sábado, junho 21, 2025

Renault Kardian: Nossas impressões do SUV de entrada da marca 

O Renault Kardian chegou no final de 2023 como uma aposta da marca francesa para o disputado segmento dos SUVs compactos. Produzido na fábrica de São José dos Pinhais (PR), ele fez a estreia da nova plataforma modular da Renault na América Latina e entrega um pacote técnico que surpreende em vários aspectos. Rodamos com o modelo para avaliar o comportamento dinâmico, desempenho, conforto e consumo, e adiantamos: o Kardian não é só design moderno — ele tem substância. 

Coração novo: motor turbo e câmbio de dupla embreagem 

O principal destaque do Kardian está sob o capô: o motor 1.0 TCe turbo flex de três cilindros entrega até 120 cv de potência e torque de 22,4 kgfm com etanol (20,4 kgfm com gasolina), atingido a baixos 2.000/2.250 rpm. Isso garante respostas rápidas e agilidade no trânsito urbano — mesmo com o ar-condicionado ligado e ocupantes a bordo. 

Associado ao motor está o inédito câmbio automático EDC de dupla embreagem, banhado a óleo, com seis marchas e opção de trocas sequenciais por aletas (paddle shifts) atrás do volante — uma exclusividade no segmento nessa faixa de preço. As trocas são rápidas e suaves, com boa inteligência eletrônica para manter o motor em rotações ideais, tanto na cidade quanto na estrada. 

Desempenho: números que empolgam 

Kardian
O cockpit do novo SUV compacto da Renault aposta em sofisticação e conectividade: painel 100% digital, central multimídia flutuante com conectividade Android Auto e Apple CarPlay, além de detalhes em laranja que reforçam o estilo esportivo. Destaque também para o console elevado com botão de câmbio tipo joystick

Na prática, o Kardian acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos com etanol — um dos melhores tempos entre os SUVs 1.0 turbo no Brasil. Com gasolina, o tempo sobe para 10,7 segundos, ainda assim bastante competitivo. Na estrada, a sexta marcha longa (0,561:1) favorece o silêncio a bordo e reduz o consumo, que ficou em 13,9 km/l com gasolina em nosso percurso rodoviário, segundo dados do Inmetro. 

Dirigibilidade e conforto: acerto surpreendente 

Com direção elétrica precisa, o Kardian transmite leveza e segurança ao volante. Seu diâmetro de giro de 10,5 metros facilita manobras em vagas apertadas. A suspensão dianteira tipo McPherson e o eixo de torção traseiro garantem equilíbrio entre conforto e firmeza, mesmo em pisos irregulares. 

A altura livre do solo, de 209 mm, e os ângulos de entrada (20°) e saída (36°) dão ao Kardian capacidade para encarar rampas, valetas e trechos de terra leve com tranquilidade — características fundamentais para o público brasileiro. 

Design e espaço interno: compacto com bom porta-malas 

Por fora, o Kardian segue o novo padrão visual da Renault, com faróis afilados em LED e linhas musculosas. Apesar dos 4.119 mm de comprimento, o SUV oferece bom espaço interno para quatro adultos e porta-malas de 358 litros, volume superior ao de alguns concorrentes diretos. 

Renault Kardian
O Renault Kardian 2025 exibe linhas arrojadas e identidade visual marcante, com destaque para o teto em preto contrastante, assinatura luminosa em LED e detalhes robustos que reforçam sua proposta aventureira. As diferentes vistas evidenciam o design moderno e bem resolvido do SUV compacto

As rodas aro 16 ou 17 polegadas, dependendo da versão, calçam pneus 205/60 ou 205/55, ajudando no visual mais parrudo e na boa aderência nas curvas. 

Veredito

O Renault Kardian pode ser um dos lançamentos mais importantes da marca francesa em décadas no Brasil até a data desta avaliação (outubro de 2024), havia 16.186 unidades emplacadas neste ano, sendo 6.494 Kardian para frotas. 

O Renault Kardian entrega mais do que o visual sugere: bom desempenho, câmbio moderno, consumo eficiente e robustez para o uso urbano e rodoviário. Ele preenche um espaço estratégico no portfólio da marca, mirando consumidores que buscam estilo, mas não renunciam a dirigibilidade e conteúdo técnico. 

Para quem procura um SUV compacto com pegada moderna, o Kardian vale o test drive. E promete esquentar ainda mais a briga entre os turbinados nacionais. 

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Renault Master é eleita “Van do Ano 2025” e anuncia lançamento da versão a hidrogênio

"Van do Ano 2025"
Renault Master H2-Tech, a segunda geração do protótipo a hidrogênio da fabricante francesa

O novo Renault Master conquistou o título de “Van do Ano 2025”, concedido pelo júri do International Van of the Year (IVOTY). Este reconhecimento acontece no mesmo dia em que a fabricante francesa anuncia o lançamento da versão a hidrogênio começará a ser produzido em 2025, solidificando ainda mais sua posição no mercado de veículos comerciais. 

 Plataforma de três energias 

O Renault Master premiado está em geração mais avançada em relação ao modelo comercializado no Brasil. A geração atual europeia se destaca pelo seu design batizado de “Aerovan”, e pela nova plataforma com versões disponíveis em motor diesel, elétrico ou a hidrogênio 

Entre as grandes inovações, o Renault Master H2-Tech foi desenvolvida em colaboração com a HYVIA, uma joint venture entre o Grupo Renault e a Plug, focada em soluções de mobilidade a hidrogênio. O furgão a hidrogênio será comercializado a partir do final de 2025, na Europa. 

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Vila Galvão adota hidrogênio em motor diesel para descarbonização 

No IAA Transportation em Hannover, na Alemanha, o protótipo do Renault Master H2-Tech foi apresentado como um grande avanço tecnológico, antecipando a versão de produção que estará disponível no próximo ano. Com uma autonomia de 700 km em cada abastecimento. Para a sua operação, haverá estações de abastecimento que faz a eletrólise e a produção do hidrogênio.  

Um dos grandes trunfos do Renault Master H2-Tech é seu tempo de recarga. Com uma recarga de hidrogênio em apenas 5 minutos, o veículo oferece uma experiência equivalente a um veículo a combustão. A rede de estações de hidrogênio na Europa, em fase de expansão, será um posto-chave para o sucesso dessa tecnologia. 

Análise  

Os valores do veículo, estações de abastecimento e do kg do hidrogênio ainda não foram revelados. No entanto, já há estimativas de outras empresas. A Raízen e a Shell estão fazendo pesquisa e desenvolvimento no Brasil para a produção de hidrogênio a partir do uso de etanol, e o kg do hidrogênio com esta fonte pode custar R$ 44 o kg, bem mais barato se for utilizado eletricidade da rede pública, fonte que faz o preço subir para R$ 115. Esses valores são o custo de produção do hidrogênio, pois o preço de uma estação de abastecimento pode ultrapassar os R$ 20 milhões.  

Para se ter ideia, um Toyota Mirai, como exemplo por ser o veículo movido a hidrogênio que está há mais tempo no mercado, roda 100 km com um kg de hidrogênio e, estima-se, que uma van deve rodar uns 60 km com a mesma quantidade. O Toyota Mirai começou a ser vendido em outubro de 2015 e nesses nove anos, vendeu 14.105 unidades nos Estados Unidos. Considerando a mesma base de comparação (país e período), o Corolla a gasolina teve 2,8 milhões de unidades comercializada nos Estados Unidos. E o preço do MIrai é apenas 2,29 vezes maior do que o Corolla.  No entanto, a indústria de veículos comerciais acredita que os operadores de transportes estão mais dispostos a investir na transição energética do que o consumidor pessoa física e por isso continuam a investir em diversas soluções, como veículos elétricos, a gás, biodiesel, biometano e HVO.  

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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