quarta-feira, abril 30, 2025

Transição energética: por que é tão lenta no Brasil?

Como jornalista do setor de logística há mais de 30 anos, acompanho e divulgo informações sobre a transição energética em todo o mundo. Produzo e publico centenas de artigos sobre o tema.

No Frota News, divulgamos comunicados de governos e de empresas de diversos países em relação às metas para a transição energética. Sobre empresas que planejam atingir cerca de 50% até 2030 e 100% até 2050.

Como jornalista, minha função, como de qualquer jornalista, político, promotor do Ministério Público, é fiscalizar. Este artigo é uma denúncia sobre promessas que não estão sendo cumpridas.

As metas

Pelo ritmo atual, nem governos nem empresas conseguirão alcançar suas metas, a menos que exista um segredo para os últimos 45 minutos do segundo tempo. Meu compromisso é com a verdade. Ciência não é como um jogo de futebol.

Existem empresas verdadeiras e aquelas que não são. E também existem empresas que desejam ser verdadeiras, mas não conseguiram por motivos externos por independência dos funcionários.

O Frota News tem o compromisso de manter relacionamento com as empresas de forma verdadeiras e com aquelas que desejam sê-lo, mas ainda não conseguiram concretizar seus projetos. Eu sei quais empresas falam a verdade e quais mentem para jornalistas.

O propósito do artigo é entender por que estamos lentos. Algumas empresas estão investindo muito. A Scania investiu consideravelmente na produção de caminhões movidos a gás. No entanto, as vendas desses caminhões são baixas, pois eles custam quase 50% a mais em comparação com os modelos tradicionais. Por que eles custam mais? Seria devido aos impostos de importação de componentes? Ou seria devido à falta de uma indústria nacional que produza esses componentes?

Leia também:

Mercado: em 10 anos, a DAF Brasil já é quase do tamanho da Scania Brasil com 66 anos

A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) foi pioneira no desenvolvimento e na produção de caminhões elétricos. A engenharia localizada em Resende, no Rio de Janeiro, onde se encontra o centro de tecnologia e a fábrica da empresa, iniciou o projeto do VW e-Delivery, que parecia incrível. No entanto, o e-Delivery ainda não decolou desde o lançamento no final de 2021. A Ambev foi parceira da VWCO no desenvolvimento, mas não cumpriu a intenção de compra de 1.600 unidades até o final de 2023, a menos que a Ambev compre quase 1.400 caminhões e-Delivery até 31 de dezembro de 2023.

A Iveco é líder em caminhões movidos a gás na Europa. No Brasil, ela não lançou sequer um modelo, mesmo tendo apresentado dois modelos na Fenatran 2022 e feito promessas.

O que temos? Promessas e poucas ações concretizadas. Como jornalista, meu papel é fazer perguntas: as empresas vão cumprir o que prometeram? Houve desvios no caminho? Quais são os desafios? A JAC Motors Brasil vendeu mais de 1.500 caminhões elétricos, mas será que os frotistas podem depender apenas de um fornecedor concorrente? Nada contra a JAC, mas os frotistas não deveriam ter opções, como ocorre em outros países? Os frotistas chineses têm quase 100 opções.

Há falta de informação e transparência com a imprensa, e, consequentemente, com a sociedade brasileira.

Neste artigo, é apenas o início de uma pesquisa sobre esta lentidão. Converso com vários pensadores. E quem quiser fazer parte desta pesquisa, é só escrever para villela@frotanews.com.br.

Já no setor de ônibus, por fim, a transição está ocorrendo de forma diferente e melhor, o que é assunto para outro artigo.

Leia também:

AMAGGI anuncia compra de 350 caminhões Scania, sendo 100 movidos a Biodiesel 100%

Nos siga no LinkedIn!

- Publicidade -
Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Últimas notícias
você pode gostar:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui