Imagine estar em plena recuperação após o maior colapso da história da hotelaria moderna — e, de repente, ver o principal suporte fiscal do setor sendo arrancado sem cerimônia. Foi exatamente isso que aconteceu após a aprovação da revogação dos benefícios fiscais do PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), sacramentada pelo Congresso Nacional em 2024.
O programa, criado pela Lei nº 14.148/2021, previa isenção de tributos como IRPJ, CSLL, PIS/Pasep e Cofins por até 60 meses para empresas do setor de eventos, turismo e hotelaria — um respiro vital diante do colapso econômico causado pela pandemia. A revogação, proposta pela Medida Provisória nº 1.202/2023, publicada em 28 de dezembro de 2023, gerou imediata comoção no setor e, mesmo com forte resistência de entidades e parlamentares ligados ao turismo, foi confirmada em 2024 pelo Legislativo.
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Agora, em abril de 2025, o setor sente os efeitos reais dessa decisão. Hotéis, pousadas, operadoras e pequenas redes que contavam com a previsibilidade tributária do PERSE enfrentam um cenário instável, com aumento de carga tributária, travamento de investimentos e risco iminente de fechamento em massa.
E não foi a única voz de indignação. Entidades como a FBHA e a Resorts Brasil também se posicionaram duramente. O discurso é unânime:
🔴 Menos empregos
🔴 Menos investimento
🔴 Mais risco de fechamento de hotéis
O impacto vai além das planilhas
Estamos falando de um setor que gera milhões de empregos, movimenta a economia local e é peça-chave na imagem do Brasil como destino turístico. E, diferente de outras indústrias, a hotelaria não consegue se reinventar da noite para o dia. Precisa de planejamento, previsibilidade e — principalmente — confiança no ambiente regulatório.
Revogar o PERSE sem diálogo, sem transição e sem escuta ativa é mais do que um erro político: é uma ameaça real ao futuro de milhares de empreendedores que estavam tentando se reerguer.
E agora, Brasil?
Nos bastidores de Brasília, o clima é de tensão. Parlamentares ligados ao turismo já pressionam por mudanças. Há quem fale em reverter a medida no Congresso. Mas enquanto isso não acontece, o setor faz o que sempre fez: se adapta. Resiste. Luta.
Mas sejamos francos: o PERSE não era privilégio, era justiça. E sua revogação pode custar caro — não só para os hoteleiros, mas para o país inteiro.