segunda-feira, maio 20, 2024

Transição energética: o que o Brasil pode aprender com outros países

Assim como ocorre com a indústria de automóveis de passeio, com dificuldade de acompanhar a indústria entrante, o mesmo ocorre na indústria de caminhões. As novas marcas estão inovando mais, principalmente, com relação às tecnologias para a transição energética. Na foto deste artigo, temos dois caminhões movidos a hidrogênio. São tecnologias que funcionam em alguns países no mundo. São marcas novas. E no Brasil, o que temos sobre transição energética? Quase nada perto do que ocorre no mundo.

Em eletromobilidade, uma solução ainda cheia de desafios, temos vários projetos, pouco viáveis financeiramente. Em bioenergia brasileira, temos a Scania com os caminhões a gás. Que podem ser movidos por meio do gás biometano que faz parte da economia circular. Fora Scania, temos a promessa da Iveco Brasil, que apresentou seus caminhões a gás na última Fenatran, em 2022. Mas que até hoje não estão nas concessionárias da marca.

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O que mais temos? Apenas o que a legislação obriga, caminhões que devem respeitar a legislação ambiental do Proconve P8, equivalente ao Euro 6.

O Frota News mostra, neste tema de transição energética, acontecendo no mundo que são exemplos de iniciativas que o Brasil deveria ser pioneiro, exemplo, e não retardatário. Mas somos retardatários. O que requeremos? Deixarmos de ser refratários. Trabalharemos para isso!

O Porto de Oakland, na Califórnia, está prestes a se tornar um ponto central na emergente infraestrutura de abastecimento de hidrogênio para caminhões comerciais Classe 8, graças à inauguração de uma nova estação de reabastecimento por FirstElement Fuel. Este desenvolvimento promete revolucionar o setor de transportes pesados e reduzir significativamente as emissões de gases poluentes.

Poderia ser no Brasil, mas a FirstElement Fuel, líder no fornecimento de hidrogênio na Califórnia com uma participação de mercado de 80%, expande suas operações com a abertura da primeira estação comercial de hidrogênio para caminhões pesados fora do porto de Oakland. A estação é equipada com duas bombas robustas que podem abastecer até 200 caminhões por dia, cada um em apenas 10 minutos para uma carga completa de 80 kg de hidrogênio.

Esta nova estação faz parte do ambicioso projeto NorCal Zero, uma iniciativa financiada pela Comissão de Energia da Califórnia e pelo Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia, com parcerias estratégicas, incluindo a Hyundai Motor Company e o Centro de Transporte e Meio Ambiente.

A tecnologia da estação inclui uma bomba criogênica da Bosch Rexroth, que transforma hidrogênio líquido em comprimido frio eficientemente, permitindo uma capacidade impressionante de 18.000 kg de hidrogênio por dia. Isso marca uma evolução significativa desde os primeiros sistemas da empresa que apenas podiam gerenciar 200 kg diários em 2015.

O hidrogênio líquido, usado pela estação, oferece vantagens claras em termos de densidade e eficiência de armazenamento em comparação ao hidrogênio gasoso, possibilitando um armazenamento mais compacto e menos entregas.

No âmbito do transporte, a Hyundai forneceu 30 caminhões pesados. A saber, com célula de combustível Hyundai Xcient para o projeto, operados por Glovis America e Global Expedited Transportation Freight. Além disso, um acordo com a Nikola garante o abastecimento de seus caminhões de hidrogênio na região.

Esses caminhões movidos a hidrogênio apresentam vantagens significativas sobre os veículos elétricos a bateria. Bem como, maior capacidade de carga útil e tempos de reabastecimento mais rápidos, essenciais para operações eficientes em portos e outras áreas logísticas.

A implementação deste projeto não só promete reduzir milhões de libras de CO₂. E nem outros poluentes, mas também servirá como um modelo para expansões futuras. Aliás, com a necessidade de milhares de estações de reabastecimento de hidrogênio previstas para a próxima década para atender à demanda crescente por soluções de transporte mais limpas e eficientes.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Sou jornalista no setor da mobilidade desde 1988, com atuações em jornais, nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, como editor da revista Transporte Mundial entre 2002 e maio de 2023, e com experiência em cobertura na área de transporte no Brasil e em cerca de 30 países. Representante do Brasil como membro associado do ITOY (International Truck of the Year), para troca de experiências e conteúdos jornalísticos. Mais, recente começou como colaborador do corpo docente na Fabet (entidade educacional sem fins lucrativos).
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