Conheça em detalhes o novo marco da Volvo no Brasil: o início da produção global dos ônibus elétricos articulado e biarticulado BZRT, desenvolvidos para sistemas BRT com zero emissões, alta capacidade de passageiros, avançada tecnologia de segurança e conectividade. A matéria mostra como a fábrica de Curitiba se consolida como referência em inovação e sustentabilidade
no transporte coletivo urbano
A Volvo Buses é a a sétima montadora a iniciar a produção de ônibus elétrico em série. A montadora sueca, com fábrica em Curitiba (PR), anunciou o início da montagem dos chassis de ônibus biarticulados e articulados 100% elétricos. A unidade produziu nesta semana o primeiro chassi BZRT biarticulado elétrico da marca em todo o mundo, consolidando o Brasil como centro de excelência em eletromobilidade para sistemas de transporte de alta capacidade.
Com 28 metros de comprimento e capacidade para transportar até 250 passageiros, o novo biarticulado Volvo BZRT de ser uma alternativa sustentável e altamente eficiente aos sistemas metroviários na visão da fabircante. A Volvo argumenta que o modelo tem potencial para operar com o mesmo volume de passageiros de um metrô, porém com custos de implantação e operação muito mais baixos – e sem emissões de CO₂.
“O início da produção no Brasil marca um passo importante no compromisso da Volvo com a descarbonização dos transportes. Temos a meta de zerar as emissões de CO₂ de nossos veículos até 2040”, afirma André Marques, presidente da Volvo Buses na América Latina. O modelo é fruto de um ciclo de investimentos de R$ 1,5 bilhão da Volvo no País, previsto para o período entre 2023 e 2025.
Desempenho 100% elétrico
O BZRT é equipado com dois motores de 200 kW cada (totalizando 400 kW ou 540 cv), alimentados por até oito baterias que somam 720 kWh de capacidade energética. A recarga completa pode ser feita entre 2 e 4 horas, dependendo do tipo de estação. A localização central dos motores, sob o piso, melhora a distribuição de peso e a estabilidade do veículo. As baterias, também posicionadas na parte inferior, liberam o salão para maior conforto dos passageiros.
“Reunimos os atributos dos nossos articulados e biarticulados convencionais, consagrados mundialmente, com as vantagens da mais avançada tecnologia elétrica do Grupo Volvo”, destaca Alexandre Selski, diretor de eletromobilidade da Volvo Buses na América Latina. Segundo ele, a estrutura do chassi, os eixos e os sistemas de suspensão seguem o padrão robusto dos modelos anteriores, garantindo confiabilidade operacional.

Segurança e tecnologia embarcada
O novo ônibus elétrico também incorpora o conceito de Visão Zero Acidentes, uma meta global da Volvo para eliminar fatalidades no trânsito. O BZRT conta com um conjunto de dispositivos de segurança ativa, como câmeras que identificam riscos fora do campo de visão do motorista, sensores nos pontos cegos laterais e frontais, além de reconhecimento de placas de trânsito com alertas no painel de instrumentos.
Outro destaque é o sistema Volvo Dynamic Steering (VDS), que proporciona precisão na direção, melhora a estabilidade do veículo e reduz o esforço físico dos motoristas. Em complemento, o BZRT já sai de fábrica preparado para o sistema de “Zonas de Segurança”, que pode reduzir automaticamente a velocidade do ônibus em áreas de risco, como entorno de escolas e hospitais, via geolocalização. “Algumas cidades tiveram até 50% de redução de colisões com esse sistema”, comenta Selski.
Tradição em inovação
Com quase 100 anos de tradição na produção de ônibus – o primeiro modelo foi fabricado em 1928 na Suécia –, a Volvo tem no Brasil um de seus principais centros de desenvolvimento e produção de veículos pesados. A fábrica de Curitiba iniciou a produção de ônibus em 1979 e, desde então, protagonizou projetos inovadores como os primeiros ônibus híbridos do país e os modelos biarticulados, que tornaram a marca sinônimo de transporte BRT em diversos continentes.
Agora, ao liderar a produção mundial de ônibus elétricos biarticulados, a Volvo reafirma seu compromisso com o futuro da mobilidade urbana sustentável. E o Brasil, mais uma vez, é o berço dessa transformação.
Atualmente, excluindo os importadores, o Brasil conta com cinco montadoras que já produzem:
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Eletra – Empresa 100% brasileira, com fábrica em São Bernardo do Campo (SP), produz ônibus elétricos e híbridos, utilizando chassis de fabricantes como Mercedes-Benz e Scania, além de componentes nacionais como motores e baterias da WEG.
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BYD – Multinacional chinesa com planta em Campinas (SP), produz ônibus elétricos no Brasil desde 2015. A empresa possui capacidade instalada para fabricar até 2.000 chassis por ano e já forneceu centenas de unidades para frotas urbanas no país.
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Mercedes-Benz – Produz o chassi elétrico eO500U em sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) desde 2022, voltado para ônibus urbanos com zero emissões. Mercedes-Benz também está na fase final de testes do articulado eO500UA.
- Marcopolo – A Marcopolo iniciou a produção do Attivi Integral, seu primeiro ônibus 100% elétrico com chassi e carroceria próprios, no segundo semestre de 2022. Inicialmente produzido em Caxias do Sul (RS), a produção foi transferida em 2024 para a fábrica de São Mateus (ES), que recebeu um investimento de R$ 50 milhões para se tornar um centro de excelência em eletromobilidade. O Attivi Integral possui autonomia de até 280 km e capacidade para até 91 passageiros.
- Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO)
Confirmou o início da produção do modelo e-Volksbus em sua fábrica em Resende (RJ) no segundo semestre de 2024. -
Volvo – Iniciou a produção de ônibus elétricos articulados e biarticulados na unidade de Curitiba (PR), com o modelo BZRT, voltado para sistemas BRT de alta capacidade.
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Scania– Confirmou o início da produção do modelo K 230E B4x2LB, com quatro ou cinco pacotes de baterias e tração 4×2, suportando carrocerias de 12 a 14 metros. Ele foi lançado na última Lat.Bus 2024 e as entregas começam em setembro.
Além das montadoras com produção nacional, o mercado brasileiro de ônibus elétricos também conta com a presença de fabricantes estrangeiros que atuam exclusivamente por meio da importação de veículos. As principais são:
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Higer Bus (China)
Presente no Brasil em parceria com a TEVX Motors, a Higer tem ampliado sua atuação no segmento de ônibus elétricos com modelos articulados e padrão para o transporte urbano, testados em cidades como São Paulo. -
Ankai (China)
Outra fabricante chinesa com presença crescente no Brasil, a Ankai fornece ônibus elétricos por meio de importação direta, oferecendo alternativas para operadoras interessadas na eletrificação de suas frotas.
Validação na América Latina
A Volvo iniciará um programa de validação de ônibus biarticulados 100% elétricos na América Latina. A atividade, inédita na região, terá início em Curitiba (PR), onde atualmente está localizada a sede das operações da marca no continente. Após os testes iniciais no Brasil, testarão os veículos também em Bogotá, na Colômbia, e na Cidade do México.
Os biarticulados elétricos, com zero emissões de CO₂, são mais uma alternativa para grandes metrópoles que possuem ou planejam implementar sistemas BRT (Bus Rapid Transit). Como resultado, esses veículos prometem aumentar a eficiência e a descarbonização no transporte de passageiros, oferecendo uma alternativa sustentável aos tradicionais ônibus a diesel.
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O chassi biarticulado elétrico é o maior veículo do portfólio de elétricos da Volvo, o que lhe confere alta eficiência no transporte de massa. “Um BRT com estes veículos consegue transportar a mesma quantidade de passageiros que um sistema de metrô, mas com custos de implantação e operação infinitamente menores e com zero emissões”, afirmou André Marques, presidente da Volvo Buses América Latina. Quando lançado comercialmente, o chassi será produzido no complexo industrial da Volvo em Curitiba, podendo ser exportado para diversos países com sistemas BRT.
Chassi consagrado
Mantendo as características dos modelos a diesel, o biarticulado elétrico utiliza o mesmo quadro de chassi, eixos e suspensão, mas agora com um trem de força elétrico do Grupo Volvo. O motor elétrico, posicionado entre o primeiro e o segundo eixos, garante uma melhor distribuição de carga e viabiliza carrocerias com salões completamente livres para os passageiros. Em carrocerias de 28 metros, a capacidade de transporte é de até 250 passageiros. “Estamos conciliando a base mecânica consagrada há anos em nossos biarticulados a diesel com a mais moderna tecnologia de ônibus elétricos Volvo”, destacou assim, Alexandre Selski, diretor de eletromobilidade ônibus da Volvo na América Latina.

Equipado com dois motores elétricos de 200 kW cada, totalizando 400 kW (equivalente a 540 cv), e uma caixa de câmbio automatizada de duas velocidades, baseada na transmissão Volvo I-Shift, o biarticulado elétrico oferece elevada capacidade para vencer aclives transportando até 250 passageiros com menos vibração, ruído e maior vida útil.
Com até oito baterias, somando 720 kWh de capacidade total, o veículo tem uma autonomia de até 250 quilômetros e pode ser recarregado completamente entre 2 e 4 horas. Há também a opção de carregador no teto para recargas rápidas em terminais BRT.
Saiba mais:
A eletrificação do biarticulado representa um avanço significativo na evolução dos sistemas BRT. “Desde o início, o biarticulado Volvo sempre trouxe alta eficiência, transportando mais passageiros com menos emissões. Agora, com veículos 100% elétricos, vamos zerar completamente os gases de efeito estufa”, explicou Alexandre Selski.
Introduzido pela Volvo há mais de 30 anos, o conceito de ônibus biarticulados evoluiu continuamente. Além disso, é adotado em dezenas de cidades na América Latina, como Curitiba, Bogotá, Rio de Janeiro, Goiânia, Santo Domingo, San Salvador, Quito, Cidade do México, Cidade da Guatemala, Guayaquil, Manaus, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Cali, Bucaramanga e Santiago.
A Volvo tem metas ambiciosas de reduzir em 50% os gases de efeito estufa em seus veículos até 2030 e em 100% até 2040. Afinal, os ônibus elétricos desempenham um papel crucial nessa jornada de descarbonização. “Com a validação da versão elétrica do nosso biarticulado, estamos fortalecendo nosso compromisso com soluções para um transporte 100% mais seguro, eficiente e livre de CO₂”, concluiu André Marques.
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