A logística brasileira no Norte do País avança com a concessão da Licença de Instalação para a remoção de obstáculos do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, no Pará. A autorização foi emitida pelo Ibama no último dia 28 de maio e representa um passo decisivo para a consolidação da Hidrovia Tocantins-Araguaia, rota estratégica para o escoamento de cargas entre o Centro-Oeste e os portos do Norte do Brasil.
A obra, há décadas aguardada por diversos setores produtivos, permitirá a remoção de formações rochosas localizadas entre Marabá e o Lago de Tucuruí — um obstáculo que limita a navegação de embarcações, especialmente nos períodos de estiagem. Com a remoção, será possível transportar grãos, minérios e insumos durante todo o ano, com maior eficiência e menor custo.
Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o impacto logístico será nacional. “É uma conquista histórica para o desenvolvimento da região Norte e da logística brasileira como um todo”, afirma Eduardo Rebuzzi, presidente da entidade. “O transporte hidroviário é essencial para reduzir desigualdades e ampliar as opções logísticas do país.”
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Para Daniel Bertolini, vice-presidente extraordinário da NTC&Logística para o Transporte da Amazônia, o derrocamento representa uma virada de chave. “A liberação dessa obra é a resposta a uma demanda antiga do setor. Vai permitir que o transporte fluvial ganhe competitividade real, com menos impacto ambiental e menores custos. É um ganho para toda a cadeia logística nacional”, destaca.
Além de potencializar o uso da hidrovia, a obra também deverá intensificar a conexão entre regiões produtoras e os portos da Amazônia, especialmente Vila do Conde, em Barcarena (PA). Estima-se que a capacidade da hidrovia salte para até 20 milhões de toneladas por ano após a conclusão da obra.
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A decisão do Ibama incluiu uma série de condicionantes ambientais, como monitoramento da fauna, controle da qualidade da água e mitigação de impactos sonoros e vibracionais, garantindo que o avanço da infraestrutura seja acompanhado por responsabilidade ambiental.
Para a NTC&Logística, a diversificação e a integração dos modais são essenciais para o futuro do transporte no país. “A Hidrovia Tocantins-Araguaia é um exemplo de como gargalos históricos podem se transformar em soluções estratégicas com visão de futuro e compromisso com o desenvolvimento sustentável”, conclui Rebuzzi.