sexta-feira, dezembro 5, 2025

Pesquisa inédita: Descarbonização preocupa 70% das transportadoras, mas custos impedem investimentos

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Uma nova pesquisa global da IRU (International Road Transport Union) revelou um retrato complexo da transição energética no transporte rodoviário comercial. O estudo mostra que mais de 70% dos operadores têm a descarbonização como uma preocupação central em suas estratégias, mas enfrentam barreiras significativas, que vão desde o alto custo de veículos e energia até a falta de infraestrutura adequada.

Apesar das dificuldades, o levantamento feito em diversos países aponta que mais de 50% das empresas planejam investir em combustíveis alternativos nos próximos cinco anos, com destaque para os biocombustíveis, considerados a alternativa mais viável no curto prazo. Em segundo lugar, aparecem os veículos elétricos, que ganham espaço, mas ainda esbarram na limitação de pontos de recarga e no preço elevado.

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Pressão regulatória versus realidade operacional

A pesquisa, que pela primeira vez avaliou o status da descarbonização no setor e os planos de investimento futuros, destaca uma contradição: as operadoras querem reduzir emissões, mas não encontram condições práticas para avançar.

“O setor de transporte rodoviário está comprometido com a neutralidade de carbono, mas esta nova pesquisa mostra que a maioria das empresas luta para conciliar as expectativas regulatórias e de mercado com os altos custos iniciais e a falta de infraestrutura”, afirmou Umberto de Pretto, secretário-geral da IRU.

Segundo ele, a situação é especialmente crítica para as pequenas e médias empresas (PMEs), que representam 85% das transportadoras em todo o mundo. “Se não removermos as barreiras de custo e infraestrutura, os veículos a combustíveis alternativos serão quase impossíveis de adquirir e operar para muitas transportadoras, colocando em risco os compromissos globais de neutralidade de carbono”, completou.

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Barreiras financeiras e operacionais

Um dos pontos centrais levantados pelo estudo é a dificuldade de repassar os custos da transição aos clientes. A maioria dos operadores relatou que embarcadores e contratantes não estão dispostos a pagar mais caro pelos serviços de transporte, mesmo diante do investimento necessário em veículos limpos.

Além disso, a pesquisa mostra que 90% das empresas ainda planejam adquirir novos caminhões a diesel no futuro, reflexo direto da falta de condições competitivas para os combustíveis alternativos.

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Caminhos para avançar

O relatório defende que governos e reguladores precisam agir com urgência para criar incentivos, reduzir riscos de investimento e ampliar a infraestrutura de abastecimento e recarga. “Sem essas condições, milhões de operadores não conseguirão migrar para tecnologias de baixo carbono”, reforçou Pretto.

Além da análise sobre cargas, a pesquisa também avaliou o transporte coletivo de passageiros, eficiência de motoristas, veículos e redes logísticas, compondo um panorama global detalhado em 90 páginas. O documento dedica ainda seções às abordagens regulatórias atuais e às condições favoráveis necessárias para que o setor avance em direção à neutralidade climática.

Com a pressão crescente de metas ambientais e a necessidade de manter a competitividade, o transporte rodoviário comercial se vê diante de um dilema: o desejo de descarbonizar é real, mas as condições de mercado e infraestrutura ainda estão muito distantes da realidade das transportadoras.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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