sábado, julho 27, 2024
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Nova norma Euro 7: entenda o que mudou recentemente

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Ainda estamos pagando a conta do Euro 6 no Brasil e na Europa. Sim, pagamos a conta de lá também devido ao pagamento de royalties por tecnologias que usamos aqui. No entanto, a discussão no Velho Continente é para que a versão Euro 7 não pense tanto como a Euro 6 na conta dos transportadores, consequentemente, nas cargas transportadas e ao consumidor final. Precisamos entender esse debate, pois, com certeza, refletirá no Brasil também.

A nova norma Euro 7 para as emissões de gases de escape dos veículos foi recentemente aprovada pelo Conselho de Ministros Europeu, mas não sem controvérsia. As propostas originais da Comissão Europeia foram diluídas pelos Estados-membros.

A norma Euro 7 é a sucessora da norma Euro 6, que entrou em vigor em 2015 na Europa e em 2022 no Brasil. Ela estabeleceu limites mais rigorosos para as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO) e partículas (PM) dos veículos a gasolina e a diesel.

Poeira dos freios e pneus

O Euro 7 visa reduzir ainda mais estas emissões, bem como introduzir novos limites para as emissões de amoníaco (NH₃), metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio totais (NOx+NO₂). Além disso, a norma Euro 7 prevê a medição das emissões de poeiras das pastilhas e lonas de freios e granulação de pneus, sendo fontes importantes de poluição do ar e microplásticos.

No entanto, as propostas iniciais da Comissão Europeia foram fortemente criticadas pela indústria automóvel e de caminhões, que argumentaram que os limites propostos eram demasiado exigentes e inviáveis tecnicamente, especialmente para os motores diesel.

A indústria defendeu que o foco deveria estar no desenvolvimento dos veículos elétricos e na infraestrutura necessária, em vez de impor restrições adicionais aos motores de combustão interna. A indústria recebeu o apoio de vários Estados-membros da EU, especialmente os que têm uma forte produção automóvel, como a Alemanha, a França, a Itália e a Espanha.

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O muda na norma

Como resultado, o Conselho de Ministros Europeu diluiu as propostas da Comissão Europeia e acordou numa versão mais suave da norma Euro 7. Em particular, o Conselho decidiu:

– Manter os limites atuais para as emissões de NOx, HC e CO dos carros e vans a gasolina e a diesel, em vez de reduzi-los como proposto pela Comissão.

– Aumentar os limites para as emissões de NOx dos caminhões a diesel em 50%, em vez de mantê-los como proposto pela Comissão.

– Alterar os procedimentos de teste das emissões. Passar de um teste em condições reais de condução (RDE) para um teste em laboratório com base num ciclo harmonizado mundial (WLTP).

– Adiar a entrada em vigor da norma Euro 7 para 2026 para os carros e vans novos e para 2027 para os caminhões novos.

Estas alterações foram recebidas com satisfação pela indústria automóvel e de caminhões, que consideraram que o Conselho reconheceu as dificuldades técnicas e econômicas que enfrentam.

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A controvérsia do Euro 7

Por outro lado, as organizações ambientais criticaram o Conselho por ceder aos interesses e comprometer os objetivos climáticos. Segundo as organizações ambientais, a norma Euro 7 deveria ter sido uma oportunidade para acelerar a transição para os veículos elétricos. Além disso, eliminar progressivamente os motores diesel, responsáveis por uma grande parte das emissões nocivas do setor dos transportes.

Em suma, a nova norma Euro 7 para as emissões dos veículos foi alvo de um intenso debate entre a Comissão Europeia. Dessa forma, o Conselho de Ministros Europeu, a indústria automóvel e de caminhões e as organizações ambientais. O resultado foi um compromisso que manteve os limites atuais para as emissões dos carros e vans a gasolina e a diesel. Por fim, aumentou os limites para as emissões dos caminhões a diesel e alterou os procedimentos de teste das emissões.

A norma Euro 7 entrará em vigor em 2026 para os carros e vans novos e em 2027 para os caminhões novos. A norma Euro 7 terá um impacto limitado na redução das emissões do setor dos transportes e na melhoria da qualidade do ar. Por isso, será necessário um maior esforço para promover os veículos elétricos e as fontes de energia renováveis.

Marcos Villela | LinkedIn

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Sou jornalista no setor da mobilidade desde 1988, com atuações em jornais, nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, como editor da revista Transporte Mundial entre 2002 e maio de 2023, e com experiência em cobertura na área de transporte no Brasil e em cerca de 30 países. Representante do Brasil como membro associado do ITOY (International Truck of the Year), para troca de experiências e conteúdos jornalísticos. Mais, recente começou como colaborador do corpo docente na Fabet (entidade educacional sem fins lucrativos).
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