VW lidera nos segmentos leves e médios, enquanto Mercedes-Benz avança com a linha Accelo; mercado total registra estabilidade em abril
O desempenho dos caminhões leves e médios, essenciais para a distribuição urbana e operações de curta distância, apresentou sinais de estabilidade em abril de 2025, com leve retração entre os leves e crescimento entre os médios. Aliás, juntos, os dois segmentos somam 6.516 unidades no acumulado do ano, reforçando seu papel na cadeia logística brasileira.
Leves: domínio da VW e retração em abril
No segmento leve, o modelo VW Delivery 9.180 segue na liderança com 738 unidades acumuladas em 2025, o equivalente a 41,84% do mercado. Mesmo com queda de 214 unidades em março para 162 em abril, o modelo da Volkswagen Caminhões e Ônibus segue distante da concorrência.
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A Mercedes-Benz Accelo 817 aparece em segundo lugar com 425 unidades e 24,09% de participação. O Iveco Tector 9-190, que caiu de 51 para 25 unidades em abril, completa o pódio com 137 unidades acumuladas no ano.
A maior parte dos modelos leves apresentou retração nas vendas mensais, resultando em um volume total de 395 unidades em abril, abaixo das 503 registradas em março. No acumulado, o segmento leve soma 1.764 caminhões.
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Médios: alta no mês e liderança consolidada
Já entre os caminhões médios, o desempenho foi positivo. O volume de emplacamentos cresceu de 1.185 unidades em março para 1.284 em abril, puxado principalmente pelo crescimento do modelo VW Delivery 11.180, líder do segmento com 1.870 unidades no ano e 39,35% de participação.
A Mercedes-Benz Accelo 1017 ocupa a segunda colocação com 1.526 unidades e 32,11% de participação. Na sequência, o Iveco Tector 11-190 soma 274 unidades, representando 5,77% do mercado.
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A concorrência é mais pulverizada entre os médios, com marcas como Foton e Volkswagen buscando espaço com modelos específicos para nichos urbanos e regionais. Certamente a presença de veículos com PBTs (Peso Bruto Total) otimizados para rotas urbanas, menor consumo e maior manobrabilidade explica o bom desempenho dessa categoria.
Distribuição urbana exige soluções ágeis e flexíveis
A demanda por caminhões leves e médios reflete, portanto, diretamente o crescimento da logística urbana, principalmente impulsionada pelo e-commerce, entregas de última milha, setor varejista e distribuição de alimentos e bebidas. Veículos com menor porte, boa capacidade de carga e acesso facilitado a zonas restritas são preferidos por transportadoras que atuam em grandes centros urbanos.
Com menor custo operacional, maior versatilidade e adequação à legislação de circulação em áreas centrais, os segmentos leve e médio seguem como peças-chave na composição de frotas urbanas. Além disso, a tendência é que modelos com soluções conectadas, motores mais eficientes e opções com motorização alternativa (como elétrica) ganhem cada vez mais espaço nos próximos ciclos.
Comparativo 2024 x 2025: segmentos evoluem em direções distintas
A análise entre os dados acumulados de 2025 e os de 2024 revela uma mudança de comportamento na composição de frotas urbanas. Enquanto os caminhões leves apresentaram leve retração, os médios cresceram em participação, reforçando a demanda por veículos com maior capacidade de carga, mas ainda compatíveis com as restrições das zonas urbanas.
De acordo com o levantamento por subsegmento, o acumulado dos leves até abril de 2025 responde por 4,89% do total de caminhões, praticamente estável frente aos 4,91% registrados em 2024. Já os médios evoluíram de 10,88% no ano passado para 13,15% em 2025, uma alta expressiva de mais de 2 pontos percentuais.
Esse movimento sinaliza uma preferência crescente das empresas por modelos mais robustos, que consigam atender ao aumento no volume de entregas sem comprometer a agilidade nas rotas urbanas. Além disso, o médio se consolida como a escolha ideal para empresas que buscam um meio-termo entre capacidade de carga e mobilidade.
Tendências: frotas mais estratégicas e foco na eficiência
O crescimento dos modelos médios também acompanha outra tendência clara no setor: a racionalização da frota. Em vez de operar com muitos caminhões pequenos, algumas transportadoras têm optado por veículos médios que conseguem cumprir mais entregas por viagem, otimizando combustível, mão de obra e tempo de operação.
Além disso, a ascensão de modelos médios é impulsionada pela evolução dos projetos mecânicos e eletrônicos. Veículos médios estão cada vez mais tecnológicos, com foco em conforto, conectividade e economia, tornando-se mais atrativos para motoristas e gestores de frota.
Nos próximos meses, espera-se que essa migração parcial dos leves para os médios continue. Acompanhada de um crescimento gradual da adoção de modelos elétricos e híbridos, especialmente em capitais com legislações ambientais mais rígidas.