de transportes, que visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e contribuir para o combate às mudanças climáticas.
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O HVO é uma alternativa promissora, que pode substituir o diesel fóssil sem a necessidade de adaptações nos motores ou na infraestrutura de distribuição. No entanto, para que o HVO seja competitivo e sustentável no mercado brasileiro, é preciso que a indústria nacional invista na produção desse biocombustível, aproveitando as vantagens competitivas do país em termos de disponibilidade e diversidade de matérias-primas. O HVO é produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, que passam por um processo de hidrogenação para remover o oxigênio e aumentar a qualidade do produto.
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Se a indústria brasileira não investir, mesmo que seja por meio de parceria com empresas de outros países, o Brasil arrisca perder espaço para empresas estrangeiras que já produzem HVO e que podem se aproveitar da demanda crescente por esse produto no país.
Porém, há desafios para a produção do HVO, da mesma forma que há desafios para qualquer outro caminho para a transição energética. O uso de gasolina, etanol, diesel e GNV é mais cômodo, pois já há uma gigantesca infraestrutura construída.
O HVO promete uma economia de carbono de até 94%. No entanto, é preciso conhecer os desafios, e exemplos de outros países podem auxiliar a indústria brasileira. A Green Biofuels, do Reino Unido e contava com a finlandesa Neste para o fornecimento de seu HVO, enfrentou uma série de desafios financeiros e legais.
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No Brasil, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) já regulamentou o HVO: (RANP 842/2021). A Volkswagen Caminhões já apresentou a versão o VW Meteor Optimus na Fenatran de 2022. Mesmo que o HVO funcione em qualquer motor diesel, o fabricante, para vender o modelo com essa indicação de combustível, precisa realizar uma nova homologação.
Para começar a produção do VW Optimus, a VWCO espera o cliente encomendar o modelo. Já o cliente, espera existir o HVO nos postos de abastecimentos, e a indústria de biocombustíveis está esperando o quê?
No entanto, há projetos de construção de biorrefinarias de HVO no país, como o anunciado pela Vibra Energia e a Brasil BioFuels, que prevê o início da produção em 2025.
Muitos especialistas acreditam no potencial do diesel verde. Ademais, os fornecedores de biocombustíveis vão enfrentam desafios para equilibrar o crescimento da oferta, demanda, distribuição e os pagamentos de impostos variáveis.
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