Durantes anos, cresci convivendo com profissionais que faziam transportes de produtos refrigerados e congelados para a Forno de Minas, e, para outras empresas, como a extinta Chapecó, depois adquirida pela Aurora. Este artigo foi inspierado em um comunicado enviado pela Thermo King sobre o polêmico transporte de produtos refriados e congelados. E, sempre que chegam algums releases sobre o tema à redação da Frota News, muitas lembranças de histórias voltam a minha mente. Fui testemunha ouvinte do desprezo de gestores de logísticas da multinacional General Mills, gigante norte-americana da área de alimentos, pela (falta de) qualidade no transporte de produtos delicados. O transporte e manuseio incorretos estão em as principais causas de transmissão de doenças.
A minha memória vem pela ocasição de quando a General Mills, que adquiriu a Forna de Minas – veja linha do termpo. Este case não posso deixar só na minha memória como jornalista mineiro especializado em transporte e educador. Vejo também muitas descargas irregulares em supermercados, açougues e padarias, e devido a pouco fiscalização por parte da Vigilância Sanitária.
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Orgulho de Minas Gerais
A Forno de Minas foi fundada por Maria Dalva Couto Mendonça, conhecida como Dona Dalva, junto com seus filhos Hélida e Helder. A história começou quando Dona Dalva, viúva e com quatro filhos para criar, decidiu vender sua receita caseira de pão de queijo em Belo Horizonte. Com o apoio dos filhos, a empresa cresceu rapidamente e se tornou uma das maiores marcas de pão de queijo do Brasil, a Forno de Minas.
A General Mills, depois de um péssimo histórico de gestão que fez a marca desvalorizar, vendeu a Forno de Minas de volta aos proprietários fundadores em 2018. A empresa tinha um nível de “turnover” altissímo na diretoria, principalmente, na área de logística. E vendeu por menos de um terço do valor da compra. A decisão “alegada” foi tomada como parte de uma estratégia da General Mills para focar em suas principais marcas globais e otimizar seu portfólio.
Então, por que comprou a Forno de Minas? Para destruir a marca: A venda permitiu que a Forno de Minas voltasse ao controle da família fundadora, que tinha um profundo conhecimento do mercado brasileiro e da marca, possibilitando um crescimento mais alinhado com as necessidades e expectativas locais. A General Mills conseguiu também desvalorizar a marca de sorvete Häagen-Dazs, que chegou a ter lojas points na região nobre dos Jardins, em São Paulo, porém fechadas por problemas de gestão também.
Trajetória da Forno de Minas

A logística de transporte refrigerado é um fator crítico para a indústria de alimentos, farmacêutica e outros setores que dependem de um controle rigoroso da temperatura. Para garantir a qualidade dos produtos, a escolha do equipamento adequado deve levar em consideração critérios como eficiência energética, durabilidade, precisão no controle de temperatura, conectividade e suporte técnico especializado. Tudo isso funcionado sob gestão de um gestão sem qualificação?
Entrada da McCain Foods
Após 2017, a Forno de Minas passou por mudanças significativas em sua estrutura de investidores. Em 2018, a McCain Foods, uma gigante canadense no setor de alimentos congelados, adquiriu uma participação minoritária na empresa, incluindo os 29% que pertenciam ao fundo de private equity Mercatto. Em 2023, a McCain concluiu a aquisição total da Forno de Minas, comprando as ações restantes da família Mendonça. Essa transação consolidou a McCain como a única proprietária da empresa, permitindo uma expansão global e o fortalecimento da marca no mercado brasileiro.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o setor movimenta cerca de R$ 1 trilhão por ano, com uma grande parcela desse montante dependente de um transporte refrigerado eficiente e seguro. Já na indústria farmacêutica, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), cerca de 25% dos medicamentos exigem logística refrigerada para manter sua eficácia.
Arquivo de Frota Educação –https://frotanews.com.br/Categoria/noticias/treinamento/

Confiabilidade operacional
Depois de experiências negativas, “muitos setores buscam escolher equipamentos de transporte refrigerado que priorizam não apenas o controle adequado da temperatura, mas também a confiabilidade operacional. Por isso, a Thermo King, trabalha com diferentes soluções que oferecem sistemas eficientes e confiáveis, que reduzem os custos operacionais e contribuem para a melhoria na rentabilidade das operações”, Vinilton Souza, líder de Serviços e do Centro de Treinamento na América Latina da Thermo King, empresa pioneira no desenvolvimento de soluções no controle de temperatura para transportes, incluindo unidades de refrigeração para logística de perecíveis.
A eficiência energética tem sido um dos pontos-chave para empresas que buscam otimizar custos e reduzir impactos ambientais. Tecnologias avançadas, como motores de baixo consumo e sistemas inteligentes de controle térmico, permitem um funcionamento mais sustentável sem comprometer o desempenho. Além disso, a conectividade se tornou um diferencial importante, permitindo monitoramento remoto da temperatura e alertas em tempo real para garantir que a carga permaneça dentro dos parâmetros exigidos. Outro fator essencial é o suporte técnico. “O transporte refrigerado não pode parar. Por isso, contar com uma rede de assistência técnica robusta, com técnicos treinados pela fábrica e peças de reposição originais faz toda a diferença para manter a operação rodando sem imprevistos”, reforça Vinilton.
Conectividade avançada
No mundo acelerado da logística moderna, a conectividade avançada é essencial para o sucesso da cadeia fria. Com sistemas e equipamentos inteligentes de gerenciamento de frotas, empresas garantem a agilidade, a precisão e o suporte técnico especializado necessários para proteger produtos sensíveis à temperatura, otimizar a eficiência operacional e fortalecer sua reputação.
“Esse exemplo demonstra como a tecnologia pode impactar positivamente a cadeia de suprimentos. Nossa missão é garantir que nossos clientes tenham acesso às melhores soluções para manter seus produtos seguros e dentro dos padrões ideais, independentemente das condições externas”, explica Vinilton.
Tudo que a Thermo King sugere só funciona se o gestor de logística do embarcador for capacitado, tecnica e eticamente, para que o transporte desses tipos de alimentos tão lideracados. E estamos focado nos equipamentos de refrigeração, sem, ainda entrar na questão do tipo de suspensão pneumática, idade média do caminhão, treinamento dos motoristas, qualidades dos pneus etc.