segunda-feira, dezembro 8, 2025

Estudo revela que bafômetros podem induzir a erro na avaliação de motoristas

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Uma pesquisa conduzida pela medtech australiana Optalert, em colaboração com o instituto americano Kea Technologies, revelou que os testes de bafômetros podem ser enganosos e colocar motoristas em risco. O estudo aponta que, mesmo após a eliminação do álcool da corrente sanguínea, as deficiências psicomotoras podem persistir por várias horas, comprometendo a segurança ao volante. 

O perigo do “falso negativo” 

Em uma abordagem policial, um motorista pode ser submetido ao teste do bafômetro para medir a Concentração de Álcool no Sangue (BAC, na sigla em inglês). Caso o resultado seja 0,00, significa que não há mais vestígios detectáveis de álcool no organismo. No entanto, a pesquisa aponta que essa leitura pode ser enganosa. Se o condutor consumiu uma pequena quantidade de álcool cerca de 90 minutos antes, como uma taça de vinho, por exemplo, ele pode registrar um BAC zero e ser considerado apto para dirigir. No entanto, suas funções psicomotoras ainda podem estar prejudicadas, aumentando o risco de acidentes. 

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Bocejar ao volante não é um bom indicador de sonolência 

Essa discrepância é uma falha na referência utilizada por autoridades em diversos países, conforme demonstrado pelo estudo da Optalert, especialista global em monitoramento de fadiga e sono. A pesquisa, que analisou 30 participantes saudáveis, mostrou que a deficiência psicomotora gerada pelo álcool se manifesta de forma mais lenta do que a eliminação da substância no sangue, persistindo, em média, por cinco horas após o consumo. 

Deficiência psicomotora x Concentração de Álcool no Sangue 

A principal diferença entre os dois indicadores está na forma como o álcool afeta o organismo. A Concentração de Álcool no Sangue mede a quantidade da substância na corrente sanguínea em determinado momento, sendo influenciada por fatores como peso corporal, metabolismo e tolerância ao álcool. Já a deficiência psicomotora representa a deterioração das habilidades mentais e físicas necessárias para a direção segura, como tempo de reação, tomada de decisões e coordenação motora. 

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O estudo revela que, enquanto o BAC atinge seu pico aproximadamente 90 minutos após o consumo de álcool, os impactos na cognição e nos reflexos continuam a aumentar e permanecem elevados por um período mais prolongado. Assim, um motorista pode estar tecnicamente “sóbrio” de acordo com o bafômetro, mas ainda sofrer os efeitos do álcool em sua capacidade de condução. 

Nova tecnologia para avaliação psicomotora 

Para medir essa deficiência psicomotora, a Optalert desenvolveu um teste inovador baseado na resposta do participante a estímulos visuais rápidos. O exame consiste em identificar mudanças sutis de forma em uma tela, registrando o tempo de resposta e a frequência de erros. A ausência de reação dentro de dois segundos é considerada um erro de omissão, indicando um comprometimento na capacidade de resposta. 

Dr. Trefor Morgan, gestor de P&D da Optalert e responsável pelo estudo, ressalta a importância da adoção de novas tecnologias para evitar tragédias no trânsito. “A implementação de sistemas de monitoramento de sonolência, fadiga e distração nos veículos é fundamental para complementar os testes de bafômetros. Confiar apenas na medição da concentração de álcool no sangue significa manter o risco de acidentes nas ruas e estradas”, alerta o especialista. 

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Implicações para a segurança viária 

Os resultados desse estudo reforçam a necessidade de uma revisão nas diretrizes de segurança no trânsito. Governos e órgãos reguladores podem considerar a adoção de novos métodos para avaliar a real capacidade dos motoristas, incorporando testes que meçam diretamente os reflexos e a coordenação motora. 

Sidnei Canhedo, gestor da Optalert, destaca a importância dessa mudança: “O intervalo entre a eliminação do álcool no sangue e a recuperação total das funções psicomotoras pode levar horas. Isso significa que muitas pessoas que passam no teste dos bafômetros acreditam estar aptas a dirigir, quando, na realidade, ainda correm risco de causar acidentes.” 

Diante dessas descobertas, a busca por soluções mais eficazes do que os bafômetros na detecção da incapacidade para dirigir se torna uma prioridade para a segurança viária, evitando que motoristas sob influência tardia do álcool assumam o volante e coloquem vidas em risco. 

 

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