Em meio ao avanço dos veículos elétricos no Brasil e à crescente pressão por soluções de mobilidade mais sustentáveis, o Renault Kwid E-Tech como opção para frotas: a da eletrificação acessível. Com preço reduzido para R$ 99.990 em 2024 e mudanças pontuais na linha 2025, o subcompacto 100% elétrico da Renault reforça sua vocação urbana com mais conectividade, desempenho suficiente e, principalmente, foco em economia de uso.
A Frota News avaliou o modelo, que estreou no Brasil em 2022 por R$ 142.990, sofreu ajustes para enfrentar a chegada de rivais chineses — como o BYD Dolphin Mini — e ampliar sua atratividade diante de consumidores conscientes e empresas com metas ESG. A queda no valor de tabela não foi apenas um atrativo comercial, mas também uma resposta estratégica para manter a relevância em um segmento que já deixou de ser de nicho.
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Desempenho urbano e consumo eficiente
A mecânica do Kwid E-Tech é simples e funcional. O motor elétrico síncrono com ímãs permanentes entrega 65 cv e torque de 11,5 kgfm (cerca de 112,8 Nm), disponível de forma imediata entre 0 e 4.000 rpm. Em números práticos, isso se traduz em uma aceleração de 0 a 50 km/h em 4,1 segundos, o que torna o carro extremamente ágil no anda-e-para das grandes cidades. Já o tempo de 0 a 100 km/h é de 14,6 segundos, refletindo o perfil voltado exclusivamente ao uso urbano.
A bateria de íons de lítio de 26,8 kWh, posicionada sob o assoalho, contribui para a estabilidade do conjunto e oferece uma autonomia urbana de até 298 km (SAE J1634) ou 185 km no ciclo PBEV do Inmetro, já considerando os ajustes conservadores aplicados no teste nacional. Modo ECO e frenagem regenerativa ajudam a otimizar o uso da carga — um ganho de até 9% de eficiência, segundo a Renault.
Durante a nossa avaliação, conseguimos rodar 210 km em percursos mistos cidade e estrada. Ele ainda tinha cerca de 45 km de autonomia. Colocamos para carregar em tomada residencial de 220V e no dia seguinte tinhamos 100% da autonomia de volta.
Carga versátil, mas com limites

Isso mesmo. O modelo pode ser recarregado em tomadas domésticas de 220V, embora exija tomada de 20A. Com o carregador portátil incluso, o tempo estimado de carga de 15% a 80% é de 8h57. Em um wallbox AC de 7,4 kW, o tempo cai para 2h54, e em uma estação DC de 30 kW, bastam 40 minutos para recuperar até 80% da capacidade — o suficiente para mais de uma semana de uso urbano leve.
Tecnologia e conforto em evolução

A principal atualização da linha 2025 é a adoção da nova central multimídia de 8 polegadas, com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. O painel de instrumentos digital permanece, com mostradores em LED voltados para a gestão do sistema elétrico.
O pacote de segurança também é surpreendente para um modelo dessa faixa de preço: seis airbags, controle de estabilidade (ESP), assistente de partida em rampa (HSA), freios ABS com EBD, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, monitoramento de pressão dos pneus (TPMS) e luzes diurnas em LED são itens de série.
O acabamento segue simples, mas funcional, com revestimentos de fácil manutenção e comandos bem posicionados. O espaço interno acomoda quatro adultos com relativo conforto, e o porta-malas de 290 litros é suficiente para uso diário.
O Kwid das frotas: um novo perfil de consumidor
A estratégia da Renault não mira apenas o consumidor individual. O Kwid E-Tech vem ganhando espaço nas frotas corporativas e instituições públicas. A Zarp Localiza, em parceria com a Uber e a Mobilize, lançou um projeto-piloto com 200 unidades do modelo para motoristas de aplicativo em São Paulo, com direito a carregamento em estações Shell Recharge da Raízen.
O Carrefour Property também incorporou o modelo em suas operações logísticas, ao mesmo tempo em que ampliou a infraestrutura de recarga em hipermercados. Já o Governo do Paraná instalou uma garagem solar no Palácio Iguaçu para alimentar uma frota de veículos elétricos — incluindo o Kwid E-Tech — com energia limpa.
A lógica é clara: o baixo custo por quilômetro, a isenção de IPVA em vários estados, a manutenção simplificada (sem troca de óleo, filtros ou correias) e o apelo sustentável fazem do Kwid E-Tech uma escolha racional para empresas que buscam cortar custos e alinhar-se a práticas ambientais mais responsáveis.
Conclusão: missão cumprida, dentro dos limites
O Renault Kwid E-Tech não pretende concorrer com SUVs médios nem sedãs elétricos premium. Ele é, antes de tudo, um produto de transição inteligente para a eletrificação urbana. Compacto, econômico, fácil de usar e agora mais conectado, o modelo atende bem à missão de democratizar o carro elétrico no Brasil.
A Renault não esconde sua estratégia: oferecer um veículo simples, porém eficiente, que funcione como “porta de entrada” para a mobilidade elétrica. E, até aqui, tem funcionado. Com vendas em crescimento e participação crescente nas frotas corporativas, o Kwid E-Tech cumpre o que promete — com autonomia, acessibilidade e consciência ambiental.


