A Volvo Construction Equipment iniciou a comercialização no Brasil do caminhão articulado A60 atualizado. Os focos são os mercados de construção pesada e mineração. Inventora do conceito de articulados nos anos 1960, a marca já havia atualizado os modelos A45 e A50, e agora completa a renovação de sua principal linha amarela no país, informa Luiz Marcelo Daniel. O segmento disputa investimentos estimados pela Sobratema em R$ 13,9 bilhões para aquisição de máquinas em 2024, com expectativa de alcançar R$ 19,7 bilhões até 2030. Somente neste ano, foram entregues 36,6 mil equipamentos da linha amarela ao mercado.

O A60 chega com promessa de ganho de eficiência de 15% no consumo de combustível e 5% em produtividade frente à geração anterior. Com caçamba de 33,6 m³, ele apresenta capacidade de transporte de 55 toneladas líquidas. O motor é o Volvo D16J, de 630 hp e 2.960 Nm de torque.
A tecnologia é um dos pilares da nova geração. Sistemas como o Terrain Memory analisam o comportamento do solo para otimizar tração, enquanto o OptiShift melhora as trocas direcionais entre marcha à frente e ré.
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O gerenciamento da operação também ganha reforços com o Haul Assist. “O sistema traz informações em tempo real de pesagem da carga a bordo, com alertas de sobrecarga ou volumes baixos”, destaca Guilherme Ferreira, head de gestão de produtos e produtividade da Volvo CE.
A segurança também ganhou aperfeiçoamentos, como sensor de inclinação lateral, câmeras opcionais e cabina com maior visibilidade. Informações da máquina são distribuídas entre duas telas, incluindo o Volvo Co-Pilot.
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Mercado de equipamentos inteligentes para construção deve atingir US$ 81,5 bilhões até 2035
O mercado global de equipamentos inteligentes para construção está em forte expansão, acompanhando o crescimento de obras de infraestrutura no mundo. Estudo da Future Market Insights projeta que o setor avance de US$ 24,4 bilhões em 2025 para US$ 81,5 bilhões em 2035, com CAGR de 12,8%.
A IoT lidera essa transformação, com previsão de representar 34% das tecnologias embarcadas ainda em 2025. Outro levantamento, da Counterpoint Research, aponta que 75% das máquinas de construção no mundo terão conectividade até 2030 — tendência já observada em 2022, quando uma em cada três unidades vendidas globalmente contava com recursos conectados.

No Brasil, a adesão ocorre em ritmo mais lento, devido ao envelhecimento do maquinário utilizado no setor, como revela a CNI: apenas 2% das empresas possuem máquinas com até 2,5 anos de uso. Mesmo assim, o avanço em digitalização é perceptível — segundo o IBGE, 89,1% das indústrias com mais de 100 funcionários já utilizam tecnologias digitais avançadas. Segundo Paula Cristina Dani, CEO da Milwaukee Brasil, essa modernização é possível com tecnologias que permitem monitoramento, personalização de uso, rastreamento e bloqueio remoto, além de gerar dados para análises inteligentes, alinhando o país às tendências globais de produtividade e segurança nos canteiros de obras.


