sexta-feira, junho 20, 2025

Caminhões leves e médios mantêm papel estratégico na distribuição urbana 

VW lidera nos segmentos leves e médios, enquanto Mercedes-Benz avança com a linha Accelo; mercado total registra estabilidade em abril 

O desempenho dos caminhões leves e médios, essenciais para a distribuição urbana e operações de curta distância, apresentou sinais de estabilidade em abril de 2025, com leve retração entre os leves e crescimento entre os médios. Aliás, juntos, os dois segmentos somam 6.516 unidades no acumulado do ano, reforçando seu papel na cadeia logística brasileira. 

Leves: domínio da VW e retração em abril 

No segmento leve, o modelo VW Delivery 9.180 segue na liderança com 738 unidades acumuladas em 2025, o equivalente a 41,84% do mercado. Mesmo com queda de 214 unidades em março para 162 em abril, o modelo da Volkswagen Caminhões e Ônibus segue distante da concorrência. 

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A Mercedes-Benz Accelo 817 aparece em segundo lugar com 425 unidades e 24,09% de participação. O Iveco Tector 9-190, que caiu de 51 para 25 unidades em abril, completa o pódio com 137 unidades acumuladas no ano. 

A maior parte dos modelos leves apresentou retração nas vendas mensais, resultando em um volume total de 395 unidades em abril, abaixo das 503 registradas em março. No acumulado, o segmento leve soma 1.764 caminhões. 

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Médios: alta no mês e liderança consolidada 

Já entre os caminhões médios, o desempenho foi positivo. O volume de emplacamentos cresceu de 1.185 unidades em março para 1.284 em abril, puxado principalmente pelo crescimento do modelo VW Delivery 11.180, líder do segmento com 1.870 unidades no ano e 39,35% de participação. 

A Mercedes-Benz Accelo 1017 ocupa a segunda colocação com 1.526 unidades e 32,11% de participação. Na sequência, o Iveco Tector 11-190 soma 274 unidades, representando 5,77% do mercado. 

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A concorrência é mais pulverizada entre os médios, com marcas como Foton e Volkswagen buscando espaço com modelos específicos para nichos urbanos e regionais. Certamente a presença de veículos com PBTs (Peso Bruto Total) otimizados para rotas urbanas, menor consumo e maior manobrabilidade explica o bom desempenho dessa categoria. 

Distribuição urbana exige soluções ágeis e flexíveis 

A demanda por caminhões leves e médios reflete, portanto, diretamente o crescimento da logística urbana, principalmente impulsionada pelo e-commerce, entregas de última milha, setor varejista e distribuição de alimentos e bebidas. Veículos com menor porte, boa capacidade de carga e acesso facilitado a zonas restritas são preferidos por transportadoras que atuam em grandes centros urbanos. 

Com menor custo operacional, maior versatilidade e adequação à legislação de circulação em áreas centrais, os segmentos leve e médio seguem como peças-chave na composição de frotas urbanas. Além disso, a tendência é que modelos com soluções conectadas, motores mais eficientes e opções com motorização alternativa (como elétrica) ganhem cada vez mais espaço nos próximos ciclos. 

Comparativo 2024 x 2025: segmentos evoluem em direções distintas 

A análise entre os dados acumulados de 2025 e os de 2024 revela uma mudança de comportamento na composição de frotas urbanas. Enquanto os caminhões leves apresentaram leve retração, os médios cresceram em participação, reforçando a demanda por veículos com maior capacidade de carga, mas ainda compatíveis com as restrições das zonas urbanas. 

De acordo com o levantamento por subsegmento, o acumulado dos leves até abril de 2025 responde por 4,89% do total de caminhões, praticamente estável frente aos 4,91% registrados em 2024. Já os médios evoluíram de 10,88% no ano passado para 13,15% em 2025, uma alta expressiva de mais de 2 pontos percentuais. 

Esse movimento sinaliza uma preferência crescente das empresas por modelos mais robustos, que consigam atender ao aumento no volume de entregas sem comprometer a agilidade nas rotas urbanas. Além disso, o médio se consolida como a escolha ideal para empresas que buscam um meio-termo entre capacidade de carga e mobilidade. 

Tendências: frotas mais estratégicas e foco na eficiência 

O crescimento dos modelos médios também acompanha outra tendência clara no setor: a racionalização da frota. Em vez de operar com muitos caminhões pequenos, algumas transportadoras têm optado por veículos médios que conseguem cumprir mais entregas por viagem, otimizando combustível, mão de obra e tempo de operação. 

Além disso, a ascensão de modelos médios é impulsionada pela evolução dos projetos mecânicos e eletrônicos. Veículos médios estão cada vez mais tecnológicos, com foco em conforto, conectividade e economia, tornando-se mais atrativos para motoristas e gestores de frota. 

Nos próximos meses, espera-se que essa migração parcial dos leves para os médios continue. Acompanhada de um crescimento gradual da adoção de modelos elétricos e híbridos, especialmente em capitais com legislações ambientais mais rígidas. 

 

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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