segunda-feira, setembro 16, 2024

Gasmig promete tornar Minas Gerais referência para caminhões e ônibus a gás 

- Publicidade -

As frotas de veículos pesados movidas a gás natural fóssil veicular e biometano poderão circular pelas estradas mineiras em breve. Pelo menos no que depender da Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais). A empresa tem planos de investir R$ 5,8 bilhões até 2033, o maior aporte próprio já feito pela empresa. O projeto contempla a construção de mais de 1 mil quilômetros de linhas de distribuição no Sul de Minas e Triângulo Mineiro. Posteriormente, a distribuição chegará ao Vale do Jequitinhonha.  

Então, neste artigo, entenderemos os benefícios ambientais e econômicos do biometano, empresas que já utilizam, e as perspectivas para este biocombustível no Brasil. 

Inicialmente, a ideia é começar com a distribuição do gás natural veicular (GNV) e, assim que possível, com o biometano, um gás verdadeiramente sustentável por ser três vezes menos poluente do que o GNV. Estudos realizados pela Iveco e o governo italiano comprovaram que o biometano comprimido pode levar a uma redução de gases que alteram o clima em até 96% em comparação ao diesel, e uma redução de emissões de óxido de nitrogênio de até 72%.  

Leia também

Conheça novo estudo sobre o biometano para descarbonização do transporte 

Além de poluir menos, o biometano é um biocombustível que faz parte da economia circular. Isso, porque ele é produzido a partir da reciclagem de lixos e resíduos orgânicos das cidades, fazendas e indústrias de alimentos. Além de R$ 7,2 bilhões sendo aplicados na construção de usinas de biogás e biometano, a Tupy adquiriu a MWM Motores e Geradores em 2022 e as duas empresas estão construindo bioplantas em fazendas do agronegócio para produção de biometano e biofertilizante no País, com uso de resíduos do agro.  

Gasmig
Uma das bioplantas da Tupy/MWM

O uso de biometano produzido em aterros do Rio de Janeiro já abastecem caminhões da frota que faz o transporte da L’Oreal para São Paulo. Em breve, a PepsiCo também vai abastecer sua frota a partir de um posto de abastecimento que está sendo construído em sua unidade de Itu (SP). A Cocal, empresa do setor sucroenergético, realizou o retrofit de 20 equipamentos, incluindo caminhões usados Volvo VM a diesel, em veículos a gás. Estes veículos e equipamentos agora operam exclusivamente com biometano, um combustível sustentável produzido a partir dos resíduos da cana-de-açúcar. 

Infraestrutura e corredores 

Atualmente, Minas Gerais conta com quatro corredores de GNV que conectam o estado aos outros três da região Sudeste e à Bahia: o Corredor GNV BH-Rio (BR-040), o Corredor GNV Fernão Dias (BR-381), o Corredor GNV Vitória (BR-381/262) e o Corredor GNV Rio-Bahia (BR-116/381). Vale lembrar que, para abastecer caminhões é preciso ter bombas de abastecimento diferente de veículos leves, pois precisa ser de alta-pressão. 

A Gasmig quer assegurar pelo menos um posto de GNV a cada 400 km nas principais rodovias que ligam Minas a outros estados, permitindo que regiões estratégicas sejam alcançadas. A expectativa é de que, até o final de 2025, três novos postos sejam inaugurados em rodovias estaduais e federais. Até o final de 2026, mais oito postos deverão ser adicionados, totalizando 71, conforme as metas da Segunda Revisão Tarifária Periódica. 

 Investimentos em veículos pesados 

O uso do GNV em veículos pesados é uma solução intermediária para a redução de custos operacionais e iniciar a promoção da sustentabilidade no setor de transportes e, o biometano, uma solução promissora.  

Gasmig
O primeiro ônibus da Iveco movido a gás no Brasil será apresentado na Lat.Bus

A vantagem é que os caminhões e ônibus produzidos atualmente pela Iveco e Scania para uso do gás no Brasil é que eles são como os veículos leves com motor flex. Você pode abastecê-los com GNV puro, biometano puro ou uma mistura dos dois. Portanto, os transportadores podem investir em uma frota movida a gás, abastecer com GNV e, futuramente, com biometano, quando este estiver disponível, o que ocorrerá em breve. A Gasmig espera que as transportadoras façam investimentos em frotas de veículos pesados para viabilizar a rede de postos de abastecimento.

Saiba mais:

L’Oréal no Brasil inaugura posto de abastecimento de biometano

Frota a gás 

Apesar de caminhões a gás serem uma novidade no Brasil, essa realidade está mudando rapidamente. De acordo com a Anfavea, o número de novos caminhões movidos a gás licenciados no Brasil nos últimos anos foi de 741 unidades. O volume começou a subir a partir da Fenatran de 2019, quando a Scania fez o lançamento dos seus modelos com modernos motores que garantem ao caminhão o mesmo desempenho em potência e torque de um motor a diesel.    

O GNV tem se mostrado uma alternativa econômica, com uma economia de até 15% em relação ao diesel. Empresas que optam por veículos pesados movidos a gás buscam certificações que reconheçam a pegada menor de carbono. Aumentando assim, a sua capacidade de obter linhas de crédito diferenciadas. O biometano promete benefícios maiores porque podemos produzi-lo em qualquer lugar, sem depender de reservas de gás natural, apenas de lixões e resíduos orgânicos.

Leia sobre o corredor no Norte e Nordeste:

Eneva, Virtu GNL lideram projeto de corredor logístico com caminhões Scania movidos a GNL

Autonomia e economia 

Estudos da Gasmig para o cenário do GNV em julho de 2024 mostram que, ao abastecer R$ 100 de GNV, é possível percorrer 391 km em veículos leves e utilitários, com um custo de R$ 0,26/km. Para veículos pesados, o GNV permite um rendimento de até 419 km. Comparado aos 345 km feitos com diesel, considerando a mesma quantidade de combustível consumido.  

Nos siga no LinkedIn!

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
- Publicidade -

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Últimas notícias
você pode gostar:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui