segunda-feira, maio 20, 2024

Por que a indústria de implementos pesados cresce e a de leves cai?

Uma das coisas mais difíceis é interpretar números estatísticos de segmentos da economia. Os estatísticos não conseguem comunicar os números para os leitores. Aqui entra o trabalho do jornalista especializado que estuda o setor há décadas. Interpretar os números. E, mesmo assim, não é fácil, pois não respondem ou não sabem responder todas as nossas perguntas.

Fazemos isso com os números da Carta da Anfavea , da Fenabrave e da ANFIR, para focarmos nos números que interessam ao setor de transporte e logística. O meu cliente é o frotista, cheio de dúvidas.

Neste artigo, vamos focar nos números do último trimestre da indústria de implementos rodoviários, divulgados pela Anfir.

implementos
Os números de emplacamentos do Denatran deixam claro as razões

Então, vamos entender os principais números (não vamos fazer isso com todos os números, pois iria virar uma reportagem de dezenas de páginas).

Qual é a manchete dos jornais e sites especializados em transporte?

“A indústria de implementos rodoviários teve queda de 4,28%”. É verdade? Sim e não. Vamos entender isso.implementos

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As estatísticas da Anfir deixam claro os números, mas entender as razões de crescimento ou queda de segmentos é preciso de uma análise demoradaA queda de 4,28% é a média de diversos segmentos. Há os que cresceram muito e há os que tiveram desempenho negativo. Analisar média não é fácil. Exige trabalho.

Então, para ficar muito claro isso, vamos analisar os dois segmentos que tiveram os melhores desempenhos e os dois que tiveram o pior desempenho. A partir disso, vamos entender por que a média foi negativa. Mas ela não foi. É só uma questão de ponto de vista. A dor foi para quem e por qual motivo?

Se as fabricantes de caminhões semileves tiveram queda de 35,3%, a de leves menos 21,1, a de médios 21,’% e de semipesados, de menos 12,1%, o transportador vai comprar implemento sobre chassi para colocar a onde? Já no semento de pesados houve crescimento de 3,2%. No caso de pesados, devemos saber que um cavalo mecânico, como líder no mercado, o FH 540 da @Volvo Caminhões, puxa dois semirreboques, ou seja, os 3,2% viram 6,4%.

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Vamos fazer a análise da seguinte forma, pois temos que ter critério: comparar o segmento que puxou a média para o “fundo do poço com o segmento que puxou a média para o céu”.

O pior desempenho do setor no primeiro trimestre foi dos fabricantes de baú lonado (“sider”) sobre chassi (segmento leve), com uma redução de 42,98% (121 unidades em 2023 e 69 em 2024). Há várias razões para isso, e precisaria de muita pesquisa para entender os motivos, mas ninguém investe em pesquisa, e confia no achismo. Mas vamos pegar um exemplo baseado nas estatísticas da Anfavea. Se as vendas de caminhões semileves tiveram queda de 35,3%, e o de leves

O melhor desempenho foi do setor de tanque de carbono inox, crescimento de 49,96% (1.199 unidades em 2023 e 1.798 em 2024).

O segundo pior desempenho desta indústria foi basculante sobre chassi: queda de 35,87%, com 2.585 unidades em 2023 e 1.659 basculantes.

No segundo melhor resultado foi de graneleiro de carga seca, com crescimentos 36,72%, com 4.137 unidades entre 2023 e 5.656 graneleiros em 2024, sempre considerando a comparação no mesmo período, o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2023.

Para o texto não ficar muito longo, colocando a estatística da Anfir abaixo, e o leitor pode comparar o segmento de seu interesse.

O fato é que existe problema na indústria de implementos leves (carroceria sobre chassi) e existe prosperidade na indústria de semirreboques e reboques. A indústria de leves puxa a média para baixo, mas a indústria de pesados, é gigante.

A indústria de leves precisa evoluir, dialogar, fazer novas propostas, se reinventar, pois a de implementos pesados faz isso há décadas. Existe uma diferença gigante entre esses dois segmentos. E alguém precisava falar sobre isso!

Para saber mais, leia o Frota News e a revista digital Frota News com artigos exclusivos:

Qual é a manchete dos jornais e sites especializados em transporte?

“A indústria de implementos rodoviários teve queda de 4,28%”. É verdade? Sim e não. Vamos entender isso.

A queda de 4,28% é a média de diversos segmentos. Há que os cresceram muito e há que tiveram desempenho negativo. Então, para ficar muito claro isso, vamos analisar os segmentos que tiveram os melhores desempenhos e os que tiveram o pior desempenho. A partir disso, vamos entender por que a média foi negativa. Mas ela não foi. É só uma questão de ponto de vista.

Vamos fazer a análise da seguinte forma, pois temos que ter critério: comparar o segmento que puxou a média para o “fundo do poço com o segmento que puxou a média para o céu”.

O pior desempenho do setor no primeiro trimestre foi dos fabricantes de baú lonado (“sider”), com uma redução de 42,98% (121 unidades em 2023 e 69 em 2024). Há várias razões para isso, e precisaria de muita pesquisa para entender os motivos, mas ninguém investe em pesquisa, e confia no achismo.

O melhor desempenho foi do setor de tanque de carbono inox, crescimento de 49,96% (1.199 unidades em 2023 e 1.798 em 2024).

O segundo pior desempenho desta indústria foi basculante sobre chassi: queda de 35,87%, com 2.585 unidades em 2023 e 1.659 basculantes.

No segundo melhor resultado foi de graneleiro de carga seca, com crescimentos 36,72%, com 4.137 unidades entre 2023 e 5.656 graneleiros em 2024, sempre considerando a comparação no mesmo período, o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2023.

Saiba mais do mercado de caminhões pesados:

Os 10 caminhões mais vendidos: Volvo FH 540 dispara no 1º trimestre de 2024

Para o texto não ficar muito longo, colocando a estatística da Anfir abaixo, e o leitor pode comparar o segmento de seu interesse.

O fato é que existe problema na indústria de implementos leves (carroceria sobre chassi) e existe prosperidade na indústria de semirreboques e reboques. A indústria de leves puxa a média para baixo, mas a indústria de pesados, é gigante.

A indústria de leves precisa evoluir, dialogar, fazer novas propostas, se reinventar, pois a de implementos pesados faz isso há décadas. Existe uma diferença gigante entre esses dois segmentos. E alguém precisava falar sobre isso!

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Sou jornalista no setor da mobilidade desde 1988, com atuações em jornais, nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, como editor da revista Transporte Mundial entre 2002 e maio de 2023, e com experiência em cobertura na área de transporte no Brasil e em cerca de 30 países. Representante do Brasil como membro associado do ITOY (International Truck of the Year), para troca de experiências e conteúdos jornalísticos. Mais, recente começou como colaborador do corpo docente na Fabet (entidade educacional sem fins lucrativos).
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