A BYD Brasil anuncia a produção dos chassis de ônibus da marca com bateria Blade. A fabricante chinesa não apenas utiliza a tecnologia em seus próprios modelos, mas também fornece a solução para outras gigantes do setor por meio da sua subsidiária FinDreams Battery. Nomes como Weichai, em caminhões leves, e XCMG, em veículos pesados e máquinas de construção com sistema de troca rápida, já apostam na Blade. Até Tesla e Toyota incorporaram a inovação em alguns de seus modelos.
No transporte coletivo brasileiro, a tecnologia estreia equipando toda a linha de ônibus elétricos da marca. Produzida com células LFP (lítio-ferro-fosfato) dispostas horizontalmente — uma solução que inspira o próprio nome “Blade” (lâmina) —, a bateria combina rigidez estrutural, alta segurança e eficiência no aproveitamento de espaço. Testes extremos, como perfuração por prego e aquecimento a 300 °C, comprovaram que ela mantém estabilidade térmica e elimina riscos de incêndio ou explosão, superando padrões internacionais.
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Autonomia
Nos modelos BC12, a capacidade varia entre 425 e 499 kWh; no BC22, vai de 542 a 642 kWh, garantindo autonomias de 270 a 350 km e recargas completas em até duas horas com carregamento rápido. Os chassis com a Blade serão montados na fábrica de Campinas (SP), e a produção local dos packs começa em 2026, em Manaus.

O ganho ambiental é significativo: cada ônibus equipado com a Blade evita cerca de 118 toneladas de CO₂ por ano — o equivalente ao plantio de 847 árvores — e pode operar por até 15 anos, frente à média de 10 anos dos modelos a diesel. “A Blade é um divisor de águas em desempenho, eficiência e inovação. Ver essa tecnologia chegar aos ônibus é motivo de orgulho e um passo decisivo para transformar o transporte coletivo em algo mais limpo e acessível”, afirma Marcello Schneider, diretor de Veículos Comerciais e da Divisão Solar da BYD Brasil.
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E qual diferença da nova bateria Blade para utilizada atualmente nos modelos BYD, a LiFePO4?
LiFePO₄: Esta é a fórmula química para o fosfato de ferro-lítio. Na nomenclatura científica, o símbolo ‘Li’ representa o lítio, ‘Fe’ o ferro, ‘P’ o fósforo e ‘O₄’ o oxigênio, formando o composto.
LFP: Esta é a sigla (ou acrônimo) de Lítio-Ferro-Posfato, que é a tradução literal da fórmula química LiFePO₄.
Portanto, quando você vê o termo LFP ou LiFePO₄, ambos se referem exatamente à mesma química de bateria. As baterias Blade da BYD utilizam, de fato, células com essa composição química, que é a principal responsável por suas vantagens de segurança e longevidade em relação a outras baterias de íons de lítio. A bateria Blade, portanto, não é um novo tipo de química, mas sim uma inovação no design estrutural das células LFP, que são longas e finas como lâminas e dispostas horizontalmente.


