sexta-feira, dezembro 12, 2025

BorgWarner celebra crescimento de 25% este ano e prepara nova expansão em 2027

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A BorgWarner apresenta resultados positivos para 2025, perspectiva de estabilidade para 2026 e crescimento para 2027. A Frota News visitou à fabrica de Itatiba (SP) para conversar com as suas principais lideranças e conhecer as linhas de montagem de turbocompressores para veículos leves e pesados, sistema de ventiladores para radiadores de pesados e sistema de correntes para motores de leves.

A partir de meados de 2026, começa a ser construída uma nova linha de montagem de turbocompressores passará a produzir localmente em 2027 uma linha de turbos para carros de passeio que hoje é fabricada na Europa e destinada a um modelo flex comercializado no mercado brasileiro. O nome da montadora — europeia — permanece sob confidencialidade contratual.

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A linha será transferida integralmente de uma unidade da própria BorgWarner na Europa. A instalação dos equipamentos — bancadas, máquinas de teste e balanceadoras — está prevista para meados de julho de 2026, com ramp-up da produção ao longo de 2027. O investimento não foi revelado, mas a nacionalização permitirá à cliente maior previsibilidade, redução de custos logísticos e mitigação de riscos ligados ao câmbio e ao transporte internacional.

“Com a localização do turbo mitigamos o risco, que hoje é 100% do cliente. Quando o produto passa a ser feito aqui, é o fornecedor quem se responsabiliza pelo estoque, componentes e agilidade de entrega”, afirma Melissa Mattedi, diretora geral da unidade de Itatiba. Ela destaca ainda a vantagem do suporte técnico imediato.

A nova linha, que ocupará espaço já disponível na fábrica — hoje com utilização entre 83% e 85% da capacidade — exigirá a contratação inicial de oito profissionais. Quando atingir o pico de operação, em dois turnos, deverá elevar em cerca de 10% o volume total de turbos fabricados em Itatiba. Um diferencial é a flexibilidade: os equipamentos podem ser adaptados para outros tamanhos de turbo e motores, abrindo caminho para possíveis expansões junto ao mesmo cliente ou a novos contratos.

Terceira montadora de carros leves

A nacionalização marca também a chegada da terceira montadora de veículos leves ao portfólio da BorgWarner no Brasil. A mais recente conquista havia sido a Stellantis, em 2019 — parceria que se ampliou com Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, culminando no turbo da Fiat Strada lançado em 2022. A empresa também fornece à Volkswagen, cuja linha Tera adotou turbocompressor da marca no início deste ano.

Se o segmento de leves representa o maior volume de produção, o de pesados o de maior valor agregado e sofisticação. Nos pesados, desde a entrada em vigor do Proconve L8 (equivalente ao Euro 6), a BorgWarner fornece turbos ball bearing (mais eficientes) para Scania e Volvo além de soluções convencionais com mancal para Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Iveco. Um novo contrato em veículos comerciais também será anunciado no fim de 2025 — com exceção da DAF, todas as grandes montadoras do setor já são clientes.

A executiva afirma que a penetração dos turbos nos carros de passeio no Brasil gira em torno de 50%, sendo metade de participação da BorgWarner. Na Europa, essa taxa chega a 70%, o que indica, segundo Mattedi, tendência de expansão para o mercado brasileiro.

A empresa também intensifica negociações com marcas chinesas instaladas no País — BYD, GWM, Geely, Chery e Omoda Jaecoo.

Desempenho em 2025 e projeções para 2026

A fábrica de Itatiba deve encerrar 2025 com crescimento de 25% no faturamento e de 20% na produção. O impulso veio dos turbos ball bearing para pesados, da maior demanda de veículos flex 1.0 e 1.3, e dos recordes de vendas no mercado de reposição. As correntes de sincronismo — fornecidas a Renault, Nissan e Stellantis — avançaram 25%.

O ano de 2025 também marca os 50 anos da BorgWarner no País. Para Mattedi, é o “ano de ouro” da operação. Mas 2026 deve ser de estabilidade: sem novos lançamentos programados com fornecimento da companhia e com um cenário macroeconômico desafiador — juros altos, crédito restrito e incertezas geopolíticas —, a meta é manter o desempenho atual. “Se não reduzirmos o faturamento já será um ganho”, resume.

O segmento de pesados, tradicionalmente mais resiliente, sentiu impactos após o “tarifaço” e adiou renovações de frota. A empresa, porém, não enfrenta dificuldades com semicondutores, pois utiliza fornecedores de diversas regiões além da China.

Eletrificação e novas oportunidades

A expansão dos veículos eletrificados não preocupa a BorgWarner no curto e médio prazo. Como o avanço no Brasil ocorre principalmente com híbridos, que também utilizam turbos, a demanda permanece. Além disso, a companhia é fornecedora global de componentes para eletrificação — como sistemas térmicos, ventiladores eletrônicos e soluções para gerenciamento de baterias — e está aberta a localizar novas linhas conforme a evolução do mercado.

Além disso, se a eletrificação 100% a bateria vem enfrentando resistência no mundo interior, exceto para ônibus urbanos, no qual a BorgWarner já tem uma solução com grande aceitação e já utilizada pela Mercedes-Benz no Brasil, entre outros países.

Em 50 anos de operação, a unidade de Itatiba já produziu mais de 8 milhões de turbocompressores, 6 milhões de embreagens viscosas e ventiladores, e outros 6 milhões de correntes de sincronismo. A partir de 2027, começa mais um ciclo: com a nacionalização da nova linha, a BorgWarner reforça sua estratégia de diversificação e consolida o Brasil como polo industrial estratégico para motores de combustão e eletrificados.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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