quarta-feira, dezembro 17, 2025

Comparativo caminhões 4×2: VW Constellation 19.380 vs Mercedes-Benz Axor 2038

No competitivo mercado brasileiro de cavalos mecânicos 4×2, dois modelos se destacam como na faixa de 380 cavalos e preço abaixo dos R$ 800 mil: o VW Constellation 19.380, tem preço sugerido de fábrica de R$ 900.386, e o Mercedes-Benz Axor 2038, com preço de lançamento de R$ 698 mil.

Ambos são projetados para o transporte rodoviário de cargas em médias e longas distâncias, oferecendo diferentes abordagens para atender às exigências de frotistas e caminhoneiros. Neste comparativo técnico e funcional, destrinchamos as principais características de cada modelo.

Motorização: equilíbrio entre força e eficiência

No coração do Constellation 19.380 está o motor Cummins L9, com 6 cilindros e 8,9 litros, que entrega 375 cv de potência a 1.900 rpm e 1.700 Nm de torque entre 1.100 e 1.400 rpm. O propulsor adota a injeção Common Rail e atende ao Proconve P-8 com o sistema SCR, que utiliza ARLA 32.

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Já o Axor 2038 aposta no motor de fabricação própria OM 460 LA, de 12,8 litros, também de 6 cilindros em linha, que entrega 381 cv a 1.600 rpm e 1.900 Nm de torque a partir de 1.100 rpm. A diferença de cilindrada revela um motor mais “folgado” para operações pesadas, com maior reserva de torque e elasticidade.

Vantagem: Axor 2038, pela maior cilindrada e torque superior, que favorecem desempenho em trechos com maior exigência de força.

Transmissão: automatização e versatilidade

Ambos os modelos são equipados com transmissões automatizadas de 12 marchas, sem pedal de embreagem, mas com diferenças importantes:

  • O VW Constellation utiliza caixa ZF 12TX 2624 TD, com relações amplas que vão de 16,69:1 na primeira marcha a 1,00:1 na última.
  • O Axor conta com duas opções: G 291-12 (para a versão com eixo sem redução nos cubos) ou G 340-12 (com redução), ambas da linha PowerShift 3. A ficha técnica do Axor peca por não apresentar as relações das marchas.

Vantagem: Empate técnico, mas o Axor oferece mais opções de configuração de eixo, apesar que as vantagens de CMT na configuração 4×2, dificilmente, são aplicações na maioria das operações.

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Suspensão e conforto de rodagem

O Constellation 19.380 tem suspensão dianteira com molas parabólicas e traseira pneumática air link, ideal para conforto com estabilidade. Já o Axor 2038 adota molas parabólicas tanto na dianteira quanto na traseira, focando robustez e simplicidade mecânica — compensada pela suspensão pneumática da cabine nas versões Leito. Porém, uma fonte já revelou que, em breve, o Axor contará com a opção de suspensão pneumática.

Vantagem: VW Constellation, pela suspensão pneumática traseira de série, mais indicada para preservar carga e conforto.

Tecnologia e segurança

Ambos os modelos entregam um pacote completo de segurança, lembrando que a maioria dos itens são obrigatórios por lei:

  • ABS
  • EBS
  • Controle de tração (ASR)
  • Assistente de partida em rampa (HSA / Hill Holder)
  • Controle de estabilidade (ESC)

O Axor ainda oferece freio de cabeçote (Top Brake) e opção de retarder, além de luzes de frenagem de emergência (ESS) e distribuição eletrônica de frenagem (EBD).

Vantagem: Axor 2038, por entregar recursos adicionais de segurança ativa e freio auxiliar mais completo.

Dimensões e capacidade operacional

Especificação VW Constellation 19.380 Mercedes-Benz Axor 2038
PBT homologado 16.000 kg 16.000 kg (legal) / 20.100 kg (técnico)
CMT 45.000 kg 62.000 kg (G291) / 68.000 kg (G340)
Distância entre eixos 3.560 mm 3.552 mm
Tanque de combustível até 780 litros até 730 litros
Altura total (com climatizador) 3.546 mm até 3.662 mm

 

Vantagem: Axor 2038, pelo maior CMT e flexibilidade técnica. Apesar de a superioridade em CMT não ser aplicável em 4×2 na prática, o modelo mostra uma maior robustez e no desempenho, o que é bastante positivo para operação que busca maior velocidade média.

Conclusão: qual é o melhor?

Ambos os caminhões entregam confiabilidade, tecnologia embarcada e ampla rede de suporte, características indispensáveis no competitivo mercado de transporte brasileiro. No fim, a decisão passa pelo tipo de carga, perfil da rota e estratégia de frota.

A escolha entre o VW Constellation 19.380 e o Mercedes-Benz Axor 2038 dependerá diretamente do preço e vantagens após a negociação. Vale lembrar que os preços sugeridos de fábrica é o chute inicial da bola em uma partida de futebol. Inclusive, a cotação média nacional do Constellation 19.380 na Tabela Fipe de julho está em R$ 758 mil. Comprador e vendedor vão trabalhar bastante até chegar em uma negociação para o apito final da partida.

Grupo Noromak cresce no interior de São Paulo com novas unidades da Volare

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O Grupo Noromak, concessionária Volare responsável pelo atendimento no interior do Estado de São Paulo, anunciou a ampliação de suas operações nas cidades de Araçatuba e Bauru. O objetivo é suprir o crescimento da demanda na região centro-oeste paulista. “Escolhemos locais estratégicos, com infraestrutura adequada para garantir atendimento de alto padrão. Neste ano em que celebramos 25 anos de parceria com a marca Volare, nosso propósito é oferecer uma experiência completa e diferenciada aos clientes”, destacou Marcus Pinese, diretor da Noromak. 

As novas instalações contam com showrooms para exposição de veículos, oficinas equipadas para serviços de mecânica, elétrica, funilaria e pintura, além de áreas específicas para lavagem de veículos. 

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Araçatuba

Localizada na Rua Brigadeiro Faria Lima, 350 – Jardim do Trevo, a nova sede própria da Noromak dispõe de 3.400 m² de área construída. A unidade está equipada com ferramentas de metrologia, ferramental completo para instalação e manutenção de ar-condicionado automotivo e modernos equipamentos de diagnóstico, como Vision, Insite, VMS, MMS e Rasther III. 

Bauru

O posto de serviços de Bauru, situado na Rua Maceió, 625 – Vila Cardia, possui 600 m² de área construída. A estrutura é preparada para realizar todos os tipos de manutenção em carroceria e chassi, abrangendo elétrica, suspensão, motor, câmbio, diferencial, injeção, pós-tratamento e eletrônica embarcada. A unidade também adota práticas sustentáveis, como ecoponto para descarte de resíduos, estações de separação de água e óleo, e box com plataforma elevatória para ônibus. 

Sobre o Grupo Noromak

Fundado em 1962, o Grupo Noroma, com sede em Araçatuba e filiais em Ribeirão Preto e Bauru, a empresa atende mais de 350 cidades do interior paulista e possui uma equipe composta por 40 colaboradores capacitados. 

Iveco anuncia R$ 7,5 bilhões para fortalecer fornecedores no Brasil e Argentina

R$ 7,5 bilhões é o valor que o Iveco Group planeja investe em compras de seus fornecedores de peças e componentes na América Latina, principalmente, no Brasil e Argentina, países onde estão, respectivamente, suas fábricas em Sete Lagoas (MG) e Córdoba. O anúncio foi feito recentemente, durante o Supplier Meeting Latam 2025, encontro anual que reúne os fornecedores do grupo.

Segundo Karel Novák, head de Qualidade e Operações para a América Latina do Iveco Group, com a ampliação da produção de componentes locais, reduziram a dependência de importações, fortalecendo os fornecedores regionais e aumentando a competitividade.

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Marcio Querichelli, presidente da IVECO para a América Latina, ressaltou que a rede de fornecedores é fundamental para enfrentar os desafios políticos e econômicos atuais no Brasil e na Argentina. Ele destacou que o cenário é de maior complexidade e competição devido à instabilidade política, desconfiança elevada, taxas históricas e abertura de mercado na Argentina, tornando a parceria com fornecedores essencial para manter a competitividade e o foco no cliente.

Carlos Tavares, presidente da FPT Industrial Latam, reconheceu os desafios do cenário econômico, mas ressaltou que há grandes oportunidades de crescimento e desenvolvimento de novos negócios na região. Ele destacou que, até 2030, mais de 70 projetos estão em andamento, criando oportunidades para fornecedores locais. Tavares também enfatizou o investimento em tecnologias multienergia, como motores a gás natural e etanol, alinhando-se ao compromisso com a descarbonização e a sustentabilidade.

Shell lança nova coleção de carrinhos Ferrari interativos

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A Shell lançou nova edição de carrinhos colecionáveis da Ferrari, que une a paixão pelo automobilismo à interatividade digital. Os modelos podem ser controlados diretamente pelo celular por meio do aplicativo Shell Racing Legends, que também permite acessar jogo com pistas virtuais.

Os carrinhos reproduzem em escala os clássicos da Ferrari. São 04 modelos. “Mais do que um simples brinquedo, as miniaturas Shell foram pensadas como itens de coleção que unem design, nostalgia e interatividade”, destaca Ricardo Berni, diretor de Marketing & Digital da Raízen.

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Primeira moto elétrica da Honda

Honda
Produção da WN7 começa no final deste ano na Europa

A Honda anunciou sua primeira motocicleta elétrica em tamanho real, a Honda WN7, derivada do conceito EV FUN apresentado na EICMA 2024. O modelo combina design futurista e leveza (217 kg) com desempenho robusto, oferecendo mais de 130 km de autonomia, motor de 18 kW refrigerado a água e torque de 100 Nm — comparável a motos a combustão de 1000 cc. Compatível com carregamento rápido CCS2, a bateria pode ser recarregada de 20 a 80% em 30 minutos ou totalmente em menos de 3 horas com carregador doméstico. Além da versão padrão, haverá uma opção de 11 kW para licença A1, ampliando o acesso ao público. A WN7 trará recursos modernos como tela TFT de 5 polegadas com RoadSync e iluminação LED, com mais detalhes a serem revelados na EICMA 2025.

Seminário Educação para Logística
Realização: Frota Educação. Inscrições: Sympla

Websérie “Histórias de Oficinas”

A PETRONAS Lubrificantes Brasil lançou sua primeira websérie, “Histórias de Oficina”, que será exibida no YouTube entre setembro e dezembro de 2025, com quatro episódios mensais. Entre os episódios, destacaram temas como a rotina dos reparadores, os obstáculos do dia a dia, a participação do consultor automotivo César Urnani e uma experiência especial que conecta os mecânicos ao universo da produção e das pistas.

Executivas da DHL Express são painelistas no Seminário Educação para Logística

O setor logístico nacional terá um encontro estratégico em outubro. No dia 14 de outubro de 2025, o Hotel Pullman Ibirapuera, em São Paulo, recebe o Seminário Educação para Logística – 2025, evento que vai reunir líderes do transporte, logística, indústria automotiva e instituições de ensino para discutir o futuro da formação profissional.

Com seis painéis temáticos, o seminário propõe reflexões e soluções práticas para acelerar o desenvolvimento de competências em um setor que projeta demanda por 3,4 milhões de profissionais qualificados nos próximos anos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

DHL Express leva expertise em capital humano e treinamentos

Entre as painelistas confirmadas estão duas executivas da DHL Express Brasil, referência mundial em transporte expresso.

DHL
Fernanda Rios Muffato, Gerente Sênior de Gestão de Talentos na DHL Express Brasil

No painel “Educação e Emprego: Como Suprir a Demanda de 3,4 Milhões de Profissionais?”, participa Fernanda Rios Muffato, Gerente Sênior de Gestão de Talentos da DHL Express Brasil. Psicóloga formada pelo Mackenzie, com MBA em Gestão de Pessoas pela FGV, ela atua há 12 anos na companhia e lidera as áreas de Recrutamento & Seleção e Desenvolvimento de Pessoas. Sua carreira, marcada também por três anos na Raia Drogasil, combina estratégia de negócios com cuidado genuíno com o capital humano. Apaixonada por desenvolver talentos e criar conexões, ela defende que o ambiente corporativo deve ser um espaço de crescimento, colaboração e impacto positivo.

Seminário
Gláucio Rocha

O painel contará com a mediação de Gláucio Rocha, executivo com mais de duas décadas de atuação estratégica em Supply Chain e Logística. Ao longo de sua carreira, acumulou experiências em empresas de grande porte, nos setores químico, farmacêutico, alimentício, cimenteiro, entre outros. Atualmente, é mestrando pela Fundação Dom Cabral, onde desenvolve pesquisas voltadas à escassez de profissionais qualificados e à crescente demanda por talentos no setor logístico.

 

Empresa e escola

DHL
Daniela Feriotti, Gerente de Treinamento da DHL Express

Já o painel “Conexão Ensino-Empresa: Parcerias que Transformam a Logística” terá a participação de Daniela Feriotti, Gerente de Treinamento da DHL Express Brasil. Com mais de 20 anos de experiência em desenvolvimento de profissionais, Daniela atua há 18 anos na companhia, liderando programas de treinamento e onboarding para equipes e gestores, com foco em qualidade, compliance, segurança e engajamento. Formada em Administração de Empresas, com pós-graduação em Negócios Internacionais e especialização em Aprendizado de Adultos, ela é reconhecida por projetos que impulsionam produtividade, reduzem erros e fortalecem a cultura de melhoria contínua.

Para mediar este painel, contaremos com a jornalista Aline Feltrin, com trajetória iniciada em 2005. Aline Feltrin atuou como repórter em redações de jornais, revistas, agências de notícias e sites, com sólida experiência no setor automotivo e negócios. Tem passagens por veículos como das editoras Abril e Motorpress Brasil, além dos jornais Diário de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.

Seminário
Aline Feltrin

Também construiu sólida carreira em comunicação corporativa e assessoria de imprensa, atuando em grandes corporações e agências de comunicação, com responsabilidade pelo planejamento, definição de objetivos, metas e estratégias de comunicação interna e externa.

Educação como pilar estratégico para a logística

O Seminário Educação para Logística 2025 terá como eixo central a integração entre educação, tecnologia, práticas sustentáveis e oportunidades de carreira. Especialistas e representantes de fabricantes de veículos comerciais também estarão presentes para debater como alinhar a formação técnica e estratégica às necessidades futuras da cadeia logística.

Serviço

Seminário Educação para Logística – 2025
Local: Hotel Pullman Ibirapuera – São Paulo/SP
Data: 14 de outubro de 2025
Horário: das 8h às 18h
Inscrições: limitadas, disponíveis pelo Sympla

Nurik Costa é o novo CFO da Jamef Transportes

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A Jamef, transportadora mineira com atuação em todo o País, anuncia Nurik Costa como o novo Chief Financial Officer (CFO). O executivo tem como missão fortalecer a gestão financeira da companhia e apoiar a expansão sustentável da empresa, na modernização da frota, capacitação de colaboradores e tecnologias.

Com mais de três décadas de experiência, Costa construiu a carreira em empresas brasileiras e multinacionais de setores como indústria, serviços financeiros e comércio exterior. É graduado em Administração Pública e pós-graduado em Finanças e Banking pela Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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Assumir a posição de CFO na Jamef é uma oportunidade de contribuir para o fortalecimento da governança e da eficiência financeira da companhia, que tem uma história sólida e reconhecida no setor de transporte. O objetivo é garantir que a área financeira apoie cada vez mais a expansão e o desenvolvimento do negócio”, afirma o novo CFO da Jamef.

De acordo com Marcos Rodrigues, CEO da Jamef, a chegada de novos profissionais reforça o compromisso da empresa em atrair talentos capazes de trazer diferentes perspectivas e contribuir para o crescimento sustentável do negócio. “Na Jamef, acreditamos que a diversidade de trajetórias fortalece nossa evolução. Cada profissional que se junta ao time acrescenta uma visão singular, que, conectada ao conhecimento já existente, impacta positivamente os resultados e favorece a construção de um ambiente colaborativo e em constante desenvolvimento”, conclui.

+ Notícias curtas

Índice do frete — Em agosto, o preço médio do frete rodoviário no Brasil caiu 0,54%, passando de R$ 7,40 para R$ 7,36 por quilômetro, segundo o Índice de Frete Rodoviário (IFR) da Edenred. A retração foi influenciada pela menor atividade industrial e pelos efeitos da política tarifária dos Estados Unidos, além da queda do dólar e da manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano. No entanto, fatores como o escoamento da segunda safra de milho, o reajuste do piso da tabela de frete em julho e o aumento do diesel — que subiu até 0,81% — limitaram uma queda maior. Para os próximos meses, a expectativa é de pequenas oscilações no IFR, condicionadas ao comportamento dos combustíveis, do câmbio e de possíveis mudanças regulatórias.

Patrocínio — A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou o patrocínio ao Museu de Ciências da Amazônia (MuCA), em Belterra (PA). O MuCA integra ciência, tecnologia e saberes tradicionais em áreas como biodiversidade, bioeconomia, segurança alimentar e turismo sustentável, em parceria com universidades como UFOPA, USP e UFPA. Entre os resultados já impulsionados estão a inclusão produtiva e formação técnica de moradores, apoio a cadeias da bioeconomia, incentivo ao empreendedorismo comunitário, pesquisa aplicada e a criação de espaços educativos como o Restaurante Escola e o Laboratório de Inovação.

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Realização: Frota Educação. Inscrições: Sympla

O Brasil já importa mais diesel dos Estados Unidos do que da Rússia

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O Brasil alterou de forma significativa o perfil de seus fornecedores de diesel desde julho de 2025. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que, entre janeiro e junho, a Rússia respondeu por 53% das importações, enquanto os Estados Unidos representaram 19,5%. Em julho, o cenário se inverteu: os EUA passaram a fornecer 45% do volume importado, contra 35% da Rússia, segundo registros da ANP e análises da consultoria Datamar. A mudança reforça a dependência externa do país e amplia a exposição a fatores geopolíticos fora do controle interno.

A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) aponta que o fluxo de cargas oriundas dos EUA ganhou tração ao longo do inverno do Hemisfério Norte e que, entre agosto e setembro, as entradas americanas tendem a superar as russas — a depender de preço, disponibilidade e frete —, movimento coerente com a leitura do Preço de Paridade de Importação (PPI) divulgada em agosto pela entidade.

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Seminário “Educação para Logística 2025”: os temas importantes para o novo profissional

Para o especialista em combustíveis Vitor Sabag, do Gasola, o revezamento de fornecedores precisa ser observado sob a ótica de risco: “Ao buscar mais contratos com fornecedores americanos, o Brasil reduz a dependência russa no curto prazo; por outro lado, aumenta sua sensibilidade a decisões políticas e comerciais dos Estados Unidos, que podem alterar rapidamente o custo de importação e a previsibilidade de preços“.

Essa sensibilidade não é apenas uma hipótese distante, pois em agosto de 2025, os Estados Unidos dobraram tarifas de importação sobre a Índia, como represália à continuidade das compras de petróleo russo, mostrando como ajustes diplomáticos podem ter repercussões imediatas no mercado internacional.

Para o Brasil, a leitura é de cautela: analistas e agentes de mercado discutem o risco de medidas semelhantes afetarem países que ampliaram compras de diesel e fertilizantes russos desde 2022. “Qualquer restrição, sanção ou tarifa adicional imposta ao comércio de diesel teria efeito direto sobre o consumidor brasileiro, impactando a logística, o transporte de cargas e o preço de mercadorias básicas“, avalia Sabag.

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Apesar de a Petrobras manter o preço interno do diesel estável há quatro meses, o mercado segue exposto às flutuações externas. Isso porque a cotação internacional do combustível e a variação do câmbio continuam influenciando os custos de importação. “Existe uma defasagem natural entre a política de preços nacional e as referências globais; quando o câmbio se move e o frete encarece, a cadeia sente”, reforça o especialista.

Na avaliação de Sabag, os próximos meses dependerão da oferta global e do humor geopolítico: “Se a normalização operacional das refinarias russas se confirmar no fim de 2025 e não houver novas barreiras comerciais do lado americano, a tendência é de alívio relativo; mas qualquer ruído regulatório ou tarifário pode inverter o sinal rapidamente“. Para ele, o ponto central é lembrar que o diesel move o Brasil — do agronegócio ao transporte rodoviário — e que oscilações na oferta ou no preço reverberam em toda a economia, chegando ao bolso da população.

Iveco desafia a crise: veja como a marca cresceu onde o mercado caiu

Terceira colocada entre as fabricantes full-liner de caminhões no Brasil, a Iveco registrou 5.519 unidades emplacadas entre janeiro e agosto de 2025. O desempenho da marca representa um avanço de 0,9%, mesmo diante de um cenário de retração do mercado, que acumula queda de 6,7% no período. No total, o segmento de caminhões contabilizou 74.268 veículos emplacados, com a Iveco consolidando 7,4% de participação. 

A reportagem da Frota News mergulha nos números da Anfavea e da Fenabrave para analisar o desempenho da marca, destacando a posição de seus modelos em cada segmento e a dinâmica peculiar do ranking. 

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O melhor número de emplacamentos de caminhões da marca ocorre no semipesados, com 2.163 unidades, todos da linha Tector. O segmento representa 33% do mercado total e emplacou 23.611 unidades, ficando a fabricante italiana com uma fatia de 9,3%. 

Ainda em números, o segmento de pesados foi o segundo maior para a Iveco, com 1.872 unidades do modelo S-Way, com uma participação de 5,7% dentro de um volume de 33.000 unidades de pesados emplacadas neste ano até agosto. Vale destacar também que a marca cresceu 10,5% em relação aos emplacamentos do mesmo período de 2024.  

Com modelos da linha Daily e Tector, a Iveco emplacou 583 unidades no segmento de médios, o que representou participação de 9,55%. 

A Fenabrave, que representa o setor da distribuição automotiva, divulga, mensalmente, o ranking dos 10 modelos mais vendidos em cinco segmentos: semileves, leves, médios, semipesados e pesados. Vamos conhecer como a marca italiana aparece nesses cinco segmentos.  

Iveco Daily Chassi-Cabine de 3.500 kg de PBT

Outro ponto relevante é a atuação da Iveco no segmento de camionetas de carga com Peso Bruto Total (PBT) de até 3.500 kg, que compõem uma categoria estatística distinta. De acordo com dados da Anfavea, a fabricante registrou o emplacamento de 3.522 unidades do chassi-cabine Daily na área de comerciais leves, o que representa um expressivo crescimento de 53,3% em comparação ao mesmo período de 2024. 

Mercado de ônibus

No mercado de ônibus, a Iveco apresenta o maior crescimento em 2025. Entre janeiro e agosto, a fabricante registrou 1.579 unidades emplacadas, um salto de 30,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando havia contabilizado 1.206 veículos. Esse desempenho coloca a marca em evidência dentro de um segmento que, historicamente, apresenta forte concorrência e grande concentração entre poucos fabricantes.

Agora, confira os números de emplacamentos da Iveco no Brasil desde 1997:
Iveco
Fonte: Anuário da Indústria Automotiva Brasileira – Anfavea
 

Rafael Dolabella, diretor de veículos leves da Rodobens: “Ser o parceiro do próximo passo”

O Grupo Rodobens é uma empresa brasileira com mais de 75 anos de história, que atua em diversos segmentos, oferecendo soluções financeiras e de varejo. Sua atuação se concentra principalmente em cinco áreas: consórcios, seguros, serviços financeiros, locação de veículos e concessionárias de automóveis e caminhões.

A empresa se destaca por sua abordagem integrada, que busca atender às necessidades dos clientes de forma abrangente, combinando a venda de produtos com a oferta de serviços complementares, como financiamentos e seguros. Para conhecer mais a divisão de automóveis e comerciais leves, como a nova Toyota Hiace, conversamos com Rafael Dolabella, diretor Executivos de Automóveis do grupo, que conta com 17 concessionárias, sendo duas Mercedes-Benz Cars, 14 Toyota e uma Hyundai. Confira:

Frota News — Quando pesquisamos sobre a Rodobens, o consórcio aparece como destaque. Mas o grupo vai além disso, certo?
Rafael Dolabella — É verdade. O consórcio é um produto muito forte, mas a Rodobens é um ecossistema. Temos concessionárias de veículos leves e comerciais, banco, corretora de seguros e a própria administradora de consórcios. O diferencial é integrar o varejo automotivo aos serviços financeiros, oferecendo soluções personalizadas para o cliente.

Frota News — Como vocês se diferenciam em um mercado onde os produtos tendem a ser parecidos?
Dolabella — O atendimento é decisivo. Vender um carro ou caminhão pode parecer igual em qualquer lugar, mas o que fideliza é a experiência e o relacionamento. Definimos nosso propósito como “ser o parceiro do próximo passo”: não apenas entregar o veículo, mas estar ao lado do cliente no pós-venda, na manutenção e até no planejamento financeiro.

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Frota News — O cliente de automóvel e o de veículo comercial são tratados de forma integrada?
Dolabella — Curiosamente, menos do que se imagina. Apesar de ambos comprarem marcas fortes como Mercedes-Benz, o cliente de automóvel é diferente do frotista que vê o caminhão como ferramenta de produção. Nossas gestões de CRM são independentes, respeitando a LGPD e o perfil distinto de consumo. As sinergias são mais claras quando falamos de consórcio, por exemplo, mas não entre automóveis e caminhões.

Frota News — E como a Rodobens percebe a separação global da Mercedes-Benz entre carros/vans e caminhões/ônibus?
Dolabella — Para o cliente, não houve impacto relevante. Ele enxerga a marca na ponta, seja no automóvel, seja na Sprinter ou no caminhão. Internamente, é uma mudança de CNPJ e gestão, mas, para quem compra, continua sendo “Mercedes”. O risco seria uma eventual complexidade prejudicar o atendimento, mas até agora a rede tem conseguido lidar bem.

Frota News — Vamos falar da Toyota Hiace, a primeira van da marca no Brasil. Qual a sua avaliação?
Dolabella — O lançamento foi muito bem planejado. A Hiace herda a confiabilidade mecânica da Hilux, o que é um cartão de visita importante. Some a isso um pós-venda estruturado e revisões com preço delimitado, e temos um pacote competitivo. A Toyota foi cautelosa, limitou a produção inicial a 2 mil unidades em 2025, distribuídas pela rede, mas isso valoriza o produto e permite acompanhar de perto o desempenho.

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Frota News — E a versão furgão, que interessa especialmente ao mercado de logística?
Dolabella — Deve chegar entre o fim de 2025 e o primeiro semestre de 2026. Vemos um potencial enorme, especialmente para empresas de e-commerce, que buscam soluções sustentáveis e com bom TCO. O segmento de utilitários leves está muito sensível a custos operacionais, e a Hiace pode ocupar um espaço importante.

Frota News — O senhor mencionou sustentabilidade. Como enxerga a transição energética no Brasil?
Dolabella — A eletrificação ainda é um tabu, mesmo em países mais desenvolvidos. Nos comerciais pesados, as dificuldades são ainda maiores: custo elevado e falta de infraestrutura. No Brasil, híbridos e biometano fazem mais sentido no curto prazo. A Toyota, por exemplo, já é pioneira com o híbrido flex, e a Hilux a biometano apresentada em protótipo mostra caminhos viáveis. O papel da Rodobens é preparar nossas equipes para explicar essas tecnologias e mostrar suas vantagens aos clientes.

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Frota News — Em automóveis, como está sendo a aceitação dos elétricos?
Dolabella — Ainda é lenta. A linha Mercedes EQ, por exemplo, exige muito trabalho de comunicação e treinamento. Não vende nos volumes de um Classe C, mas aos poucos ganha espaço. Nosso desafio é mostrar que, apesar de novo, o produto oferece benefícios reais, ainda que dependa de amadurecimento de mercado.

Frota News — Recentemente, vocês inauguraram uma concessionária Mercedes-Benz padrão alemão em São José do Rio Preto. O que mudou?
Dolabella — Mudou a experiência. A concessionária deixou de ser apenas um espaço de venda e virou um ambiente de relacionamento. O cliente vai tomar um café, conversar com outros proprietários, conhecer os modelos num espaço digitalizado e confortável. Isso aproxima as pessoas da marca, e as vendas acontecem naturalmente como consequência dessa convivência.

Rafael Dolabella
Nova concessionária Mercedes-Benz Cars em São José do Rio Preto

Frota News — Com juros altos, o consórcio ganha mais evidência. Como isso impacta a Rodobens?
Dolabella — O consórcio sempre cresce, independentemente do cenário de juros. Ele atende o cliente planejador, enquanto o financiamento é para quem precisa comprar imediatamente. Não vemos os dois como concorrentes, mas como complementares. É por isso que operamos, inclusive, o Consórcio Mercedes-Benz em formato white label (consórcio dedicado a uma única marca).

Frota News — E quanto às perspectivas de mercado?
Dolabella — 2026 deve ser um ano de consolidação, sem grandes saltos. Acreditamos que 2027 será mais forte, com novas ondas de lançamentos e um cenário econômico mais favorável. A confiança do consumidor é determinante no varejo automotivo, e ela deve se recuperar gradualmente.

Frota News — O pós-venda ganhou muito destaque nos últimos anos. O que a Rodobens tem feito nessa frente?
Dolabella — Estamos ampliando os serviços para manter o cliente no ecossistema. A Toyota, por exemplo, lançou garantia de até 10 anos, revisão programada e programas de seminovos certificados. Além disso, criamos um serviço de assessoria para venda de usados, ajudando clientes que querem trocar de carro sem tempo para negociar. É uma forma de fidelizar e oferecer conveniência.

Frota News — E para os frotistas, como funciona a renovação de frota?
Dolabella — Avaliamos os seminovos como parte da negociação, mas, quando há diferença de expectativa, usamos nossa assessoria para ajudar a vender os carros pelo preço desejado. Funciona tanto para pessoas físicas quanto para locadoras menores. É uma maneira de estar ao lado do cliente, oferecendo alternativas.

Frota News — Para fechar: qual é a mensagem que a Rodobens quer transmitir ao mercado?
Dolabella — Queremos ser reconhecidos como um parceiro de longo prazo, que integra varejo automotivo e serviços financeiros para oferecer soluções completas. Mais do que vender carros, nosso papel é apoiar o cliente em cada etapa da jornada.

 

Marcopolo anuncia retorno ao mercado europeu com Paradiso G8 1200 na Busworld 2025

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A Marcopolo prepara sua volta ao mercado europeu com uma estratégia focada no transporte rodoviário. O movimento será marcado pela apresentação do Paradiso G8 1200, modelo concebido especialmente para atender às exigências de operadores do continente. A estreia acontece durante a Busworld Europa 2025, de 4 a 9 de outubro, em Bruxelas, Bélgica, maior feira global dedicada ao setor.

A presença na Busworld é fundamental para mostrarmos o que temos de mais avançado em design, tecnologia e conforto para o transporte coletivo. O Paradiso G8 1200 representa nossa capacidade de adaptação às demandas globais e reforça nosso compromisso com a expansão internacional da companhia”, afirma André Armaganijan, CEO da Marcopolo.

Estratégia de reentrada

A decisão de retomar operações comerciais no continente foi motivada por transformações recentes do setor. Segundo Armaganijan, o ambiente atual é mais favorável para fornecedores globais com flexibilidade produtiva e capacidade de customização. A Marcopolo identificou uma oportunidade estratégica para oferecer soluções sob medida, unindo experiência internacional à produção no Brasil.

Desenvolvido pela engenharia brasileira, o Paradiso G8 1200 é compatível com os principais chassis disponíveis no continente e segue normas técnicas e homologações específicas da região. O modelo traduz o compromisso da fabricante com inovação, segurança e adaptabilidade global.

Entre os principais diferenciais estão:

  • Design funcional e moderno, com área envidraçada ampliada, para-brisa maior e espelhos redesenhados;
  • Acessibilidade total, incluindo segunda porta no entre-eixos e sanitário reposicionado;
    Interior premium, com poltronas que deslizam para o corredor e portas pantográficas eletropneumáticas;
  • Tecnologia embarcada, como sistema multiplex, conectividade via tablet, soluções de cibersegurança e centralização de comandos;
  • Segurança ativa e passiva, com frenagem autônoma (AEB), alerta de saída de faixa (LDW), controle de cruzeiro adaptativo (ACC), visão 360° e sensores de ponto cego.
Busworld
Painel do modelo a ser exposto, mas devendo ganhar características diferentes conforme o modelo do chassi europeu

O veículo que será exibido na feira mede 13,5 metros de comprimento e acomoda 55 passageiros em assentos Confort AA, equipados com tomadas USB. O conforto é reforçado por ar-condicionado, sistema de áudio e vídeo com DVR, dois monitores de 15,6”, iluminação interna em LED com cromoterapia e isolamento termoacústico de alta performance.

Panorama Europeu – Mercado de Ônibus Rodoviários / Ônibus & Coach

Indicador Valor / crescimento recente Fonte
Tamanho estimado do mercado europeu Bus & Coach US$ 5,85 bilhões em 2024; projeção de chegar a ~US$ 7,71 bilhões até 2030, com CAGR de ~4,7 % entre 2025-30. (techsciresearch.com)
Nº de registros totais de ônibus/ônibus rodoviários em alguns países-chave (2024) França: ~5.807 unidades (+2 % vs 2023); Itália: ~4.920 unidades (+20 %); Espanha: ~4.355 unidades (+16 %); Alemanha: ~5.382 unidades (queda de ~2 %) (Sustainable Bus)
Projeção de veículos zero-emissão até 108.000 veículos zero-emissão (ônibus + coaches) em circulação na Europa até 2030 (Sustainable Bus)
Segmento interurbano / coach (ônibus rodoviários) Está entre os segmentos mais dinâmicos, especialmente com o crescimento do turismo rodoviário, demanda por conforto e pressões regulatórias por emissões mais limpas. (Mordor Intelligence)
Participação por tipo de motorização Diesel ainda tem participação majoritária em muitos mercados, mas elétricos (+ híbridos) têm o mais alto CAGR para o período até 2030; políticas ambientais e subsídios favorecem esta migração. (techsciresearch.com)
Projeção de vendas de ônibus na Europa em unidades ~83.900 veículos vendidos em 2025; crescimento moderado estimado até 2029, para ~89.200 unidades, com CAGR ~1,5 % no total de ônibus. (Statista)