sexta-feira, dezembro 5, 2025

Uso do biodiesel avança, mas transportadoras alertam para aumento nos custos de manutenção

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Demanda deve crescer quase 6% em 2025, mas setor rodoviário aponta prejuízos com maior teor do biocombustível e impacto nos custos de manutenção

Fonte energética renovável e com menor emissão de carbono, o biodiesel ocupa papel central nos debates sobre sustentabilidade no setor de transportes. Em 2025, a demanda nacional pelo combustível deve atingir 9,6 bilhões de litros — alta de 5,9% em relação ao ano anterior, segundo estudo divulgado pela consultoria StoneX em junho. O avanço ocorre em meio a um cenário desafiador para o transporte rodoviário de cargas, responsável por mais de 65% da movimentação de mercadorias no Brasil.

Mesmo diante das preocupações do setor, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, passando de 14% para 15% a partir de 1º de agosto. Embora a medida seja apresentada pelo governo como um passo positivo rumo à transição energética, transportadoras alertam para os impactos negativos da decisão sobre a operação das frotas.

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Desde que o percentual subiu para 14%, em fevereiro de 2024, empresas relatam elevação nos custos de manutenção, principalmente relacionados ao desgaste precoce de componentes. Um estudo da NTC&Logística revela que a vida útil dos filtros de combustível foi reduzida pela metade, resultando em aumento de mais de 7% nas despesas de manutenção por veículo — o que representa cerca de 0,5% do custo total da operação. Em uma frota de 100 caminhões, o prejuízo anual pode equivaler ao valor de um novo veículo.

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Carlos Panzan, presidente da Federação de Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), reforça popque é preciso equilibrar sustentabilidade com viabilidade técnica. “Reconhecemos a importância de políticas voltadas à sustentabilidade ambiental, mas é necessário ponderar os impactos técnicos e econômicos que o aumento do teor de biodiesel pode gerar para a operação das frotas”, afirma.

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que cerca de 70% do biodiesel brasileiro tem como base o óleo de soja. Apesar de renovável, esse tipo de biodiesel possui características físico-químicas diferentes do diesel fóssil, como maior viscosidade, absorção de água e presença de impurezas naturais, fatores que contribuem para o desgaste acelerado dos sistemas de injeção, filtros e motores dos veículos.

Programa Despoluir

Para Panzan, o setor pode contribuir com a agenda ambiental por outros caminhos. Um deles é o apoio ao Programa Despoluir, iniciativa do SEST SENAT voltada à avaliação ambiental gratuita de veículos pesados. Reconhecido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o programa certifica os veículos que atendem aos parâmetros de emissão, com a emissão do Selo de Aprovação Despoluir.

“Queremos contribuir com um transporte rodoviário mais verde e eficiente. Avaliar os prós e contras do biodiesel é fundamental. Já observamos, em outras ocasiões, que variações na composição e no controle da cadeia de distribuição podem impactar negativamente o desempenho dos veículos. O ideal é aliar o avanço ambiental com responsabilidade técnica e segurança operacional”, conclui o presidente da FETCESP.

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