No último dia 9 de janeiro, a Frota News divulgou os números de emplacamentos de caminhões e automóveis relacionados às vendas corporativas, com base nos dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) interpretados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Hoje, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também apresentou seus dados, utilizando o Renavam como fonte, mas com suas próprias interpretações.
Existem razões que explicam essas diferenças. Muitos veículos recebem um novo número de Renavam por diversos motivos, como mudança de atividade, recuperação após furto, reforma, entre outros. A Anfavea considera em suas estatísticas apenas modelos zero-quilômetro, o que, por vezes, pode causar confusão ao leitor.
Abaixo, apresentamos os números divulgados por ambas as entidades. Vale destacar que, na maioria das marcas, as divergências entre os dados são mínimas.
Ranking por marca segundo a Fenabrave e a Anfavea
Posição | Marca | Unidades, fonte Fenabrave | Unidades, fonte Anfavea |
1ª | Volkswagen Caminhões | 31.287 | 31.328 |
2ª | Mercedes-Benz | 28.847 | 25.512 |
3ª | Volvo do Brasil | 23.180 | 23.185 |
4ª | Scania Brasil | 19.134 | 19.142 |
5ª | DAF Caminhões Brasil | 9.624 | 9.624¹ |
6ª | Iveco Brasil | 8.798 | 8.767 |
7ª | Ram | Não disponível (5) | 3.614 (5) |
8ª | Mercedes-Benz Cars & Vans | Não disponível | 2.419 (6) |
9ª | Foton | 673 | Não disponível² |
10ª | JAC Motors Brasil | 156 | Não disponível² |
11ª | Hyundai | 154 | 154¹ |
12ª | Agrale | 91 | 91¹ |
13ª | Ninking | 29 | Não disponível² |
14ª | Peugeot | Não disponível | 29 (6) |
15ª | Ford Brasil | 28 | 186³ |
16ª | Citroën | Não disponível | 18 (6) |
17ª | Tesla | 18 | Não disponível² |
18ª | International | 4 | Não disponível² |
19ª | JMC | 2 | Não disponível² |
20ª | BYD | 1 | Não disponível² |
21ª | Giaffone | 1 | Não disponível (4) |
22ª | GM | 1 | Não disponível (4) |
23ª | Navistar | 1 | Não disponível (4) |
As razões das divergências nos números
Na introdução, explicamos brevemente as divergências na interpretação dos dados do Renavam. Agora, vamos nos aprofundar um pouco mais, com base nos números apresentados no quadro acima. Não temos a pretensão de esgotar o assunto neste artigo, mas buscamos lançar mais luz sobre esses dados. A Frota News já entrevistou os estatísticos de ambas as entidades para compreender essas diferenças, e, com base no que apuramos, vamos tentar esclarecer o que entendemos.
Nº da observação | Explicação |
1 | Observe que as marcas quem menor volume de vendas e são mais recentes no mercado, não divergência de números, pois a frota, além de ser mais nova, não passou por processo de renovação de Renavam. |
2 | São marcas que não são associadas da Anfavea, portanto, na Carta da Anfavea entra na categoria de “Outros”. No entanto, a rede de concessionária é associada da Fenabrave. |
3 | O caso da Ford é bem particular. Na estatística da Fenabrave por ser qualquer veículo comercial, o que inclui picapes e SUV. Na estatística da Anfavea podem ser os Ford Transit Chassi com PBT acima de 3.500 kg, além de modelos da Ford Caminhões que podem ter recebido novo Renavam. |
4 | São modelos pré-série emplacados pelos fabricantes para testes em rua ou com clientes. |
5 | O caso das Ram 2500 e 3500 é um Jabuti do Código Trânsito Brasileiro (CTB). Pela legislação, esses modelos da Ram são caminhões por causa do PBT acima de 3.500 kg, e devem seguir a legislação de caminhões, como CNH a partir da categoria C, restrições de circulação de caminhão, limite de caminhão, estacionamento limitado na vaga de caminhão etc. Porém, visualmente e tecnologicamente, são picapes mais luxuosas do que uma Mercedes-Benz GLS. |
6 | Refere-se aos furgões e chassi da Mercedes-Benz, Citroën e Peugeot que também são classificados pelo CTB como caminhões. |
Os emplacamentos de caminhões e ônibus em 2024

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Os 43 caminhões mais vendidos em 2024, em ranking geral e por segmento
Produção total de veículos
A produção total de 2,55 milhões de autoveículos em 2024 representou um aumento de 9,7% em relação a 2023.
Nos emplacamentos gerais, o total foi de 2,635 milhões de unidades, volume 14,1% superior ao do ano anterior e significativamente maior que a média global, que ficou em +2%. Nenhum grande mercado mundial cresceu tanto quanto o brasileiro em 2024. Esse foi, inclusive, o maior incremento no ritmo de vendas internas desde 2007.
Outro fato marcante de 2024 foi a soma das vendas de veículos novos e usados, que alcançou 14,4 milhões de unidades leves, o maior número já registrado na história do país. “Claramente, há uma demanda reprimida por transporte individual que está sendo progressivamente atendida, graças às melhores condições de crédito. Se essas condições continuarem a melhorar e houver uma política de renovação de frota, mais pessoas poderão optar por veículos 0 km”, afirmou o presidente Márcio de Lima Leite. No ano passado, houve um aumento de 36% nas concessões de crédito para financiamento de veículos novos e usados.
Exportações
As exportações de dezembro reforçaram a tendência de alta observada no segundo semestre, compensando o desempenho fraco do início do ano. O volume total exportado, de 398,5 mil autoveículos, praticamente igualou o resultado de 2023, sinalizando um 2025 promissor para os embarques. Argentina e Uruguai foram os grandes destaques em crescimento, conseguindo compensar as quedas nas exportações para outros países da América Latina.
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Por outro lado, as importações registraram o melhor desempenho dos últimos 10 anos, com 466,5 mil emplacamentos – um crescimento de 33% impulsionado pela entrada maciça de veículos eletrificados, principalmente vindos da China. “É necessário reequilibrar os volumes de exportações e importações este ano para evitar um novo déficit na balança comercial, como ocorreu em 2024. Nosso Imposto de Importação para elétricos e híbridos é muito baixo, o menor entre os países fabricantes de veículos, o que nos torna alvo preferencial de empresas importadoras, em detrimento do parque industrial nacional e dos empregos locais”, explicou o presidente da ANFAVEA.
Agenda prioritária Anfavea 2025
Além de consolidar os resultados da indústria em 2024, a Anafavea apresentou à imprensa seus principais focos de atuação para 2025, em parceria com o governo, a academia, a sociedade e outros stakeholders. As prioridades são:
- Ampliar o mercado interno e a produção, retomando o patamar de 3 milhões de unidades vendidas até o próximo ano.
- Reequilibrar a balança comercial, aumentando as exportações e controlando o excesso de importações.
- Qualificar as compras públicas de máquinas e veículos, protegendo a indústria local, os empregos e a inovação.
- Promover a descarbonização com foco na matriz energética brasileira, destacando a participação do setor na COP 30, que será realizada em Belém (PA).
- Fortalecer a capacitação dos trabalhadores e melhorar as condições de trabalho no setor.
- Estabelecer uma política sustentável e contínua de renovação de frota, priorizando a segurança e a sustentabilidade.
- Incentivar o desenvolvimento e a produção de novas tecnologias no Brasil.