Apesar das incertezas econômicas e da escassez de crédito para alguns setores, a demanda por máquinas de construção manteve-se estável no primeiro semestre de 2025, segundo a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). O cenário atual reflete a continuidade de uma curva de recuperação iniciada no segundo semestre de 2024, puxada por setores como mineração, saneamento e concessões de infraestrutura.
De acordo com Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, o desempenho do segmento neste primeiro semestre foi influenciado por forças distintas. “O agro sofreu com falta de financiamento, por isso, a venda de máquinas foi estável. Já a construção civil, que depende de investimentos privados, mesmo com um número interessante de lançamentos imobiliários, foi um setor que diminuiu a aquisição de equipamentos. A alta de juros tem um impacto direto nessa área”, afirma.
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Daniel será um dos participantes da primeira edição do Radar Tendências, evento da Sobratema que será transmitido no próximo dia 24 de julho, às 15h, pelo canal da associação no YouTube. O encontro vai apresentar um panorama completo sobre o comportamento do mercado de máquinas em 2025, com dados, previsões e análises setoriais.
Esforço do setor e alta dos seminovos
Em meio aos desafios, a indústria e os distribuidores se mobilizaram para manter o mercado aquecido. Segundo Daniel, as vendas de equipamentos não estão ocorrendo de forma espontânea, mas sim como resultado de iniciativas agressivas do setor. “Houve um esforço grande da indústria e dos dealers para equilibrar a demanda do mercado, com ações que garantiram preço e condições de pagamento, inclusive com subsídios frente aos juros altos”, explica.
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Um dos pontos de destaque no período foi o crescimento das vendas de equipamentos seminovos e usados. A presença de grandes empresas e o uso crescente de plataformas digitais estão impulsionando essa fatia do mercado. Além disso, os equipamentos de médio ciclo de vida oferecem boa eficiência operacional e menor custo, o que os torna mais atraentes em um momento de crédito restrito. “Os bancos endureceram as exigências para concessão de financiamento, por receio de inadimplência”, aponta o vice-presidente da entidade.
Composto por quatro blocos temáticos, o Radar Tendências vai analisar aspectos técnicos, econômicos e comerciais que impactam a cadeia da construção e mineração. O evento contará ainda com a participação de Alberto Silva, CEO do Grupo Lafaete, do economista Fernando Garcia de Freitas, sócio-diretor da Ex Ante Consultoria Econômica, e de Mario Miranda, coordenador do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção e Mineração.
A programação abordará:
- Percepções de mercado – oportunidades, riscos e estratégias.
- Investimentos e financiamento – fontes de crédito e situação atual da frota.
- Tendências de vendas por macrossetor – análise dos principais segmentos.
- Projeções para o segundo semestre e 2025 – com destaque para os desafios esperados.
O evento será gratuito e aberto ao público interessado em entender os rumos do setor de máquinas para construção e mineração no Brasil.