A adoção de caminhões movidos a gás em frotas de coleta de resíduos ganha mais um frotista: a EcoUrbis, uma das empresas responsáveis pela limpeza da cidade de São Paulo. A Frota News disponibiliza no decorrer deste artigo outros exemplos, além deste. A EcoUrbis incorporou o modelo Volkswagen Constellation Biometano, modelo apresentado na última Fenatran como protótipo baseado em um Constellation 26.280 6×2 Compactor, porém, totalmente desenvolvido com motor Cummins a gás.
O novo modelo é fruto de uma parceria entre a montadora e a operadora de serviços ambientais. A vantagem ambiental é muito mais percebida no uso do biometano, combustível renovável que pode ser gerado a partir dos próprios resíduos coletados, promovendo uma economia circular e alinhando-se às metas ESG (ambientais, sociais e de governança).
Há empresas que utilizam o GNV (Gás Natural Veicular) de origem fóssil que conseguem promover uma pequena contribuição ao meio ambiente ao deixar de utilizar diesel. Porém, como estratégia, toda empresa que planeja ter uma frota com caminhão a gás, precisa ter o biometano como objetivo, e o GNV como exceção. Aqui na seção Frota Sustentável há dezenas de artigos sobre este tema.
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Dotado de características da linha Compactor, o Constellation Biometano foi projetado para atender às exigências do segmento. O caminhão tem capacidade de armazenamento de combustível de 240 m³ (960 litros) em tanques de aço carbono. Segundo a engenharia da Volkswagen Caminhões, esta é a maior capacidade entre os modelos do segmento, permitindo autonomia de até 300 quilômetros — permitindo operações contínuas na Grande São Paulo sem a necessidade de reabastecimento diário.
A Frota News checou com a Scania, e realmente, o Volkswagen Constellation Biometano tem 10 m³ a mais do que o modelo equivalente da marca sueca. O Scania P 280 6×2 tem capacidade de 243 m³. Abaixo, um comparativo entre eles já publicado na Frota News.
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No coração do veículo está um motor ciclo Otto, movido a biometano, com desempenho equivalente ao da versão a diesel. Segundo a montadora, o modelo oferece maior capacidade de arranque, aceleração superior, melhor tração e direção mais confortável, elementos essenciais para a coleta de lixo em vias congestionadas e com obstáculos urbanos. Na verdade, este é o atual padrão tecnológico das fabricantes de motores, seja Cummins, Scania ou FPT Industrial. Vale acrescentar a lista de vantagens a menor emissão de ruídos do motor de ciclo Otto em relação ao motor de ciclo Diesel.
O diferencial ambiental é um dos grandes trunfos do projeto. De acordo com a VWCO, o uso do biometano pode reduzir em mais de 90% as emissões de CO₂ equivalente no ciclo poço à roda.
O conceito de emissões “do poço à roda” refere-se a todas as emissões de poluentes geradas desde a extração do combustível (como petróleo ou biogás) até o momento em que ele movimenta o veículo. Ou seja, avalia o impacto ambiental em todo o ciclo de vida do combustível, incluindo produção, transporte, distribuição e uso final no motor.
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Em uma operação média, na qual o veículo percorre entre 50 mil e 70 mil quilômetros por ano, isso representa a redução de aproximadamente 150 toneladas de CO₂e emitidas anualmente.
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Outro dado expressivo: a substituição do diesel pelo biometano evita o consumo de cerca de 35 mil litros de óleo diesel por ano, o que representa benefícios concretos para a qualidade do ar e a saúde pública, além de tornar o País menos dependente de petróleo.
“Este projeto é resultado de uma análise criteriosa do mercado e das necessidades da EcoUrbis por uma solução que alie alto desempenho à responsabilidade ambiental. Nossa proximidade com a operação nos proporciona uma visão diferenciada”, afirma Rodrigo Chaves, vice-presidente de Engenharia da VW Caminhões e Ônibus.
O executivo ressalta a capacidade da empresa em desenvolver veículos sob medida e voltados para aplicações vocacionais. “Nos unimos ao cliente para criar um produto que responda à crescente demanda por operações sustentáveis e contribua diretamente para a dinâmica da gestão de resíduos”, complementa.
“Estamos sempre atentos ao que nosso cliente quer e preparamos nossos veículos de acordo com esse relacionamento pautado pela proximidade. Mais do que fornecer produtos, buscamos construir parcerias duradouras, com foco em eficiência e evolução constante”, reforça Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da VWCO.


