segunda-feira, março 17, 2025

Carga refrigerada: as reviravaldas da Forno de Minas para reconquistar a credibilidade

Durantes anos, cresci convivendo com profissionais que faziam transportes de produtos refrigerados e congelados para a Forno de Minas, e, para outras empresas, como a extinta Chapecó, depois adquirida pela Aurora. Este artigo foi inspierado em um comunicado enviado pela Thermo King sobre o polêmico transporte de produtos refriados e congelados. E, sempre que chegam algums releases sobre o tema à redação da Frota News, muitas lembranças de histórias voltam a minha mente. Fui testemunha ouvinte do desprezo de gestores de logísticas da multinacional General Mills, gigante norte-americana da área de alimentos, pela (falta de) qualidade no transporte de produtos delicados. O transporte e manuseio incorretos estão em as principais causas de transmissão de doenças.  

A minha memória vem pela ocasição de quando a General Mills, que adquiriu a Forna de Minas – veja linha do termpo. Este case não posso deixar só na minha memória como jornalista mineiro especializado em transporte e educador. Vejo também muitas descargas irregulares em supermercados, açougues e padarias, e devido a pouco fiscalização por parte da Vigilância Sanitária. 

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Orgulho de Minas Gerais 

A Forno de Minas foi fundada por Maria Dalva Couto Mendonça, conhecida como Dona Dalva, junto com seus filhos Hélida e Helder. A história começou quando Dona Dalva, viúva e com quatro filhos para criar, decidiu vender sua receita caseira de pão de queijo em Belo Horizonte. Com o apoio dos filhos, a empresa cresceu rapidamente e se tornou uma das maiores marcas de pão de queijo do Brasil, a Forno de Minas. 

A General Mills, depois de um péssimo histórico de gestão que fez a marca desvalorizar, vendeu a Forno de Minas de volta aos proprietários fundadores em 2018. A empresa tinha um nível de “turnover” altissímo na diretoria, principalmente, na área de logística. E vendeu por menos de um terço do valor da compra. A decisão “alegada” foi tomada como parte de uma estratégia da General Mills para focar em suas principais marcas globais e otimizar seu portfólio.

Então, por que comprou a Forno de Minas? Para destruir a marca: A venda permitiu que a Forno de Minas voltasse ao controle da família fundadora, que tinha um profundo conhecimento do mercado brasileiro e da marca, possibilitando um crescimento mais alinhado com as necessidades e expectativas locais. A General Mills conseguiu também desvalorizar a marca de sorvete Häagen-Dazs, que chegou a ter lojas points na região nobre dos Jardins, em São Paulo, porém fechadas por problemas de gestão também. 

Trajetória da Forno de Minas 

Forno de Minas
Linha do Tempo – fonte: Forno de Minas

 A logística de transporte refrigerado é um fator crítico para a indústria de alimentos, farmacêutica e outros setores que dependem de um controle rigoroso da temperatura. Para garantir a qualidade dos produtos, a escolha do equipamento adequado deve levar em consideração critérios como eficiência energética, durabilidade, precisão no controle de temperatura, conectividade e suporte técnico especializado. Tudo isso funcionado sob gestão de um gestão sem qualificação? 

Assista o Canal FrotaCast:

Entrada da McCain Foods

Após 2017, a Forno de Minas passou por mudanças significativas em sua estrutura de investidores. Em 2018, a McCain Foods, uma gigante canadense no setor de alimentos congelados, adquiriu uma participação minoritária na empresa, incluindo os 29% que pertenciam ao fundo de private equity Mercatto. Em 2023, a McCain concluiu a aquisição total da Forno de Minas, comprando as ações restantes da família Mendonça. Essa transação consolidou a McCain como a única proprietária da empresa, permitindo uma expansão global e o fortalecimento da marca no mercado brasileiro.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o setor movimenta cerca de R$ 1 trilhão por ano, com uma grande parcela desse montante dependente de um transporte refrigerado eficiente e seguro. Já na indústria farmacêutica, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), cerca de 25% dos medicamentos exigem logística refrigerada para manter sua eficácia.

Arquivo de Frota Educação –https://frotanews.com.br/Categoria/noticias/treinamento/

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Confiabilidade operacional

Depois de experiências negativas, “muitos setores buscam escolher equipamentos de transporte refrigerado que priorizam não apenas o controle adequado da temperatura, mas também a confiabilidade operacional. Por isso, a Thermo King, trabalha com diferentes soluções que oferecem sistemas eficientes e confiáveis, que reduzem os custos operacionais e contribuem para a melhoria na rentabilidade das operações”, Vinilton Souza, líder de Serviços e do Centro de Treinamento na América Latina da Thermo King, empresa pioneira no desenvolvimento de soluções no controle de temperatura para transportes, incluindo unidades de refrigeração para logística de perecíveis. 

eficiência energética tem sido um dos pontos-chave para empresas que buscam otimizar custos e reduzir impactos ambientais. Tecnologias avançadas, como motores de baixo consumo e sistemas inteligentes de controle térmico, permitem um funcionamento mais sustentável sem comprometer o desempenho. Além disso, a conectividade se tornou um diferencial importante, permitindo monitoramento remoto da temperatura e alertas em tempo real para garantir que a carga permaneça dentro dos parâmetros exigidos. Outro fator essencial é o suporte técnico. “O transporte refrigerado não pode parar. Por isso, contar com uma rede de assistência técnica robusta, com técnicos treinados pela fábrica e peças de reposição originais faz toda a diferença para manter a operação rodando sem imprevistos”, reforça Vinilton.

Conectividade avançada

No mundo acelerado da logística moderna, a conectividade avançada é essencial para o sucesso da cadeia fria. Com sistemas e equipamentos inteligentes de gerenciamento de frotas, empresas garantem a agilidade, a precisão e o suporte técnico especializado necessários para proteger produtos sensíveis à temperatura, otimizar a eficiência operacional e fortalecer sua reputação. 

“Esse exemplo demonstra como a tecnologia pode impactar positivamente a cadeia de suprimentos. Nossa missão é garantir que nossos clientes tenham acesso às melhores soluções para manter seus produtos seguros e dentro dos padrões ideais, independentemente das condições externas”, explica Vinilton. 

Tudo que a Thermo King sugere só funciona se o gestor de logística do embarcador for capacitado, tecnica e eticamente, para que o transporte desses tipos de alimentos tão lideracados. E estamos focado nos equipamentos de refrigeração, sem, ainda entrar na questão do tipo de suspensão pneumática, idade média do caminhão, treinamento dos motoristas, qualidades dos pneus etc. 

 

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Filipi Goschrman
Filipi Goschrmanhttps://www.frotanews.com.br
Filipi Goschrman é um profissional com ampla experiência em inteligência de mercado, tendência, comportamento e negócios. Há 10 anos, se dedica a analisar e entender o mercado e os consumidores. Responsável pelo planejamento comercial do Frota News, atua também como diretor executivo do Guia de Turismo de São Paulo, Guide SP, uma plataforma de serviços e soluções para o turismo na cidade de São Paulo.
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