Segundo a Renault, 40% das vendas do Kwid E-Tech, o compacto 100% elétrico da marca francesa, já são para empresas. O modelo se mostra como alternativa para atender a agenda ESG em frota corporativa. Então, vamos comparar com o Kwid 1.0 Flex, para que o frotista analise a viabilidade do investimento inicial maior para um retorno sustentável ambiental e economicamente ao longo da vida útil do veículo.
Preço inicial
O Renault Kwid E-Tech é o segundo carro elétrico mais barato do Brasil, custando R$ 139.990. O Renault Kwid 1.0 Flex tem quatro versões, sendo a mais barata a Zen, por R$ 71.190, e a mais cara a Outsider, por R$ 76.990. Portanto, a diferença de preço entre os dois modelos é de pelo menos R$ 69 mil.
Operação Mulher Motorista Ipiranga com a Fabet-SP já começou
Desempenho
O Renault Kwid E-Tech tem um motor elétrico com potência equivalente a 65 cv e 113 Nm de torque. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 14,6 segundos e atinge a velocidade máxima de 130 km/h. A autonomia é de até 185 km com uma carga completa da bateria e já conforme a norma do INMETRO. Portanto, sendo conduzido conforme boas práticas de condução, a autonomia pode ser maior.
O Renault Kwid 1.0 Flex tem um motor de três cilindros aspirado flex de 71 cv e 10 kgfm de torque com etanol. Vale lembrar que abastecer um veículo Flex com gasolina é ser contra a agenda ESG. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 13,2 segundos e atinge a velocidade máxima de 160 km/h com etanol. O consumo é de 10,8 km/l na cidade e 11 km/l na estrada com etanol.
Abastecimento
O Kwid E-Tech pode ter a bateria carrega por três modos. A forma mais simples e sem investimento em um carregador, pode ser em tomada residencial ou convencional no trabalho por meio do carregador portátil 220V 10A. O tempo é de 8h15 para carregar uma bateria dos 15% aos 80%. Isso se parte elétrica e o fornecimento de energia pela concessionária estiver nos padrões corretos.
O segundo modo é com Wallbox AC de 7,4 kW (este equipamento custa em média R$ 7 mil) e o tempo necessário para sair dos 15% e chegar aos 80% de carga é de 2h54, se também, toda a instalação e fornecimento de energia estiver nos padrões. Pode se usar uma das centenas Wallbox já espalhadas pelas cidades.
No entanto, como o próprio Frota News já passou durante avaliação de veículo elétrico, não é raro chegar em um local é o equipamento está com defeito, ou por problemas na rede elétrica, o tempo de carga ser superior a 12 horas. Este é um tipo de problema que pode ser corrigido pelos fornecedores do serviço.
Outra questão é encontrar as vagas ocupadas por outros carros elétricos. E se for em estacionamento que o Wallbox estiver, confira antes o custo da vaga por hora parado, pois, neste caso, a energia elétrica gratuita ou barata sai muito cara. O Frota News chegou a pagar R$ 60 pela vaga de um estacionamento para abastecer um furgão elétrico.
Carregamento mais profissional
O terceiro e melhor modo, o mais indicado para frotas, é sistema de carga rápida DC a partir de 30 kW para veículos elétricos compactos. O investimento, dependendo da potência que deve ser dimensionada considerando todos os tipos de veículos elétricos da frota, principalmente se tiver caminhão elétrico, pode variar de R$ 100 mil a R$ 300 mil. Nesse investimento está sendo considerada as partes de construção civil, elétrica e instalação.
Custo da energia por km rodado
Segundo a Renault, o custo por km rodado com energia elétrica é de R$ 0,15. Isso já considerando a energia da fonte mais cara com a Bandeira Verde, fornecida pelas concessionárias, como Enel, Light, Cemig etc.
Já o Kwid 1.0 Flex basta parar por poucos minutos em qualquer posto de combustível e colocar 38 litros de etanol ao custo de R$ 138,32, considerado o preço médio do litro de R$ 3,64 informado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Dessa forma, com o consumo médio com etanol de 10,8 km/l, os 38 litros vão fornecer uma autonomia de 410 km. O custo do etanol por km rodado sai por R$ 0,34, ou seja, o dobro do custo da energia elétrica na Bandeira Verde.
Com esses dados, a conta com o custo da energia fica simples, variando conforme a quilometragem anual e o número de veículos da frota.
Lógico que a conta total é mais complexa quando vamos avaliar o custo total de operação ou propriedade. Neste caso, vale lembrar que a diferença paga a mais pelo elétrico deve ser compensada pelo menor custo de manutenção, já que o elétrico não possui a quantidade de peças móveis como no veículo com motor a combustão.
Porém, este custo só vamos saber depois de oito anos de uso do veículo, quando se conhecerá o custo de manutenção ou substituição dos módulos da bateria.
Na agenda ESG, deve se considerar a origem do etanol e da energia elétrica, se vem de fonte sustentável.
Fetranslog 2023: a maior feira de logística do Sul do Brasil
Dimensões
O Renault Kwid E-Tech tem as mesmas dimensões do Renault Kwid 1.0 Flex: 3,73 m de comprimento, 1,58 m de largura, 1,48 m de altura e 2,42 m de entre-eixos. O porta-malas também é o mesmo: 290 litros.
Equipamentos
O Kwid E-Tech vem muito completo de fábrica, com ar-condicionado, equipamento de multimídia, seis airbags, sistemas auxiliares de segurança como controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, alerta sonoro em caso de proximidade com pedestres ou outros veículos devido ser muito silencioso etc.
O Kwid 1.0 Flex também bem equipado desde a versão Zen, porém, há equipamentos disponíveis apenas para as versões mais sofisticadas, como o multimídia. No entanto, os itens de segurança estão presentes em todas as versões, tendo algumas diferenças, como quatro airbags em vez de seis do E-Tech.
Conclusão
O modelo elétrico traz vantagens apesar do seu investimento inicial maior. Algumas cidades eliminaram restrições de rodízio e alguns estados oferecem isenção de IPVA. A limitação fica por conta da autonomia, que impede viagens acima de 150 km, sendo preciso ter um planejamento para a rotina de recarga.
O carro elétrico é prazeroso de conduzir pelo ter o seu torque máximo disponível desde o primeiro toque no acelerador e pelo silêncio. Dessa forma, para frotas com rotas bem definidas, é há mais vantagens em incorporar veículos elétricos do que com motor a combustão.