O Mercado Livre revelou nesta terça-feira o maior investimento de sua trajetória no Brasil: R$ 34 bilhões. Este valor representa um crescimento significativo de 47,8% em relação a 2024, consolidando a confiança da empresa no mercado brasileiro e reforçando sua liderança global no e-commerce.
Este é o oitavo ano consecutivo em que o Mercado Livre aumenta os recursos destinados ao país, um reflexo de sua visão de longo prazo e compromisso com o desenvolvimento sustentável. O aporte, que inclui bens de capital e uma parte das despesas operacionais, será direcionado para áreas estratégicas como logística, tecnologia para e-commerce, serviços financeiros, além de investimentos em marketing e na contratação de novos talentos.
Atualmente, o Mercado Livre já é a principal fonte de renda para mais de 1 milhão de famílias brasileiras. A operação logística do Mercado Livre no Brasil conta com uma frota de 2.800 veículos elétricos, tornando-se a maior frota privada de veículos elétricos da América Latina.
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Proibida de transportar passageiros, Grilo foca na entrega de cargas
Em meio aos desafios da logística urbana para entrega de mercadorias do e-commerce, o triciclo surge como mais uma alternativa. A startup Grilo Mobilidade, fundada em 2020, está entre as primeiras do mundo em seu segmento a adotar um modelo para reduzir a poluição e aumentar a segurança no trânsito. No entanto, apesar de seu pioneirismo, na polêmica categoria de transporte de passageiros por aplicativo foi suspensa em São Paulo. Aliás, o que favoreceu a logística urbana de carga com a mudança de foco.

Os triciclos elétricos da Grilo são um exemplo na mobilidade urbana. Com cabine fechada e velocidade máxima de 50 km/h, eles reduzem, teoricamente, em 90% o risco de acidentes fatais. A saber, desde sua criação, os veículos da startup já percorreram o equivalente a 25 voltas ao redor do planeta, sem qualquer registro de acidente com danos corporais, graças aos rigorosos protocolos de segurança adotados.
Mesmo com uma decisão favorável do Grupo de Trabalho do Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV), que envolveu especialistas e entidades do setor, a regulamentação da categoria de passageiros ainda não foi estabelecida em São Paulo.
Para o CEO da Grilo, Carlos Novaes, a regularização é uma medida urgente para cidades que buscam alternativas mais inteligentes e sustentáveis para o transporte urbano. “Grandes centros urbanos como São Paulo precisam de soluções eficientes para deslocamentos de curta distância. Apesar da suspensão do transporte individual de passageiros por aplicativo, nos adaptamos e seguimos operando na capital paulista com a entrega de mercadorias para empresas de diferentes portes”, afirma.
Pequenos deslocamentos
Os chamados “pulos” da Grilo, pequenos deslocamentos sustentáveis, rápidos e seguros, exemplificam o potencial desse tipo de serviço para transformar a mobilidade nas cidades. “Precisamos encontrar meios de construir cidades mais inteligentes, que ofereçam soluções seguras e eficientes para os cidadãos. Adotar alternativas sustentáveis pode ser o caminho, mas é fundamental reduzir a burocracia para viabilizar essas mudanças”, conclui Novaes.
Sobre a Grilo e os concorrentes
Com atuação em Porto Alegre e São Paulo, a Grilo Mobilidade tem como missão reimaginar a mobilidade urbana. Assim, promovendo alternativas sustentáveis para deslocamentos de curta distância. A startup se posiciona como a primeira plataforma global de mobilidade urbana de impacto, alinhada às práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Seu serviço é voltado para parcerias com empresas no transporte de mercadorias e passageiros, utilizando triciclos 100% elétricos movidos a bateria.
No entanto, ela não está sozinha nesse mercado. Aliás, aqui estão alguns concorrentes que também utilizam triciclos ou veículos similares para transporte de carga:
- Tuk-tuks: Inspirados nos populares veículos asiáticos, os tuk-tuks são uma alternativa sustentável e eficiente para o transporte urbano. Eles são comuns em países como a Índia e estão ganhando espaço no Brasil.
- Uber e 99: Embora sejam mais conhecidos pelo transporte de passageiros, essas empresas também estão explorando o uso de triciclos elétricos para deslocamentos curtos e entregas.
- Movida: Em parceria com a Uber, a Movida lançou um serviço de transporte por tuk-tuks elétricos em Vitória, Espírito Santo, embora o serviço tenha sido descontinuado durante a pandemia.
Qualquer inovação, por mais fantástica que seja sob todos os pontos de vista, que ameace a hegemonia do transporte coletivo de pessoas pelos ônibus nas grandes cidades será proibida. Sob a máscara da segurança, o Grilo, os tuk tuks as motocicletas, patins, skates e tudo o que possa eventualmente transportar um passageiro melhorando a fluidez do tráfego mas gerando alguma receita, será imediatamente alçada á condição de perigosa. Chega a ser patética a proteção das prefeituras ás empresas de ônibus. Estranho, muito estranho.