segunda-feira, março 17, 2025

Investimentos no Brasil que vão gerar mais transporte: atualizado em 10/03

O objetivo deste artigo – que estará em constante atualização – é registrar os investimentos no Brasil, que podem, direta ou indiretamente, gerar mais demanda de transportes. Nesta última atualização, temos investimentos da WEG, Grupo Zhongneng, Grupo Sort, Fulwood, Volda, Águia Sistemas, CCR RioSP, Omni, Ministério dos Transportes, Grupo Kyly e Brasilinvest. Confira! 

WEG vai investir R$ 2,66 bilhões para modernizar e ampliar produção

A multinacional catarinense WEG, com sede em Jaraguá do Sul, tem grandes planos para 2025 que vão impactar, que vão demandar mais serviços de transportes. A companhia anunciou que investirá R$ 2,66 bilhões, montante direcionado à modernização e ampliação de sua capacidade produtiva. Este valor é significativamente superior aos R$ 1,85 bilhão aplicados em 2024. 

No Brasil, a WEG está focada na modernização e ampliação de suas plantas produtivas. As unidades de transformadores em Blumenau (SC) e Betim (MG) estão sendo renovadas, enquanto as fábricas de motores industriais em Jaraguá do Sul e de automação em Itajaí (SC) também passam por melhorias.  

Os resultados financeiros de 2024 reforçam o otimismo da WEG. A empresa alcançou uma receita operacional líquida de R$ 38 bilhões, registrando um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. O lucro líquido da companhia atingiu impressionantes R$ 6 bilhões, impulsionando a confiança em sua estratégia de negócios. 

Copercampos investirá R$ 200 milhões em primeira usina de etanol de cereais em SC

A Copercampos anunciou, no final de fevereiro, um projeto para a construção da primeira usina de etanol à base de cereais em Santa Catarina. O empreendimento, que será instalado em Campos Novos (SC), receberá um investimento de R$ 200 milhões.

Além da produção de etanol de milho, a nova planta também fabricará subprodutos utilizados na formulação de rações. A cooperativa já obteve a Licença Ambiental Prévia de Instalação, um passo essencial para o início das obras. Quando entrar em operação, a unidade terá capacidade de produzir 36 milhões de litros de etanol de milho no primeiro ano. O projeto deve gerar 100 empregos diretos e outros 800 indiretos, impulsionando a economia da região.

Mais transporte de motos e componentes com investimento da marca Moto Morini

A demanda por transporte de motocicletas e componentes vai crescer entre a Zona Franca de Manaus, principal polo de produção de motocicletas. A marca italiana Moto Morini, que faz parte do grupo chinês Zhongneng, anunciou investimento de R$ 250 milhões no Brasil até 2027 para estruturar sua operação local e iniciar a produção de motocicletas no PIM, Polo Industrial de Manaus. Gunther Hofstatter, diretor de vendas e pós-vendas da empresa, disse em entrevista à Agência AutoData, informando que a produção no País começará em abril: “O grupo DBS será o nosso parceiro. Usaremos parte da sua fábrica para produzir nossas motocicletas e a linha de produção já está em fase final de instalação”.

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A marca italiana italiana Moto Morini. No detalhe, Gunther Hofstatter, diretor de vendas e pós-vendas da empresa

A operação será em CKD, com as motocicletas desmontadas importadas da China seguindo para o Brasil. O primeiro lote está previsto para chegar em 20 de março e a expectativa é de iniciar a produção em abril, avançando na sequência com alguns testes de rodagem no para, depois, abastecer a rede em junho e iniciar as vendas.

Antes de iniciar a comercialização de suas motocicletas, a Morini fará sua estreia durante o Festival Interlagos 2025, na edição focada no segmento de duas rodas, que está marcada para maio. Após o evento a empresa abrirá em seu site o processo de pré-venda dos modelos que serão montados no País, a X-Cape 650 cc, a Seiemezzo 650 cc e a Calibro 700 cc.

A operação de vendas começará em junho com quatro concessionárias em São Paulo (SP), Campinas (SP), Brasília (DF) e Recife (PE). O diretor disse que, para 2026, o plano é avançar para os estados do Sul, chegando em 2027 com uma rede de dez a doze lojas, espalhadas por nove estados: “O Sul e o Sudeste concentram a maior parte das vendas, então, temos que focar mais nessas regiões”.

Para garantir agilidade nos serviços de pós-vendas a Morini fechou contrato de distribuição de suas peças com um grande parceiro local, que ainda não teve seu nome revelado, presente em 26 estados, garantindo a capilaridade necessária para que os clientes consigam encontrar as peças com facilidade.

Gigante do varejo expande galpões logísticos em 5.000% e aquece setor. Valorização deve chegar a 20%  

investimentos no Brasil
Douglas Curi, especialista na área e sócio da Sort Investimentos

Com o crescimento do e-commerce, grandes marcas do setor, como a Shopee, têm transformado o mercado imobiliário logístico e impulsionado a demanda e, consequentemente, a valorização dos ativos. No último trimestre, segundo a Buildings, empresa referência em inteligência de mercado imobiliário, a taxa de vacância foi de apenas 8,10%. No entanto, algumas empresas registraram índices ainda menores, como a Sort Investimentos, especializada no setor, que teve vacância de apenas 0,5% no período e um valor do metro quadrado superior a R$ 5.500, com projeção de valorização de 20% até o final deste ano.  

A expansão acelerada das operações da Shopee, que em apenas cinco anos registrou crescimento de 5.000% na ocupação de espaços logísticos, é um reflexo direto dessa transformação. Ainda segundo a Buildings, a gigante do varejo já aluga 717 mil m² em 68 ocupações espalhadas pelo país, sendo 622 mil m² já em operação. Novas instalações em Itajaí, Guarulhos, Caxias e Distrito Federal mostram que a varejista tem ampliado sua malha de distribuição de forma agressiva. 

 “Estamos diante de uma oportunidade única, em que o crescimento do e-commerce, aliado à escassez de espaços disponíveis, deve impulsionar um novo ciclo de valorização no setor logístico”, afirma Douglas Curi, especialista na área e sócio da Sort Investimentos. Atualmente, a empresa administra R$ 8 bilhões em ativos, sendo R$ 3,5 bilhões apenas de galpões logísticos que somam mais de 553 mil metros quadrados. 

Centro de Distribuição – transporte de cargas em geral 

A Fulwood inaugurará este ano a primeira fase do condomínio de galpões Pouso Alegre Business Park. Este é o sexto empreendimento logístico e industrial de alto padrão da Fulwood em Minas Gerais, o que vai demandar mais serviços de transportes no Sul de Minas. Aliás, Localizado estrategicamente no quilômetro 74 da Rodovia Fernão Dias, principal via de ligação entre São Paulo e Belo Horizonte, o empreendimento contará, no total, com 79.746,22 m² de área construída para atender grandes e médias empresas dos setores de varejo, bem como, farmacêutica, alimentos e bebidas, autopeças, logística e indústrias leves. 

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Além disso, no total, o condomínio contará com 138 docas, 30 vagas de carretas, 339 de carros e 49 vagas de motos. Com modulação flexível, que varia entre 4.914m² e 7992m², os espaços terão pé-direito livre de 12 metros, pisos com capacidade de armazenagem de até 6 toneladas por metro quadrado, permitindo múltiplas opções para a implantação de fábricas ou centros de distribuição. 

Importação e distribuição – transporte de containers

Certamente com perspectiva de aumentar o faturamento em 25%, a Volda planeja importar mais peças da Ásia para comercializar no mercado de reposição nacional. Aliás, o que vai gerar mais transporte entre portos e centros de distribuição, depois até as oficinas. Segundo a empresa, o avanço será puxado por uma série de lançamentos que ampliarão seu portfólio de 1,7 mil itens para aproximadamente 2,2 mil até o fim do ano. 

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Intralogística – transporte de equipamentos para galpões 

A saber, cada investimento em galpões também gera a indústria de sistema de intralogística. A Águia Sistemas – empresa de fabricação de estruturas de armazenagem e integradora de sistemas de movimentação e automação para intralogística, planeja alocar R$ 25 milhões em investimentos, priorizando produção, P&D, novas tecnologias. Já em início de operação, uma nova linha de produção equipada com tecnologia avançada de perfilação a frio e solda robotizada, que promete ampliar ainda mais a capacidade e a precisão operacional, elevando para 19 unidades de robôs nas linhas de produção. Em um cenário econômico que inspira cautela, a Águia Sistemas prevê um crescimento de 12% a 20% para 2025, impulsionado pela ampliação de portfólios, introdução de produtos complementares em automação e continuar se posicionando como líder estratégico em mercados emergentes, com a determinação de continuar agregando valor para as operações dos clientes. 

Rodovias – transporte de equipamentos e materiais de construção 

A CCR RioSP está investindo R$ 1,4 bilhão para a implantação do sistema free flow – de cobrança automática em velocidade cruzeiro sem necessidade de praça de pedágio – na Rodovia Presidente Dutra, entre São Paulo e Arujá.  

Transporte de automóveis 

A Omni viabilizou a compra de veículos no montante de R$ 20 milhões para alugar para motoristas de aplicativos, como Uber e 99. 

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Construção civil – transporte de materiais de construção

O Ministério dos Transportes publicou, nesta terça-feira (25), o edital de licitação para a duplicação de 42 quilômetros das rodovias BR-343/PI (Teresina-Altos) e BR-316/PI (Demerval Lobão-Monsenhor Gil), na região metropolitana de Teresina (PI). Com um investimento total de R$ 400 milhões. Sendo R$ 220 milhões destinados aos primeiros 20 quilômetros e R$ 180 milhões para os 22 quilômetros seguintes. Certamente a iniciativa é fundamental para garantir uma mobilidade mais eficiente e segura para mais de um milhão de pessoas. Contribuindo assim, para a redução de congestionamentos e acidentes. 

Este investimento vai gerar demandas de equipamentos, como caminhões, implementos e máquinas, como transporte de materiais.   

O ministro dos Transportes, Renan Filho, ressaltou que o investimento trará benefícios diretos para a população, impulsionando o desenvolvimento regional e modernizando a infraestrutura viária. A duplicação das rodovias é uma das obrigações do governo federal para o progresso do Piauí. Assim, com o dever de garantir mais segurança, mobilidade e qualidade de vida para os cidadãos 

Construção civil  – transporte rodoviário

O Grupo Kyly, empresa de vestuário infantil do Brasil, está investindo R$ 8 milhões na construção de um novo galpão logístico em Pomerode, Santa Catarina. Este projeto visa melhorar as operações logísticas da Fio Puro e reduzir o impacto no trânsito urbano da cidade. O galpão servirá para armazenar pluma de algodão e fios diversos, eliminando a necessidade de transporte que atualmente atravessa o centro da cidade. 

Embora o novo galpão não aumente a capacidade produtiva nem gere empregos diretos, ele vai gerar o transporte de equipamentos e materiais de construção. O presidente do Grupo Kyly, Robson Heidemann, ressaltou o compromisso contínuo da empresa com a eficiência operacional, o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade comunitária. Atualmente, o Grupo Kyly possui seis marcas e uma produção anual de 31 milhões de peças. Aliás, sendo considerado um exemplo de verticalização na indústria de vestuário infantil. 

Agronegócio – transporte da produção agrícula

O grupo de investimentos Brasilinvest anunciou no dia 25 de fevereiro um aporte de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) no projeto de “supercana” idealizado por Eike Batista. O projeto visa utilizar tecnologias de cruzamento genético para aumentar significativa a produtividade da cana-de-açúcar no agronegócio. Com isso, esperam triplicar a produção de etanol por hectare e gerar até 12 vezes mais bagaço até 2031. Apesar de ser um investimento para longo prazo, isso permite as empresas de transporte de toda a cadeia da produção de cana-de-açúcar e seus derivados para os próximos anos.  

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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