Primeira edição da Operação Fumaça Preta 2025 mostra que 1,5% dos veículos a diesel estão em desconformidade com os limites ambientais; principais causas são falhas de manutenção e uso inadequado de ARLA 32
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) deu início nesta terça-feira (13) à primeira edição da Operação Fumaça Preta 2025, com foco no controle da emissão de poluentes por veículos a diesel. A ação, que integra a Operação Inverno 2025, fiscalizou 37.959 veículos em 27 pontos estratégicos distribuídos por rodovias do Estado, resultando na autuação de 490 veículos em situação irregular, o equivalente a 1,5% do total.
A fiscalização, realizada em parceria com a Polícia Militar Rodoviária, envolveu o uso de opacímetros (equipamento que mede a densidade da fumaça), testes de qualidade do ARLA 32 (agente redutor de emissões) e a tradicional Escala de Ringelmann, utilizada para avaliação visual da emissão de fumaça preta.
Cidades com mais e menos irregularidades
Os locais com os maiores índices de não conformidade foram Itaquaquecetuba, Mairiporã, Sorocaba, São Bernardo do Campo e Presidente Prudente, com taxas que variaram de 3% a 4,7%. Já os melhores resultados vieram de Cubatão, Limeira e Barretos, com menos de 0,3% de veículos autuados, demonstrando uma maior adesão às normas ambientais.
A operação é intensificada anualmente entre maio e setembro, período marcado pela estiagem e pela piora na dispersão de poluentes no ar, principalmente em regiões de tráfego intenso. Segundo a CETESB, a ação busca proteger a saúde da população, especialmente nas áreas urbanas, ao reduzir a poluição atmosférica proveniente do transporte rodoviário.
Comparativo com anos anteriores
A edição de 2025 segue a tendência histórica de redução nas irregularidades em veículos a diesel. Dados da própria CETESB mostram que:
Ano | Veículos Fiscalizados | Veículos Autuados | Percentual Irregular |
2023 | 89.732 |
1.262 |
1,4% |
2024 | 35.466 (1ª operação) |
445 |
1,25% |
2025 | 37.959 (1ª operação) |
490 |
1,5% |
Em um olhar histórico, o índice de veículos irregulares já foi de 30% em 1997, caindo para 6% em 2013 e se estabilizando nos anos recentes entre 1% e 2%. A evolução é atribuída a melhorias tecnológicas, uso de combustíveis mais limpos e às fiscalizações constantes.
Por que os veículos são reprovados?
Entre os principais motivos das autuações, destacam-se:
- Manutenção inadequada do motor e dos sistemas de injeção;
- Desgaste ou adulteração de componentes como bicos injetores e catalisadores;
- Uso incorreto ou ausência de ARLA 32, aditivo essencial para veículos com tecnologia SCR;
- Desativação proposital de sistemas antipoluição;
- Combustível adulterado, com alta concentração de enxofre ou impurezas.
A CETESB alerta que falhas como essas não apenas contribuem para a degradação do ar, mas também comprometem o desempenho dos veículos, aumentam o consumo de combustível e elevam os custos de manutenção a longo prazo.
Compromisso com a qualidade do ar
A agência ambiental paulista reforça que novas ações estão previstas ao longo dos próximos meses e que continuará promovendo ações de educação ambiental, fiscalização e orientação técnica. “Nosso compromisso é com a melhoria contínua da qualidade do ar e da saúde dos paulistas. A responsabilidade é compartilhada: fabricantes, transportadores, motoristas e o poder público devem agir juntos”, informou a CETESB, em nota.