A Bindflow, startup curitibana de tecnologia, anunciou César Henrique Villela como novo gerente de operação estratégica da BindTrack, unidade dedicada a soluções digitais para logística, transporte e distribuição. Com mais de duas décadas de experiência em tecnologia da informação, sendo 19 anos em empresas como Rumo e Brado Logística, Villela chega com a missão de fortalecer a operação, ampliar a escalabilidade e garantir eficiência em um setor cada vez mais competitivo.
Na empresa desde 2024, ele agora lidera uma equipe multidisciplinar, cuidando da sustentação de produtos já implementados e da gestão de novos projetos. Entre as prioridades, estão a evolução tecnológica da plataforma e o equilíbrio entre personalização e escalabilidade, sem perder de vista prazos, precificação e motivação do time.
A BindTrack já registra R$ 1 milhão em faturamento anual e projeta dobrar o resultado em 2025. Entre os clientes atendidos ou em implantação estão Mosaic, L’Oréal e Moageira Irati. Segundo Villela, a estratégia é expandir em segmentos de logística digitalizáveis, como transporte, armazenagem e automação.
Nem toda graxa é igual: neste artigo, o especialista Luiz Maldonado, fundador e CEO da Lubvap Special Lubricants, desafia os maiores nomes do mercado revela como a escolha do lubrificante certo pode definir a diferença entre produtividade contínua e falhas milionárias. Confira:
A diferença invisível: a engenharia por trás de graxas que movem o mundo
Por Luiz Maldonado
À primeira vista, uma graxa parece sempre a mesma substância: um material espesso e untuoso, com uma cor que varia entre tons de verde e vermelho. A aparência, no entanto, é uma das maiores ilusões no universo industrial. Mas o que os olhos não percebem, a performance revela com clareza. Enquanto uma graxa comum cumpre uma função básica, a graxa especial executa uma missão desafiadora. Esta é a história da diferença invisível que separa a simples lubrificação da verdadeira engenharia de proteção.
Há um século, a fabricação de graxa era um processo relativamente simples, uma combinação de óleo mineral com sabão metálico. Uma solução para seu tempo, adequada para máquinas rudimentares e baixas exigências. O contraste com o presente é equivalente a tantos outros avanços tecnológicos da atualidade. As graxas de alta performance hoje são o produto de estudos tribológicos avançados e de uma profunda compreensão da engenharia molecular. Elas incorporam aditivos antidesgaste, antioxidantes complexos, protetores anticorrosão e até mesmo partículas cerâmicas ou compostos fluorados sintéticos, desenvolvidos para aplicações que vão da robótica de precisão à exploração espacial.
A analogia é inevitável: comparar uma graxa ancestral com uma formulação moderna equivale a diferenciar um automóvel clássico com um veículo elétrico de última geração. Ambos possuem rodas e um volante, mas a experiência, a segurança e a tecnologia subjacente pertencem a realidades completamente distintas. Um é mecânica pura; o outro, um sistema inteligente.
Esse abismo tecnológico leva a um paradoxo operacional perigoso. Muitas operações ainda optam pelo lubrificante de menor custo inicial para equipamentos que valem milhões. Rolamentos de colheitadeiras de alta capacidade, robôs industriais que executam soldagens milimétricas ou centrífugas que operam sem interrupção merecem mais do que uma solução genérica. Colocar uma graxa comum nesses sistemas é o equivalente a alimentar um motor de competição com combustível inadequado. O resultado é uma equação previsível: desgaste precoce, falhas catastróficas e prejuízos monumentais. A graxa correta, por sua vez, não deve ser entendida como um custo, mas um investimento em continuidade, um guardião contra a paralisia produtiva.
A exigência por lubrificação superior cresce na mesma medida que importamos máquinas com tecnologia embarcada de ponta. Colheitadeiras modernas, repletas de sensores e sistemas hidráulicos inteligentes; braços robóticos que demandam precisão absoluta; trens de alta velocidade e turbinas que operam sob pressões extremas – estes equipamentos são a base da indústria moderna. Exigir que uma graxa comum proteja tais maravilhas da engenharia é um contrassenso. É como tentar abastecer uma rede de fibra óptica com fios de cobre antigos. A estrutura pode até suportar por algum tempo, mas o desempenho será medíocre e a falha, inevitável.
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A escolha do parceiro de lubrificação torna-se tão decisiva quanto a seleção da graxa. Empresas que compreendem este novo quesito operam com um padrão de excelência, distribuem produtos de marcas globais que comprovam sua performance em testes rigorosos de carga, durabilidade e resistência a temperaturas que variam de -50°C a +300°C. Essas graxas são ferramentas de engenharia com certificações específicas, como a NSF para indústria alimentícia que garantem que o invisível funcione com perfeição absoluta.
Nem “toda graxa” é “graxa”. Da mesma forma que nem todo veículo está preparado para uma viagem ao futuro, nem todo lubrificante protege o patrimônio industrial. Graxa deixou de ser um produto básico para se tornar ciência de materiais aplicada. É tecnologia de desempenho invisível, a barreira entre a produção e a paralisia, entre a economia real e a perda financeira, entre permanecer no passado ou avançar com confiança para o futuro.
Porque, no fim, o que parece impossível muitas vezes é apenas uma questão de escolha.
A Frota News inicia uma série de artigos com análises aprofundadas dos emplacamentos das fabricantes de caminhões, com base nos dados divulgados pela Anfavea e pela Fenabrave. Neste primeiro artigo, o foco é a líder de mercado: a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO). Aqui, você conhecerá o desempenho da montadora em cada segmento e o ranking dos modelos mais vendidos dentro da própria marca.
Segundo a Fenabrave, a VWCO emplacou 19.553 caminhões de janeiro a agosto, garantindo 27,06% de participação de mercado. A fabricante do TRATON Group também colocou três modelos entre os 10 mais vendidos do Brasil, incluindo a primeira posição com o VW Delivery 11.180, e os modelos VW Constellation 26.260 (9º lugar) e VW Constellation 17.210 (10º).
A seguir, analisamos a presença da VWCO nos cinco principais segmentos definidos pela Fenabrave, considerando os emplacamentos acumulados nos oito primeiros meses de 2025.
Segundo a Anfavea, são classificados como pesados cavalos mecânicos com PBTC a partir de 40 toneladas e caminhões chassis com CMT acima de 45 toneladas. É a categoria mais disputada, liderada por marcas como Volvo, Scania e DAF, representando mais de 45% das vendas de caminhões no Brasil. A VWCO aparece entre os 10 mais vendidos.
Segmento
Modelo VW
Posição no segmento
Unidades emplacadas
Participação no segmento
Pesado
Meteor 28.480
9ª
1.024
3,13%
Caminhões Semipesados
Segundo a Anfavea, os semipesados possuem PBT acima de 15 toneladas até o limite dos pesados. É a segunda maior fatia do mercado, com 33% do total de vendas. Neste segmento, a VWCO lidera, com cinco modelos entre os 10 mais vendidos do Brasil.
Segmento
Modelo VW
Posição no segmento
Unidades emplacadas
Participação no segmento
Semipesado
Constellation 26.260
3ª
1.927
8,08%
Semipesado
Constellation 17.210
4ª
1.904
7,98%
Semipesado
Constellation 31.320
6ª
1.447
6,07%
Semipesado
Constellation 26.320
7ª
1.179
4,94%
Semipesado
Constellation 18.260
8ª
1.044
4,38%
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Caminhões Médios
Classificados pela Anfavea como modelos com PBT a partir de 10 toneladas até o início dos semipesados, os médios representam 10,9% das vendas totais. A VWCO também lidera nesse segmento, emplacando o modelo mais vendido do mercado e ocupando quatro posições entre os 10 mais vendidos, incluindo um modelo elétrico.
Segmento
Modelo VW
Posição no segmento
Unidades emplacadas
Participação no segmento
Médio
Delivery 11.180
1ª
4.356
55,47%
Médio
Delivery 13.180
3ª
565
7,19%
Médio
Constellation 14.210
8ª
198
2,52%
Médio
eDelivery 11
10ª
64
0,81%
Caminhões Leves
Com PBT a partir de 6 toneladas até o início dos médios, os leves representam 8,5% das vendas totais. A VWCO conta com dois modelos entre os 10 mais vendidos da categoria.
Segmento
Modelo VW
Posição no segmento
Unidades emplacadas
Participação no segmento
Leve
Delivery 9.180
2ª
1.422
23,29%
Leve
Delivery 6.170
8ª
87
1,42%
Semileves
Este segmento é pouco representativo, abrangendo caminhões acima de 3,5 toneladas até o início dos leves. O mercado prefere veículos com PBT até 3,5 toneladas, conduzíveis com CNH categoria B. A VWCO retirou o Delivery 4.170 (CNH C) para focar no Delivery Express (CNH B). O semileve representa apenas 2,4% das vendas totais e não conta com modelos VWCO, embora o Delivery Express registre 1.543 unidades, figurando entre os mais vendidos na categoria chassi cabine.
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Ranking dentro da marca Volkswagen
Posição
Modelo
Unidades
1ª
Delivery 11.180
4.356
2ª
Constellation 26.260
1.927
3ª
Constellation 17.210
1.904
4ª
Delivery Express
1.543
5ª
Constellation 31.320
1.447
6ª
Delivery 9.180
1.422
7ª
Constellation 26.320
1.179
8ª
Constellation 18.260
1.044
9ª
Meteor 28.480
1.024
10ª
Delivery 13.180
565
11ª
Constellation 14.210
198
12ª
Delivery 6.170
87
13ª
eDelivery 11
64
Das 50 posições do ranking da Fenabrave, a VWCO conquistou 12 posições, considerando que o Delivery Express compete na categoria de comerciais leves, fora do ranking de caminhões.
Em breve, a análise das demais fabricantes de caminhões!
A Scania aproveitou uma conferência sobre mobilidade elétrica, realizada no fim de agosto na Dinamarca, para fazer um duro desabafo sobre a lentidão da transição dos caminhões a diesel para os modelos elétricos. O encontro, que reuniu transportadores, especialistas, jornalistas e executivos do setor, foi também o palco de uma entrevista exclusiva concedida por Christian Levin, CEO da Scania, presidente do Conselho Executivo do Grupo Traton e do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA (associação europeia de fabricantes).
Levin foi categórico ao afirmar que, apesar de os fabricantes já entregarem caminhões elétricos a bateria (BEVs) ao mercado, as condições necessárias para que essa tecnologia decole ainda não existem.
A entrevista foi realizada pelo jornalista e colega do International Truck of The Year (IToY), Rasmus Grønvig Haargaard, editor-chefe da revista Lastbil Magasinet. Como membro associado do IToY, traduzi a conversa e publico agora os principais pontos em português para o público brasileiro. Quem quiser ler a entrevista na íntegra, segue o link: Entrevista exclusiva: Não é falha de engenharia, é falha de política”, critica CEO da Scania sobre eletrificação. Abaixo, os principais pontos da entrevista:
Metas “impossíveis” de cumprir
Segundo o executivo, a União Europeia estabeleceu uma meta de reduzir em 45% as emissões de CO₂ dos caminhões até 2030. Para que isso fosse viável, cerca de 38% das vendas de pesados teriam de ser elétricas. Hoje, porém, essa participação não passa de 1,5% na Europa.
“É impossível cumprir a meta sem que haja paridade no custo total de propriedade (TCO) entre caminhões a diesel e elétricos, sem expansão acelerada da infraestrutura e sem reforço da rede elétrica”, afirmou Levin.
Caso a meta não seja atingida, as montadoras terão de pagar multas bilionárias — a Scania calcula que o valor pode chegar a quase 2 bilhões de euros nos próximos anos.
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“Caminhão não é carro”
O CEO criticou a visão de Bruxelas, que segundo ele aplica ao transporte de carga as mesmas estratégias utilizadas no mercado de automóveis.
“O caminhão é uma máquina industrial. Precisa gerar retorno sobre o capital investido. Forçar clientes a comprar elétricos sem viabilidade é um erro”, disse.
Ele também atacou a proposta de cotas obrigatórias para frotas de caminhões elétricos: “Isso não é capitalismo, é comunismo. Nossos clientes não podem ser forçados a comprar uma tecnologia que ainda não se paga.”
Subsídios e políticas públicas
Para Levin, a transição só será viável com medidas que tornem o transporte elétrico mais competitivo, como subsídios temporários, incentivos fiscais e flexibilização nas regras de compras públicas.
Ele citou exemplos de países que já avançam nesse caminho:
Dinamarca: pedágio rodoviário que encarece o diesel e barateia o elétrico.
Suíça: imposto rodoviário zero para elétricos e muito alto para caminhões a combustão.
Outra medida defendida é o uso do poder de compra do setor público: “Assim como nas frotas de ônibus urbanos, governos deveriam priorizar caminhões verdes.”
China avança, Europa patina
Levin também destacou a disparidade entre Europa e China. Enquanto o Velho Continente tem apenas 1,5% de participação dos elétricos pesados, o mercado chinês já alcançou 25%.
E fez um alerta: “É apenas uma questão de tempo para que fabricantes chineses, como a BYD, desafiem Scania, Volvo e Daimler também na Europa.”
Segundo ele, a estratégia da Scania será aprender a competir dentro do mercado chinês: “A China será nosso campo de treinamento.”
Baterias e impacto global
Um ponto crítico levantado pelo executivo foi a dependência da Scania da fornecedora de baterias Northvolt, que entrou em dificuldades financeiras. Para garantir a continuidade da produção, a empresa sueca terá de adaptar sua fábrica em Södertälje às células fornecidas por empresas chinesas.
Essa mudança, segundo Levin, trará paralisações temporárias na produção, mas não afetará os pedidos já realizados.
O Brasil, onde a Scania tem operação industrial relevante, também pode sentir reflexos desse cenário. A falta de padronização regulatória e a necessidade de novas fábricas de baterias devem influenciar futuras decisões de investimento da companhia no país.
O recado para o Brasil
Embora o debate esteja centrado na União Europeia, as palavras de Levin repercutem diretamente no Brasil, onde o transporte rodoviário é mais dependente do diesel.
As críticas à falta de infraestrutura elétrica e à ausência de políticas públicas específicas ecoam no cenário brasileiro, que enfrenta desafios semelhantes para viabilizar caminhões elétricos em larga escala.
“É preciso tornar fácil e lucrativo fazer a coisa certa. Até agora, não conseguimos”, concluiu Levin.
A Scania realizou, no fim de agosto, uma conferência na Dinamarca dedicada à mobilidade elétrica. O encontro se transformou em um espaço de desabafo sobre a lentidão da transição dos caminhões a diesel para os modelos elétricos e também de análise das razões que ainda travam as vendas desses veículos. Na ocasião, o jornalista e colega do International Truck of The Year (IToY), Rasmus Grønvig Haargaard, editor-chefe da revista Lastbil Magasinet, entrevistou com exclusividade Christian Levin, CEO da Scania, presidente do Conselho Executivo do TRATON Group e do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA (associação dos fabricantes). Como membro associado do IToY, traduzi a íntegra da conversa e publico agora a versão em português para o público brasileiro.
“Já estamos entregando os veículos e oferecendo soluções de emissão zero para todas as necessidades de transporte, mas a maioria das condições essenciais ainda não está presente hoje. Se todas as outras peças não se encaixarem, vamos fracassar. Isso não é uma falha de engenharia, é uma falha de política”, disse Christian Levin em comunicado da ACEA. Abaixo, a entrevista completa e no link, uma versão resumida com os principais trechos: Os principais pontos da entrevista com o CEO da Scania sobre caminhões elétricos
Por Rasmus Grønvig Haargaard
Primeiro de tudo: por que esta conferência hoje?
— Porque temos a responsabilidade de olhar além apenas dos nossos produtos e serviços. Por isso fiquei muito satisfeito com essa iniciativa, que também se encaixa bem já que a Dinamarca ocupa a presidência da União Europeia. Vemos que a Dinamarca já iniciou a curva de crescimento dos caminhões elétricos a bateria (BEVs). Muitos clientes dinamarqueses já testaram um, dois ou três caminhões elétricos. Então, o momento é oportuno e nos vemos com responsabilidade maior do que apenas vender caminhões.
No dia 12 de setembro, você terá o terceiro diálogo com a Comissão Europeia em Bruxelas, o chamado “Diálogo Estratégico”. O que você vai dizer?
— Que nós, da indústria, estamos prontos. Meus concorrentes e eu já temos os caminhões, embora os clientes ainda não estejam comprando BEVs (veículos elétricos a bateria) em quantidade suficiente para atingir a curva de redução de CO₂ da União Europeia até 2030, quando teremos que chegar à meta de 45%.
No seu discurso na conferência você mencionou 38% para alcançar os 45%. Como funciona essa conta?
— Se traduzirmos a redução de 45% de CO₂ em participação de BEVs, estimamos que isso corresponda a 38%. Mas não sabemos com precisão, porque também existem reduções de combustível em nossos caminhões a combustão. Vendemos biometano, HVO, pneus de menor resistência ao rolamento. São vários avanços técnicos em nossos caminhões convencionais. E presume-se que isso represente 7%. O restante deve vir dos caminhões de emissão zero, ou seja, 38%. Mas não importa se pensamos em 35 ou 40 – é algo em torno disso. E isso é necessário para que a União Europeia cumpra o Acordo de Paris. Eu diria: não vai dar certo.
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Não vai dar certo?
— É impossível. A menos que consigamos rapidamente paridade de custo total de propriedade (TCO) entre caminhões a diesel e elétricos, que a infraestrutura seja expandida mais rápido e que a rede elétrica seja reforçada para que as empresas possam se conectar rapidamente. Caso contrário, não vai funcionar. E nada disso está sob nosso controle. Nós, fabricantes – Scania, Volvo, Daimler, Iveco etc. – só podemos entregar os caminhões se os clientes quiserem comprá-los. A União Europeia olha muito para os carros de passeio, mas há uma grande diferença entre carros e caminhões. Dizem: “vamos multar os fabricantes, assim os clientes serão forçados a comprar elétricos.” Mas nossos clientes não vão comprar uma máquina que não gera receita. O caminhão é um investimento como qualquer outra máquina industrial. Pensar que, por ter rodas de borracha, é como um carro é um erro. Não, é como um compressor ou uma máquina de papel. Precisa gerar retorno sobre o capital investido.
Então você fala da necessidade de subsídios?
— Os subsídios são uma forma de tornar o cálculo de TCO mais atrativo para os clientes durante um período de transição. A Dinamarca introduziu um pedágio rodoviário para caminhões que encarece o uso de fósseis e barateia o elétrico. Isso está absolutamente correto. Na Suíça, que hoje tem 10% de participação de BEVs em caminhões pesados, a diferença no imposto rodoviário é ainda maior. Lá, é zero para elétricos e muito caro para diesel. Achamos isso muito bom.Também defendemos flexibilizar as regras de compras públicas, para que não se seja obrigado a comprar apenas o mais barato. Deve ser possível dizer: compramos de forma sustentável.
Então o setor público deve comprar caminhões verdes?
— Sim, exatamente como acontece com os ônibus urbanos. Do mesmo modo, deveríamos poder competir por quem oferece a solução mais eficiente e sustentável.Ouvi que se fala em introduzir zonas verdes em grandes cidades da Dinamarca, assim como em Estocolmo, onde não se pode entrar com caminhão a combustão. Isso também funciona bem.
Qual será o tamanho das multas se você não atingir a meta de redução de 45% de CO2 até 2030?
— Podemos imaginar, por exemplo, que passamos de 1,5% de caminhões elétricos pesados na Europa, como está a situação agora, para 15% de participação no BEV em cinco anos. Depois, teremos de pagar pouco menos de 2 mil milhões de euros em multas.
Mas você espera atingir o requisito?
— Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para alcançar esse requisito. Alcançaremos esse requisito.
Você não está planejando pagar uma única coroa sueca em multas?
— Seriam euros, infelizmente… então não. Mas brincadeiras à parte. É um absurdo. É absurdo que sejam os fabricantes que tenham de pagar multas. E não aqueles que constroem a infraestrutura de carregamento, ou aqueles que gerenciam a rede elétrica, ou aqueles que produzem energia, ou os políticos, ou aqueles que compram o transporte.
Tantos outros deveriam pagar, você acha?
— No mínimo, o fardo deve ser compartilhado, se você realmente quiser afetar o sistema. Porque não podemos fazer isso sozinhos. O que devo fazer se os clientes não comprarem porque não podem carregar, ou porque a eletricidade é muito cara, ou o diesel é muito barato?
— Carros de passeio você pode dirigir com argumentos não racionais. Não vale a pena dirigir um EV, mas faço isso porque quero fazer algo de bom. Eu sou um consumidor e posso pagar. Mas não funciona assim quando você compra uma máquina para uma fábrica. Deve se pagar, e isso é uma grande diferença.
— Há compradores de transporte que estão mais próximos dos consumidores. Por exemplo, redes de supermercados. Seus clientes gostam que seja um caminhão silencioso. Caminhões de lixo. Lá há disposição para pagar, mas para quem transporta contêineres e trabalha com margens muito pequenas, é impossível dizer, dirigimos elétricos porque é bom para o mundo. Existem alguns casos, mas são muito poucos.
— Há uma discussão em Bruxelas sobre cotas e que as frotas devem ter uma certa parcela de caminhões elétricos. Achamos que é uma péssima ideia. Então você tem que forçar nossos clientes a comprar bateria elétrica, mesmo que seja um mau negócio. E então não vivemos mais em um país capitalista, mas comunista, e não queremos ver isso. Mas Bruxelas está começando a entender isso, e é por isso que também estamos conversando com von der Leyen e seus comissários de que eles devem fazer algo diferente. Se você usar o mesmo método, obterá o mesmo resultado. E isso não é bom o suficiente.
— Como fábricas, você deve alcançar uma redução de CO2 de 45% em caminhões novos em 2030 se quiser evitar multas da UE. Você naturalmente espera atingir a meta – mas se em 2029 você perceber que não está vendendo BEVs suficientes, o que você faz na prática como fábrica? Você deve então parar de vender caminhões a diesel?
— Sim. Então você deve calcular por mercado quantos caminhões a diesel eles podem obter. Em seguida, eles devem tentar priorizar entre os clientes e dizer-lhes: “você pode comprar um em vez de dois”.
Você pode imaginar tal situação?
— Sim. Coisas estranhas aconteceram a nível da UE. Mas a UE hoje não fala apenas de verde, mas também de competitividade. Há uma diferença muito grande entre a nova comissão em comparação com a antiga. Por isso, tenho a certeza de que encontraremos uma solução para este problema.
— Mas é desconfortável. Somos responsáveis por 106.000 funcionários, um enorme sistema industrial. Pagamos bilhões em impostos aos países europeus porque ganhamos dinheiro. Devemos remover isso? Essa preocupação paira sobre mim e Martin Lundstedt (CEO do Grupo Volvo), Karin Rådström (CEO da Daimler Truck) e Olof Persson (CEO da Iveco), e é muito desconfortável. E eu realmente não acho que estamos recebendo outras respostas em Bruxelas além de “vai dar certo”.
— Você também deve se lembrar que o primeiro nível de multa vem este ano, em 2025. Aqui, a meta é de 15% de redução de CO2, então, quando o ano terminar, eles calcularão se a alcançamos. Estamos muito confiantes de que sim.
— A legislação original para 2030 era de 30%, e provavelmente teríamos conseguido alcançá-la com as ferramentas disponíveis hoje. Mas então eles optaram por aumentar o nível de ambição para 45%. E vamos acreditar em 45.
A UE deve fazer mais para uniformizar as normas e regras no transporte rodoviário?
— Há muita coisa que deve ser harmonizada em nossa indústria na UE. Construímos um caminhão de lascas de madeira de 30 metros de comprimento na Suécia para 90 toneladas, mas por que não temos permissão para construí-lo na Dinamarca? Por que não podemos obter 2 ou 4 toneladas extras em um caminhão elétrico, porque então seria muito mais rápido alcançar a neutralidade de custos. Portanto, há muito a fazer na transição verde para padronizar.
— A Scania entrou em cooperação com a Northvolt para fornecer baterias para os caminhões BEV, mas, como se sabe, as coisas deram errado para a Northvolt. Qual é o status da Scania na frente da bateria agora?
— Ajudamos a Northvolt com financiamento sob o Capítulo 11, para que eles pudessem manter a fábrica funcionando por um período. Armazenamos muitas células de bateria da Northvolt em Södertälje, para que pudéssemos continuar a construir caminhões com essas células até outubro e, de fato, podemos continuar até o próximo verão. Mas o que devemos fazer agora é fazer certas adaptações em nossa fábrica para implementar outra célula de bateria, que já temos em nosso MAN. É um fornecedor chinês.
— Em paralelo estamos conversando com várias outras empresas para ter dois fornecedores. Porque aprendemos a lição com a Northvolt, que quando você tem apenas um fornecedor e surgem problemas, você não pode entregar aos clientes, e isso é o pior que pode acontecer. Agora estamos prontos com um fornecedor chinês e agora estamos trabalhando para obter um fornecedor não chinês como fornecedor suplementar.
Como é a qualidade das baterias chinesas em comparação com as da Northvolt?
— Eles são bons. Eles não são idênticos ao Northvolt. Ambientalmente Northvolt era melhor. Foi por isso que escolhemos a Northvolt. As células de bateria Northvolt podem armazenar um pouco mais de energia, para que você possa dirigir um pouco mais. Mas a vida útil das baterias chinesas é melhor, então você pode manter o caminhão por alguns meses ou um ano a mais. Portanto, há prós e contras.
A mudança da Northvolt afetará sua produção de caminhões elétricos?
— No momento, temos uma produção muito boa e temos uma carteira de pedidos bastante grande. Mas durante outubro devemos parar nossa fábrica de baterias e reconstruir para nos adaptarmos às células chinesas. Eles são exatamente do mesmo tamanho de uma fita VHS antiga. Mas as células chinesas incham de uma maneira diferente da Northvolt, então você precisa substituir as almofadas, adaptar os módulos e alterar um pouco o processo de montagem. Então, infelizmente, teremos uma pequena paralisação quando reconstruirmos.
O que isso significa para os transportadores que esperam por um caminhão elétrico?
— Desta vez, fomos muito cuidadosos com o que prometemos. Portanto, todos os clientes que têm um número de pedido receberam uma promessa de entrega e nós a cumpriremos. Portanto, não falharemos com nossos clientes novamente.
— A questão é saber se podemos fazer mais do que isso se a procura aumentar no Outono. Aí é meu trabalho desafiar a nós mesmos e nossa produção, mas ao mesmo tempo sem correr riscos muito grandes.
Qual é o prazo de entrega de um caminhão elétrico agora para um novo pedido?
— Cerca de um ano.
Em seu discurso de introdução, você mencionou a participação do BEV para caminhões pesados na Europa vs. China (1,5% vs. 25%). Vocês mesmos estão prestes a iniciar a produção na China. Vimos os fabricantes chineses de automóveis e autocarros avançarem significativamente na Europa em apenas alguns anos. Você acha que em caminhões você pode ser desafiado por fabricantes chineses na Europa nos próximos anos?
— Absolutamente. É apenas uma questão de tempo. Já enfrentamos a concorrência de fabricantes chineses no Oriente Médio e na América do Sul. Mas quando você entrar na China, enfrentaremos apenas fabricantes chineses. A China será nosso centro de fitness. É o nosso campo de treinamento. Agora devemos aprender a vencer os fabricantes chineses na China. Oferecemos tudo o que a Scania tem – durabilidade, elevada eficiência de produção, qualidade e design premium, baixo consumo, eficiência da cadeia cinemática. Mas os chineses vêm com boas soluções digitais e sistemas elétricos a bateria. Assim como Henry Ford possuía sua própria refinaria, eles próprios possuíam a produção de baterias e toda a produção de caminhões. Então eu acho que será muito bom para nós estarmos lá. E agora também estamos construindo P&D na China. Portanto, teremos 500 engenheiros empregados na China, que serão principalmente chineses. Eles complementarão as competências globais da Scania com o que podem fazer.
Então, quando as pessoas dizem que não acreditam em caminhões chineses na Europa por causa da diferença de qualidade – você acha que é uma mentalidade perigosa?
— Basta olhar para o que aconteceu com os ônibus.
Mas isso é em grande parte impulsionado por licitações públicas …
— Correto, e são as cidades que compram. Naturalmente, há muitos que não compram caminhões chineses por vários motivos. E será muito difícil para eles. A coisa mais difícil como um novo fabricante na Europa – e isso também se aplica à Tesla se eles entrarem no mercado – é como você lida com serviços e reparos. A rede é incrivelmente importante. Quando perguntamos aos clientes por que eles compram a Scania, metade da resposta é o produto, mas a outra metade é um bom serviço. Que o gerente da oficina seja habilidoso, amigável e rápido. Que eles obtenham ajuda quando algo acontece, e tudo isso não pode ser substituído “da noite para o dia”.
— Mas é claro que eles virão. Por 30 anos, eu disse que pelo menos uma empresa chinesa se tornará um player global que desafiará um grupo como Scania, Volvo ou Mercedes. E acho que será a BYD que fará isso.
O aumento do foco na sustentabilidade em sua empresa também é algo que ajuda a atrair novas gerações de funcionários?
— Sim, especialmente no lado da engenharia. Há muitos jovens engenheiros que vêm trabalhar para nós e dizem que “escolhemos a Scania porque você tem uma jornada de sustentabilidade confiável e o faz com sinceridade”. É uma questão geracional, é muito claro. Os menores de 30 anos o têm como critério de decisão e se aplica a quase todos eles. Por conseguinte, é também muito importante para nós que tenhamos êxito e que o levemos a sério. Você tem que olhar a longo prazo. Ninguém quer trabalhar para uma empresa que destrói o planeta. Eles não devem ser capazes de obter financiamento ou ganhar dinheiro no futuro.
— É nisso que acredito e é nisso que estamos a investir. Não sou o único a influenciar se também se torna assim. Políticos e outros entram em jogo. Mas é assim que devemos governar a Europa, não é? Deve ser fácil fazer a coisa certa e deve ser lucrativo fazer a coisa certa. Mas até agora não conseguiu.
Além da Scania, você também é chefe da Traton. Nos últimos anos, vimos a MAN e a Scania cooperarem mais com o sistema modular, etc. – mas os camiões BEV têm um design muito diferente, por exemplo, com a colocação de baterias. Vamos vê-los se tornarem mais semelhantes no futuro, ou é um princípio em si mantê-los diferentes?
— Uma das últimas decisões que a antiga gerência tomou foi que temos arquiteturas de chassi diferentes. A Scania tem um quadro dobrado para o V8, enquanto o MAN tem um quadro um pouco mais largo, mas reto. Para abrir espaço para o número máximo de baterias, a Scania optou por mudar sua estrutura para que ela ficasse paralela e girasse mais para frente, e então você pode encaixar seis baterias com 623 kWh. A MAN não mudaria seu quadro e, portanto, não poderia levar o conceito de bateria da Scania com a megaestrutura e, portanto, um MAN só pode transportar cerca de 450 kWh. Acredito que foi uma decisão muito ruim e que deveríamos ter usado o mesmo quadro, porque então também poderíamos ter usado os mesmos eixos, os mesmos tanques, a mesma arquitetura para tudo no mesmo sistema modular.
Qual é a melhor plataforma – a MAN ou a da Scania?
— A MAN acabou de começar a entregar, então pergunte-me novamente em um ano, então eu responderei qual funciona melhor.
Você investiu grandes somas em uma fábrica de baterias e na conversão da fábrica em Södertälje para construir caminhões BEV. Será necessário mais para prepará-lo para o futuro?
— Existem grandes custos na transformação. Vimos isso quando reconstruímos nossa montagem final em Södertälje. Construímos todos os nossos veículos elétricos a bateria hoje na fábrica de Södertälje. Não construímos nada na França, nada na Holanda e nada no Brasil. São custos maiores do que pensávamos para reconstruir a produção.
— Quando os maiores volumes de BEV chegarem, a questão é onde devemos construir a próxima fábrica de baterias. Podemos escolher entre a França e a Holanda, onde temos nossas grandes fábricas de montagem, ou algo intermediário. Agora que a expansão foi adiada, ainda não tivemos que tomar essa decisão. Mas estamos em diálogo com muitas partes interessadas que querem que coloquemos a fábrica de baterias lá.
— E você deve se lembrar que também temos uma fábrica de baterias na Alemanha, porque Nuremberg entrega para a MAN e, claro, agora estamos construindo nossas fábricas para que possamos entregar uns aos outros. Södertälje pode entregar em Munique e Nuremberg pode entregar em Södertälje. Portanto, a terceira fábrica de baterias pode se tornar uma fábrica mista.
Última pergunta: Quando será o próximo grande lançamento da Scania?
Haha, sim… o mais recente foi “Baby Super”, o motor de 11 litros. Isso foi uma grande coisa, e só agora está sendo implementado. Mas tudo bem, a próxima grande novidade vem… hmm… em 2026.
O mercado brasileiro de caminhões enfrenta uma retração em 2025, conforme dados da Fenabrave, que mostram uma queda de -6,64% no acumulado do ano. Apesar desse cenário desafiador, o ranking Top 10 dos modelos mais vendidos revela um domínio claro de duas gigantes do setor: Volvo e Volkswagen. Juntas, as duas marcas concentram sete das dez posições mais altas.
A Volvo se destaca não apenas pelo número de modelos no top 10, mas também pelo volume de vendas entre eles. Com quatro representantes na lista, a marca sueca emplacou 10.859 unidades até agosto, dominando o segmento de pesados e semipesados. Os modelos FH 540 e FH 460 consolidam a liderança da Volvo no transporte rodoviário de longa distância, enquanto o VM 290 e VM 360 reforçam sua presença em operações mais versáteis, típica do segmento de semipesados.
Já a Volkswagen, com três modelos no ranking, vendeu um total de 8.187 unidades da lista Top 10. A liderança do VW Delivery 11.180 no ranking geral, com 4.356 unidades, mostra a força da marca no segmento de caminhões médios, essenciais para a logística urbana e de distribuição regional. Os modelos VW Constellation 26.260 e VW Constellation 17.210 também garantem a presença da marca no segmento de semipesados.
Ranking Top 10
Os 10 caminhões mais vendidos entre janeiro e agosto de 2025. Fonte: Fenabrave
Marcas ligadas ao setor de logística e automotivo estão aproveitando o The Town 2025 para ações de marketing direto, como ativações em estandes, experiências imersivas e promoções exclusivas. O festival de música acontece entre os dias 6 a 14 de setembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
A Volkswagen, patrocinadora oficial do festival, aposta na campanha “Vou de Volks”, que vai sortear um SUVW Tera — carro oficial do evento — e oferecer cinco assinaturas do modelo pelo programa VW Sign&Drive, válidas por um ano.
O The Town é um palco onde a música transforma, conecta e inspira. Patrocinar o maior festival de música, cultura e arte de São Paulo é viver a energia da música, da cultura e da conexão com as pessoas. É uma ação que traduz o espírito da marca: estar próxima das pessoas, compartilhar emoções e criar experiências únicas”, afirma Lívia Kinoshita, diretora de Marketing da Volkswagen do Brasil e Região América do Sul.
Outro exemplo é a Clique Retire, que será a operadora oficial de guarda-volumes no evento. A empresa disponibilizará mais de 3 mil lockers inteligentes em pontos estratégicos do Autódromo de Interlagos, com reservas feitas pelo site ou aplicativo oficial. Com funcionamento diário das 14h até a saída do último fã, monitoramento por câmeras e integração digital. A empresa atua como apoio ao comércio varejista on-line e de logística de entregas.
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Acessórios para Ram — As novas Ram 2500 e 3500 da linha 2025 chegam ao mercado como as picapes a diesel mais potentes do Brasil, agora com mais de 30 acessórios originais. Desenvolvidos pela Stellantis e Mopar, os itens — como capota rígida elétrica, estribos automáticos, tapete de caçamba e ponteiras de escapamento — são produzidos no Brasil e oferecem personalização, design e funcionalidade. Equipadas com o motor Cummins® 6.7 Turbodiesel High-Output de 436 cv e 1.458 Nm de torque, as versões Heavy Duty também contam com transmissão automática de 8 marchas e podem ser configuradas com os novos acessórios em 142 concessionárias pelo país.
Mudança de nome — A Ford anunciou a mudança de nome da sua divisão de alta performance e competição de Ford Performance para Ford Racing, marcando uma nova fase com ambições globais e foco total em corridas de elite como Fórmula 1, Dakar, Le Mans e Daytona. A nova identidade reflete uma integração entre os times de desenvolvimento de veículos de rua, pista e off-road, com tecnologia compartilhada entre eles. Liderada por Mark Rushbrook, a Ford Racing também investirá em talentos, experiências imersivas e escolas de pilotagem, com o primeiro veículo dessa nova era previsto para janeiro. Segundo Will Ford, a iniciativa resgata o espírito competitivo de Henry Ford e reafirma o compromisso da marca em vencer nos mais altos níveis do automobilismo mundial.
A Marcopolo Rail fechou contrato para o fornecimento de três trens urbanos do modelo Prosper City para a Companhia Ferroviária e de Logística do Piauí (CFLP). Serão duas composições com dois carros e uma com três carros para o sistema de mobilidade de Teresina, destacando o papel da empresa na modernização da mobilidade urbana da capital piauiense.
O Prosper CITY é um trem leve, com embarque em plataforma elevada de 1,10m, desenvolvido pela Marcopolo Rail e fabricado 100% no Brasil. Ele possui capacidade de transportar 560 passageiros em uma composição de três carros, com amplas portas e áreas envidraçadas. O layout do salão de passageiros pode ser customizado de acordo com cada operação.
“Com essa iniciativa, ampliamos a nossa atuação no País e reforçamos nossa estratégia de avançar com soluções para os segmentos urbanos de transporte. Acreditamos fortemente no potencial do segmento metroferroviário brasileiro, que tem totais condições de atender aos deslocamentos de alta capacidade com velocidade, eficiência e conforto, além apresentar diversas vantagens na relação custo versus benefício no médio prazo”, afirma Petras Amaral, Business Head da Marcopolo Rail.
Transporte coletivo — O Brasil tem avançado na modernização do transporte coletivo por meio do eixo de Renovação de Frota do Novo PAC, que investe em tecnologias limpas como ônibus elétricos, motores Euro 6 e veículos sobre trilhos (VLTs), com apoio do Ministério das Cidades. Desde 2023, foram destinados R$ 13 bilhões para a aquisição de 8.211 novos ônibus em 152 cidades, sendo R$ 10,6 bilhões para o setor público e R$ 2,4 bilhões para o privado. Esses investimentos contemplam 2.296 ônibus elétricos, 3.015 com tecnologia Euro 6 e 39 VLTs. Em 2025, mais R$ 4,4 bilhões foram disponibilizados para novas propostas.
Trem da República — O Hallowtrain, um dos eventos mais esperados do interior paulista, retorna em sua terceira edição nos dias 24, 25 e 31 de outubro e 1º de novembro. A bordo do Trem da República, o passeio temático parte da estação de Itu rumo a Salto, oferecendo uma experiência imersiva com cenários sombrios, personagens caracterizados e atrações para todas as idades. Crianças aproveitam o clima lúdico do Halloween, enquanto adultos desfrutam de um open bar com drinks e petiscos exclusivos. O trajeto noturno inclui intervenções surpresa e, ao chegar em Salto, os passageiros são recebidos com um jantar especial antes do retorno festivo a Itu.
O Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros) também está em alerta máximo. A entidade se prepara para um possível “apagão logístico” no futuro, uma ameaça real e crescente que paira sobre a indústria de transporte de veículos zero-quilômetro no Brasil. A profissão de cegonheiro, tradicionalmente passada de pai para filho, enfrenta uma crise de sucessão sem precedentes, e a falta de interesse das novas gerações pode comprometer a fluidez de um dos segmentos mais estratégicos da logística nacional.
O problema reflete um cenário mais amplo, como aponta um estudo do Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), que registrou uma queda de 20% no número de caminhoneiros no Brasil na última década. A vida na estrada, marcada por longos períodos longe de casa, condições de trabalho extenuantes e a violência nas rodovias, afasta os mais jovens. “Não é mais uma profissão que passa de geração para geração,” lamenta Maurício Munhoz, da Transportes Munhoz & Munhoz. O desinteresse é tanto que, segundo Ivan da Silva, da Transmiúdo Transportes, os filhos de cegonheiros preferem atuar na gestão dos negócios da família a assumir o volante.
José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sinaceg
Para combater essa tendência, o Sinaceg aposta na modernização e na formação como chaves para atrair novos talentos. A 25ª Expo de Transportes do ABCD, conhecida como a Feira do Cegonheiro, é um dos eventos centrais nessa estratégia. A feira, que acontecerá em São Bernardo do Campo (SP), de 25 a 27 de setembro, apresentará o que há de mais moderno em caminhões e tecnologias. “Caminhões equipados com tecnologia, maior conforto e segurança deixam a jornada menos desgastante,” destaca José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sinaceg. A ideia é mostrar que a profissão pode ser mais atrativa com o auxílio da tecnologia.
Além da tecnologia, a formação de novos cegonheiros é vista como uma solução fundamental. Márcio Galdino, diretor regional do sindicato, explica que o setor estuda parcerias com transportadoras e centros de treinamento para viabilizar o acesso de jovens à profissão. Diferentemente do passado, quando motoristas novatos passavam meses em treinamento prático com profissionais experientes, hoje os altos custos operacionais inviabilizam esse modelo. A feira não será apenas uma vitrine de negócios, mas um espaço para atrair e inspirar a próxima geração de cegonheiros. Ítalo Nogueira, diretor da Conexão Eventos, resume o espírito do evento: “Mais do que um evento de negócios, estamos preparando três dias de festa para todos se sentirem em casa.”
Agosto foi um mês de freio puxado no mercado de veículos comerciais. Na verdade, como os dados divulgados pela Fenabrave são de emplacamentos, eles representam parte das vendas em agosto, julho e junho. Foram 8.805 caminhões emplacados em agosto, contra 10.448 em julho, com queda de 15,7%. A comparação com agosto de 2024 é ainda mais indigesta: retração de 21,7%. No acumulado de janeiro a agosto, o mercado soma 72.267 licenciamentos – 6,6% abaixo do mesmo período do ano passado (77.403).
O presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, não titubeou ao apontar a causa principal: “O crédito segue caro e as empresas continuam seletivas nos investimentos. O agronegócio não favorece esse segmento, que reage quando as condições melhoram, mas está enfrentando desafios importantes neste ano.”
O segmento de implementos rodoviários não escapou da freada. Foram 5.642 unidades vendidas em agosto, queda de 10% sobre julho e de expressivos 26,6% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de oito meses, a queda chega a 20,7%, com 47.761 implementos comercializados.
Ônibus: fôlego mais curto
Nem os ônibus escaparam da maré baixa. O mês de agosto registrou pouco mais de duas mil unidades, retração de 25,4% frente a julho e de 28,8% em relação a agosto de 2024. Ainda assim, o acumulado do ano mantém saldo positivo de 10% – crescimento de 17,2 mil para 18,9 mil unidades.
O dirigente da Fenabrave explica a aparente contradição: “O acumulado positivo mostra retomada gradual em linhas urbanas e de fretamento, mas a redução do ritmo de crescimento, em função das vendas já realizadas do Programa Caminho da Escola, era previsível.”