Os dados de emplacamentos de pesados elétricos e a gás do primeiro semestre deste ano mostram forte queda em relação ao mesmo período. Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Leia:
- Nos 2023 x 2022 oficiais
- Scania x-gás
- Entrada de novas marcas
Com relação aos modelos a gás, foram emplacados apenas 50 unidades. No mesmo período de 2022, foram 177 caminhões movidos a gás licenciados. Por enquanto, apenas a Scania vende este tipo de veículo. A queda foi de 71,8%. A Iveco chegou a emplacar algumas unidades, um número pequeno apenas de demonstração.
No caso dos pesados elétricos, nos seis primeiros meses de 2023, contou com o emplacamento de 219 unidades. Em 2022, quase o dobro, 425 veículos entre caminhões e ônibus. A queda foi de 48,5%. Com exceção dos caminhões VW e-Delivery, a maior queda foi sentida pelas marcas que importam da China, como a JAC Motors e BYD. Os ônibus têm uma participação menor no bolo, sendo a maioria da BYD ou Eletra.
Já no caso dos caminhões e ônibus a diesel, o volume de unidades emplacadas no primeiro semestre deste ano foi de 63.605. Em 2022, de 64.311, com uma leve queda de 1,6%.
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Scania X-gas
Este cenário não desanima a Scania. A fabricante, por enquanto, a única do segmento de veículos pesados a gás, lançou mais um modelo no mercado brasileiro.
O Scania X-gas tem uma autonomia inédita no país, de 900 km abastecido com gás natural veicular (derivado de combustível fóssil) ou biometano (gás com origem na reciclagem de materiais orgânicos).
O X-gas é um modelo G 410 8×2, com chassi rígido. Seu motor dispõe de 410 cavalos de potência e desenvolve um torque de 2.000 Nm. A distância entre-eixos é de 6.950 mm, o que permite acomodar nas laterais da longarina 16 cilindros de gás, oito de cada lado. São oito cilindros com capacidade de 118 litros e outros oito de 95l. Dessa forma, o volume total suporta 406 metros cúbicos de gás. Decerto, é o que possibilita o propulsor levar o produto por cerca de 900 km. A composição poderá carregar até 30 pallets, seguindo a lei, com implementos do tipo Romeu e Julieta (caminhão trucado (6×2) mais um reboque) — com capacidade de até 56 toneladas — ou na configuração de rodas 8×2 com 29 t de peso bruto total combinado (PBTC).
Para se ter ideia de comparação com o cavalo mecânico Scania G 410 6×2 a gás, o entre-eixos é de 3.750 mm (ou 3.950 mm) com oito cilindros, quatro de cada lado nas laterais da longarina, com opção de 118 l ou 95 l, que propiciam um volume total de 226 metros cúbicos ou 182 metros cúbicos, para uma autonomia entre 400 a 500 km.
Novos competidores
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Os dados do primeiro semestre eram, mais ou menos esperados, e muitos fabricantes fazem os seus planos para o longo prazo. Assim, tanto que a BYD, ao anunciar o investimento para três fábricas na Bahia, colocou a produção local de caminhões e ônibus como prioridades. Certamente, outras duas fabricantes que também anunciaram que vão produzir caminhões elétricos no Brasil, a GWM, que já produz automóveis elétricos em Iracemápolis (SP), e a Foton, que começou importando o modelo iBlue EV-6 e vai produzi-lo em cerca de dois anos.
Para 2024, a Scania pretende ampliar o portfólio de modelos a gás com a introdução do motor de 460 cv. Por fim, a Iveco Brasil já está com unidades do cavalo mecânico S-Way a gás em teste por transportadores e deve iniciar as vendas ainda este ano. Ambas marcas já contam com pesados elétricos na Europa, mas ainda não há planos para este tipo no Brasil.
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