sexta-feira, maio 16, 2025

Mercado: Vendas diretas garantem resultados das montadoras em abril 

Depois de anos de retomada constante, o mercado automotivo brasileiro deu seu primeiro sinal de freio desde o fim da pandemia. Abril de 2025 fechou com 196.454 veículos emplacados — número 7% maior que o de março, influenciado pelo Carnaval na primeira quinzena. Mas, na comparação com abril de 2024, o setor encolheu 5,5%, marcando a primeira queda anual em muito tempo. 

A principal explicação está no calendário: abril deste ano teve apenas 20 dias úteis, contra 22 no ano passado. No entanto, o número levanta um alerta — ao mesmo tempo que expõe o peso do varejo tradicional, revela o fortalecimento de tendências que vêm mudando o mercado, como as vendas diretas e o avanço dos eletrificados. 

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Fiat lidera com folga; Hyundai surpreende com salto expressivo 

Entre as montadoras, a Fiat consolidou sua liderança no país graças às vendas diretas, alcançando 21,8% de participação. A Volkswagen ficou em segundo lugar com 16,4%, seguida pela GM/Chevrolet com 10,5%. 

A grande surpresa do mês foi a Hyundai, que saltou de 6,9% para 8,4% — um avanço de 1,5 ponto percentual, o maior ganho entre todas as marcas. A Toyota também cresceu, atingindo 8,3%. 

Enquanto isso, Renault (-1,2 p.p.), Nissan (-1 p.p.) e a própria GM (-0,5 p.p.) viram suas fatias de mercado encolherem. 

Top 5 montadoras em abril: 

  1. Fiat – 21,8% 
  1. Volkswagen – 16,4% 
  1. GM/Chevrolet – 10,5% 
  1. Hyundai – 8,4% 
  1. Toyota – 8,3% 

Varejo tradicional sente o baque; venda direta ganha protagonismo 

As vendas diretas continuam sustentando o mercado: representaram 47,5% dos emplacamentos em abril, contra 47,7% em março e 43,9% no mesmo mês de 2024. 

Enquanto o showroom cresceu 7,4% frente a março, com 103.176 veículos vendidos, as vendas diretas aumentaram 6,5%, atingindo 93.278 unidades. Na prática, isso significa que o consumidor final está comprando menos — e que empresas, locadoras e frotistas estão mantendo o volume do setor. 

Eletrificados crescem 28% em um ano — e já dominam quase 10% do mercado

A eletrificação do mercado brasileiro avança em ritmo acelerado. Abril teve 19.314 veículos eletrificados emplacados, um crescimento de 9,7% sobre março e impressionantes 28,5% em relação a abril de 2024. Isso representa 9,8% de todas as vendas do mês. 

Distribuição por tecnologia: 
  • PHEV (híbridos plug-in): 7.394 unidades (38,3%) 
  • BEV (100% elétricos): 4.869 unidades (25,2%) 
  • MHEV (híbridos leves): 4.804 unidades (24,9%) 
  • HEV (híbridos convencionais): 2.247 unidades (11,6%) 
Modelos mais vendidos por categoria: 
  • BEV: BYD Dolphin Mini – 2.177 unidades (44,7%) 
  • PHEV: BYD Song Pro – 2.257 unidades (30,5%) 
  • MHEV: Fiat Fastback – 2.447 unidades (50,9%) 
  • HEV: Toyota Corolla Cross – 951 unidades (42,3%) 

Segundo especialistas, o crescimento é impulsionado por três fatores: aumento da oferta, preço mais competitivo e isenções tributárias em estados como São Paulo e Paraná. 

Marcas chinesas avançam e já vendem mais que a Nissan

As montadoras chinesas vêm consolidando sua presença. Em abril, elas representaram 7,9% das vendas totais, superando marcas tradicionais como a Nissan. O avanço contínuo reforça a estratégia agressiva dessas empresas, com destaque para a BYD, líder entre os eletrificados. 

SP lidera o ranking estadual; veja os maiores mercados 

A distribuição regional das vendas segue concentrada no Sudeste. São Paulo continua sendo o maior mercado automotivo do país, com 26% do total de emplacamentos. Na sequência aparecem: 

  • Minas Gerais – 21,9% 
  • Paraná – 6,7% 
  • Rio Grande do Sul – 5% 

O que esperar dos próximos meses?

Com maio trazendo mais dias úteis e novas campanhas promocionais, a expectativa é de leve recuperação nos emplacamentos gerais. No entanto, fatores como juros elevados e endividamento das famílias podem manter o varejo sob pressão. 

A tendência mais clara é o avanço da eletrificação. Montadoras já preparam lançamentos para o segundo semestre, e o consumidor está cada vez mais receptivo a modelos híbridos e elétricos. 

O setor pode estar às vésperas de sua maior transformação em décadas. Quem sairá na frente? 

Fonte: Bright Consulting 

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