sábado, dezembro 6, 2025

Queda dos pesados: o que está acontecendo com os “queridinhos” da indústria?

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Os caminhões com PBT acima de 15 toneladas seguem como os “queridinhos” da indústria brasileira. Essa preferência, destacada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), não é à toa: eles representam maior valor agregado, tecnologia embarcada e rentabilidade. Divididos entre os segmentos de semipesados e pesados, esses modelos concentram quase 80% das vendas de caminhões no país — um indicativo do seu peso estratégico para a cadeia de transporte e logística. 

Pesados ainda lideram, mas em retração

De acordo com dados do setor, os pesados responderam por 42,75% das vendas de caminhões em junho de 2025, ligeiramente acima do mês anterior (42,62%). No acumulado do ano, no entanto, registram participação de 46,05%, uma queda expressiva em relação ao mesmo período de 2024, quando somavam 52,02%. Essa retração de 16% no segmento preocupa fabricantes e transportadoras, já que cada caminhão pesado movimenta cifras elevadas — em média, cerca de R$ 1 milhão por unidade. 

Resumo no vídeo:

Semipesados ganham terreno

Enquanto os pesados recuam, os semipesados demonstram fôlego: representaram 32,70% das vendas em junho, ligeiramente abaixo de maio (34,32%), mas com avanço consistente no acumulado do ano, saltando de 28,34% em 2024 para 31,97% em 2025. 

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Médios em crescimento, leves estáveis

Os caminhões médios também mostram tendência positiva, passando de 15,37% em maio para 16,46% em junho, acumulando 14,04% no ano contra 11,23% no mesmo período do ano anterior. Já os leves mantêm participação estável (4,93% em junho), enquanto os semileves recuam: 3,15% no mês, com 3,06% no acumulado, ante 3,49% em 2024. 

O que os números revelam

Mesmo com oscilações mensais, os dados confirmam a relevância dos pesados e semipesados, que juntos respondem por quase 80% do mercado. Mas a queda nas vendas dos extrapesados acende um alerta: com juros elevados e maior carga tributária, o financiamento — essencial para aquisição desses veículos — torna-se mais restritivo, impactando toda a cadeia produtiva. 

Quando os pesados desaceleram, a indústria sente

O impacto vai além do volume de vendas. Como explica um executivo do setor ouvido pela reportagem, “é preciso vender cinco caminhões semileves para atingir o faturamento de um pesado”. Isso significa que qualquer retração nesse nicho atinge diretamente a rentabilidade das montadoras e a capacidade de renovação das frotas, refletindo no custo do transporte e, por consequência, no preço final dos produtos. 

Em resumo:

Quando os pesados desaceleram, toda a cadeia — da indústria ao transporte — sente os efeitos. Reduzir juros e facilitar o acesso ao crédito é fundamental para estimular esse segmento e fortalecer o setor. 

 

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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