Lançada no Brasil no fim de 2024, a Mercedes-Benz eSprinter já está rodando por aqui, e tive a oportunidade de colocar à prova a primeira van elétrica da marca alemã nas ruas da cidade de São Paulo. A saber, o teste revelou uma van ágil, com um nível de silêncio e tecnologia embarcada que a coloca num novo patamar dentro do segmento de veículos comerciais leves.
Com quase meia tonelada de equipamentos no compartimento de carga e rotas que misturam avenidas movimentadas, rampas e trechos de trânsito pesado, a eSprinter demonstrou equilíbrio, força e, principalmente, eficiência energética.
Primeiras impressões: robustez elétrica e zero ruído
A ausência total de ruído mecânico impressiona. Em contraste com o som característico dos motores a combustão, a eSprinter se movimenta suavemente, o que contribui para o conforto do motorista — especialmente em turnos longos ou áreas residenciais onde o silêncio é valorizado.
O motor elétrico, montado no eixo traseiro, entrega 200 cv de potência instantânea com torque imediato, o que se traduz em arrancadas rápidas mesmo com carga. Nas subidas da região da Lapa, por exemplo, a van manteve a linearidade sem esforço.
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Autonomia e recarga: liberdade operacional ampliada
Testamos a versão com bateria de 81 kWh, que é a maior oferecida pela marca. E promete até 329 km de autonomia. Pois no nosso percurso misto (urbano e intermunicipal), com ar-condicionado ligado e carga parcial, percorremos 432 km com uma única recarga. Que é um desempenho excelente para a realidade brasileira.
Aliás, o carregamento foi feito em wallbox de 22 kW, fornecido pela própria Mercedes-Benz, e levou cerca de 6 horas para carga total. Em carregadores rápidos, a marca informa que é possível chegar a 80% da carga em menos de 45 minutos.
Condução e tecnologia embarcada: padrão premium
A eSprinter carrega o DNA da marca também no acabamento e na ergonomia. O sistema MBUX com tela tátil de 10,25”, comandos intuitivos e integração com smartphone via Android Auto e Apple CarPlay sem fio facilita a rotina do motorista, inclusive com navegação adaptada para rotas urbanas e pontos de recarga. Aliás, vale ressaltar que, por ter importada da Alemanha, a eSprinter traz volante e MBUX atualizados em relação às versões a diesel.

Os sistemas de assistência, como a frenagem autônoma de emergência (ABA) só entra em ação quando a van está milímetros distante do obstáculo, gerando assim um susto e a impressão que a batida ocorreu. Mas na verdade, ele evitou a colisão. Já o assistente de vento lateral entra em ação discretamente, mas garante estabilidade em trechos rápidos. A direção elétrica é leve e responde bem, mesmo carregada.
A velocidade máxima da eSprinter é limitada eletronicamente a 90 km/h, o que atende às exigências da maioria das vias brasileiras. No entanto, durante o teste, o furgão rodamos em rodovias com limites de 110 km/h e 120 km/h, e o limite de 90 km/h pode gerar preocupação, pois impossibilita ultrapassagens em tempo hábil, obrigando um comercial leve rodar no limite de velocidade dos caminhões. No entanto, essa limitação pode ser resolvida facilmente: basta pedir no concessionário para alterar a limitação de velocidade máxima para 120 km/h.
Capacidade e versatilidade
Aliás, a versão testada foi o Furgão com teto alto e PBT de 4,25 toneladas. Que oferece excelente espaço interno e possibilidade de adaptação para diferentes aplicações — carga seca, refrigerada, ambulância, entre outros. E a suspensão traseira foi ajustada para lidar com o peso extra das baterias. Pois mantém a dirigibilidade sem comprometer o desempenho.

Veredito Frota News
A eSprinter não é apenas uma adaptação elétrica da Sprinter tradicional — ela é um novo conceito de transporte comercial. Pensada para a transição energética, ela alia alta autonomia. E conta com tecnologia de ponta. Pois oferece excelente capacidade de carga.
É claro que o preço inicial — entre R$ 482 mil e R$ 598 mil — pode assustar. Mas para operações com foco em redução de emissões, economia de combustível e isenção de rodízio, o investimento se paga com previsibilidade e imagem de sustentabilidade.
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Ficha técnica do modelo testado:
Motorização e Desempenho
- Motor elétrico: 150 kW (204 cv)
- Torque máximo: 400 Nm
- Tração: Traseira
- Transmissão: Automática de 1 marcha
- Velocidade máxima: 120 km/h (limitada eletronicamente)
Bateria e Autonomia
- Tipo: Lítio-ferro-fosfato (LFP)
- Capacidades disponíveis:
- 81 kWh: autonomia de até 329 km
- 113 kWh: autonomia de até 478 km
- Tempo de recarga:
- AC (22 kW): aproximadamente 6 horas para carga total
- DC (80 kW): cerca de 40 a 50 minutos para 80% da carga
Dimensões e Capacidades
- Comprimento total: 6.967 mm
- Altura total: 2.820 mm
- Largura total: 2.020 mm
- Distância entre eixos: 4.325 mm
- Volume de carga: até 14 m³
- Peso Bruto Total (PBT): até 4.250 kg
- Capacidade de carga útil: variável conforme a configuração e peso da bateria
Equipamentos e Tecnologias
- Sistema multimídia MBUX com tela sensível ao toque de 10,25″
- Assistente ativo de frenagem (ABA)
- Assistente de vento lateral
- Assistente de partida em rampa
- Controle de estabilidade adaptativo (ESP)
- Ar-condicionado
- Piloto automático
- Volante multifuncional com ajuste de altura
- Entrada USB-C e conectividade Bluetooth
- Sistema de navegação integrado
Segurança
- Airbags frontais para motorista e passageiro
- Freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD
- Controle de tração (ASR)
- Sistema de monitoramento da pressão dos pneus
Versões Disponíveis
- Furgão: Ideal para transporte de cargas diversas
- Furgão Vidrado: Versão com janelas laterais, adequada para conversões específicas
- Chassi Cabine: Base para implementações variadas, como baús e ambulâncias