sábado, dezembro 13, 2025

AEA reforça protagonismo técnico e liderança na agenda de descarbonização do setor automotivo em 2025

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Em seu tradicional encontro com a imprensa, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) apresentou o balanço das atividades de 2025, detalhou a revisão de seu planejamento estratégico e lançou novos estudos técnicos sobre tendências do setor automotivo e de transportes. O evento reforçou o papel da entidade como um hub neutro de discussão técnica, reunindo indústria, academia e governo em torno dos desafios da descarbonização, da inovação tecnológica e da evolução regulatória.

A abertura foi conduzida pelo presidente da AEA, Marcus Vinícius Aguiar, executivo da Renault, que destacou a natureza plural da associação. “A AEA hoje é um fórum neutro, que agrega todo o elo da cadeia automotiva”, afirmou. Segundo ele, a atuação da entidade está estruturada em pilares que incluem descarbonização, sustentabilidade e matriz energética; tecnologias veiculares e segurança; e manufatura avançada, com foco em soluções aplicáveis ao transporte de cargas e passageiros.

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Na sequência, o vice-presidente da AEA, Everton Lopes, da Mahle, apresentou os avanços do planejamento estratégico desenvolvido ao longo de 2025 com apoio de consultorias como KPMG e BCG. “A AEA tem se tornado cada vez mais um hub de engenharia no Brasil. A discussão agora é como nós mantemos esse sucesso continuado”, disse. Entre as missões estratégicas, ele destacou a ampliação do quadro de associados, a liderança técnica em descarbonização e a criação de um Observatório de Tendências.

Segundo Lopes, o Brasil tem potencial para assumir protagonismo nos estudos de emissões. “Nós estamos construindo do zero a análise do ciclo de vida do veículo, desde a matéria-prima até a reciclagem”, afirmou. No campo do valor intangível, o executivo ressaltou a importância de fortalecer comunicação, governança e parcerias, além de aproximar universidades e indústria. “É importante estar presente nas universidades, demonstrando que o engenheiro pode desenvolver sua carreira e tecnologias aqui”, completou.

O lançamento dos estudos técnicos ficou a cargo do diretor de Tendências Tecnológicas da AEA, Murilo Ortolan, executivo da Horse. As análises abordam inteligência artificial, conectividade, componentes embarcados e o cenário de emissões de veículos leves. Ao analisar a evolução das emissões no transporte, Ortolan destacou que políticas de eficiência energética já trouxeram resultados. “De 2012 até a atualidade, temos uma frota que cresce 50%, mas com emissões de CO₂ estáveis, graças a programas como o Inovar-Auto”, contextualizou.

Apesar dos avanços, o diretor alertou para os próximos passos. “Temos que fazer uma inflexão para baixo rumo à neutralidade”, afirmou, ressaltando o papel da matriz elétrica renovável brasileira e do programa Mover, que incorpora a avaliação poço-à-roda e incentiva biocombustíveis e eletrificação. “Para veículos leves, a rota no Brasil é combinar motores mais eficientes, eletrificação e biocombustíveis. Para pesados, a transição será mais diversa”, explicou, citando diesel mais eficiente, eletrificação urbana e, no longo prazo, hidrogênio verde.

Ortolan também destacou a rápida evolução tecnológica no setor, com a transição para o conceito de veículo definido por software. “Nos veículos de entrada, já vemos conectividade e assistentes. Em modelos acima de R$ 200 mil, surgem níveis iniciais de autonomia”, afirmou. Segundo ele, a inteligência artificial já impacta tanto o desenvolvimento dos veículos quanto os processos industriais e de segurança.

No encerramento, Aguiar reforçou os desafios regulatórios do próximo ciclo. “Temos que trabalhar na evolução da regulamentação para o próximo quinquênio, após 2028”, afirmou. Ele alertou para a necessidade de equilíbrio entre inovação e preservação da indústria nacional. “O grande desafio é fazer nosso flex fuel conviver com hibridização e BEVs, para não perdermos nossa cadeia automotiva e não virarmos meros importadores”, concluiu.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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