quinta-feira, novembro 21, 2024

Atualizado e ampliado: Mercedes-Benz eleva os padrões em semipesados, pesados e extrapesados

A Mercedes-Benz inicia o ano de 2024 com uma série de inovações em sua linha de produtos, trazendo atualizações nos modelos semipesados, pesados e extrapesados, nas séries Atego, Arocs e Actros. As novidades visam oferecer mais desempenho, conforto, segurança e eficiência aos clientes, atendendo às diversas demandas do transporte rodoviário, urbano, fora de estrada e vocacional.

Atego: o caminhão versátil e robusto

O destaque entre os lançamentos é o Atego, que recebeu o maior volume de atualizações, abrangendo desde o design da cabine até o trem de força. O Atego é um caminhão versátil e robusto, que se adapta a diferentes aplicações, como distribuição, coleta de lixo, bombeiro, construção civil, agropecuária e madeira.

A mudança mais notável é no design da cabine dos modelos urbanos/rodoviários. A nova cabine do Atego traz a grade frontal característica do Actros e do Arocs. Além disso, o Atego urbano/rodoviário traz melhorias aerodinâmicas no defletor, um novo spoiler frontal e para-choque com acabamento em termoplástico, proporcionando um design mais limpo.

Na iluminação, os faróis modulares do Mercedes-Benz Atego, semelhantes aos da linha Accelo, o caminhão leve da Mercedes-Benz, permitem a substituição individual dos módulos, favorecendo a intercambialidade de peças e reduzindo os custos de manutenção. A linha Atego também oferece opções como suspensão pneumática e cabines com teto alto ou baixo.

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Para aplicações fora de estrada, como no transporte de cana e madeira, o Atego off-road adota um visual mais robusto, alinhado com a linha extrapesada Arocs, incluindo um para-choque com estrutura metálica tubular, que protege o veículo contra impactos e facilita o acesso ao motor.

Jefferson Ferrarez, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, ressalta que o design robusto da versão off-road, como parte do pacote de robustez, está disponível como opcional para os modelos urbanos, rodoviários e vocacionais.

O Atego vocacional se destaca no trem de força, com a introdução da transmissão automática Allison de S3000 P de 6 velocidades e o eixo traseiro Meritor 25.168 de uma velocidade com bloqueio de diferencial, que proporcionam mais agilidade e segurança nas operações. Os modelos vocacionais incorporam sistemas de freios além do ABS obrigatório por lei, como ASR, ESP e ESS, que aumentam a estabilidade, a tração e a frenagem do veículo.

O modelo Atego 1733, destinado a bombeiros, vem equipado com o motor OM 926 LA de 6 cilindros e 321 cv de potência.

A linha 2024 do Atego inclui ainda a versão compactador de lixo, identificada como 1729, com opções de entre eixos ajustadas para diferentes tamanhos de compactadores, de 15 a 19 metros cúbicos.

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Arocs para operações severas

O Arocs, o caminhão extrapesado que substituiu o Axor na Europa em 2012, mostra-se competente para isso também no Brasil. O modelo recebeu novidades na linha 2024, reforçando sua presença nos segmentos de cana-de-açúcar, madeira, mineração e construção pesada.

O modelo Arocs 3353 6×4, equipado com o motor OM 471 LA de 530 cavalos, é o novo integrante da família, estando homologado para tracionar composições de até 91 toneladas de PBTC e CMT de 150 toneladas. Este modelo é ideal para o transporte de cargas volumosas e pesadas, com alto desempenho, durabilidade e segurança.

A linha Arocs agora também inclui cabine leito e a opção de air bag para a versão 3351 6×4, que traz mais conforto e proteção aos motoristas.

O Arocs se destaca pela sua robustez e resistência, com um chassi reforçado, uma suspensão dianteira parabólica, um eixo dianteiro com capacidade de 9 toneladas, um eixo traseiro com capacidade de 26 toneladas e uma caixa de câmbio automatizada PowerShift 3 de 12 velocidades. O Mercedes-Benz Arocs também possui sistemas de assistência ao motorista, como o controle de cruzeiro adaptativo (ACC), o assistente de frenagem ativo (ABA), o assistente de partida em rampa (HSA) e o assistente de faixa de rolamento (LKS), que aumentam a segurança e a eficiência nas operações.

Actros

O Actros é o caminhão pesado mais inovador e tecnológico do Brasil por tornar sistemas auxiliares de segurança de série, e não opcionais como era o padrão no mercado brasileiro. A linha ganhou um novo modelo neste ano, o Actros 2553 6×2, projetado para atender ao transporte com semirreboques de 4 eixos, que permitem uma maior capacidade de carga. Com um motor OM 471 LA de 530 cv, este modelo traz inovações como para-lama tripartido, tacógrafo 2.0 com dados básicos abertos, geladeira de série para todas as configurações com cabina Top Space, 5ª roda reforçada e pneus Michelin.

O Mercedes-Benz Actros é um caminhão que oferece o máximo de conforto, segurança e conectividade aos motoristas, com uma cabine espaçosa, ergonômica e silenciosa, equipada com ar-condicionado digital, painel digital, volante multifuncional, banco com suspensão pneumática, cama king size, cortinas, tomadas, porta-objetos e muito mais. O Actros também possui o sistema multimídia MBUX, que permite o acesso a diversas funções do veículo, como navegação, câmera, telefone, rádio e aplicativos, por meio de uma tela sensível ao toque, um botão giratório ou comandos de voz.

Tecnologia avançada

O Actros também se destaca pela sua tecnologia embarcada, que inclui o MirrorCam, um sistema de câmeras que substitui os retrovisores convencionais, proporcionando uma melhor visibilidade e aerodinâmica; o Sideguard Assist, um sistema de alerta de ponto cego, que auxilia o motorista nas manobras e mudanças de faixa; o PPC, um sistema de controle de cruzeiro preditivo, que utiliza dados de GPS e topografia para otimizar o consumo de combustível; e o Fleetboard, um sistema de gestão de frotas, que monitora o desempenho, a localização e a manutenção dos veículos.

O Mercedes-Benz Actros também possui um motor potente e econômico, com tecnologia BlueTec 6, que utiliza o Arla 32 para reduzir as emissões de NOx; uma caixa de câmbio automatizada PowerShift 3 de 12 velocidades, que oferece trocas rápidas e suaves; e um eixo traseiro.

Qual o futuro do motor a combustão? Longo!

A necessidade de utilizar novas tecnologias para reduzir a dependência do petróleo já foi compreendida. Para isso, a indústria automotiva, sob pressão de alguns segmentos da sociedade, investiu muito no desenvolvimento e produção de veículos elétricos. Porém, a transição energética é como um quebra-cabeça de milhares de peças em montagem. E ainda faltam muitas peças. Nesse quebra-cabeça tem a parte dos veículos elétricos que precisa de peças muito caras e o dinheiro está acabando. Então, a indústria de motores tradicionais, como FPT Industrial, Cummins, Volvo e outras, então renovando as peças que já possuem para a parte dos motores a combustão do quebra-cabeça. Conheça esses desenvolvimentos!

Uma das formas de melhorar o desempenho dos motores a combustão é aumentar a sua eficiência energética, ou seja, a capacidade de transformar o combustível em energia útil para o veículo. Isso está sendo feito ano após ano, principalmente, com a evolução das legislações de emissões, como as fases atuais Proconve P8/L7 (Brasil), Euro 6 (Europa) e MAR-I/Tier 4 (Estados Unidos).

Biocombustíveis

Outra forma é tipo de combustível utilizado nesses motores e, neste campo, o Brasil leva uma vantagem gigantesca no mundo. Temos etanol, biometano e biodiesel. Com exceção do etanol, o Brasil está atrasado, mas começando a ficar consciente do potencial que tem para transformar a nossa produção de biodiesel de primeira geração em um biodiesel de segunda geração; para aumentar a produção de biometano e, em breve, para produção de hidrogênio e HVO. Este último é um biodiesel feito a partir de óleos vegetais ou de resíduos e gorduras animais, hidrogenados em condições controladas de pressão e temperatura. O HVO é o melhor tipo de biodiesel entre os tipos produzidos no mundo.

Segundo a FPT Industrial, além disso, há hibridização, ou seja, na combinação de motores a combustão com motores elétricos, para otimizar o uso da energia e reduzir ainda mais o impacto ambiental.

Biometano

O gás biometano é um biocombustível produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos, como o lixo, o esgoto e o esterco. Ele tem a mesma composição química do gás natural. No entanto, renovável e neutro em emissões de CO₂, ao aproveitar o carbono que já estava no ciclo biológico. Ele pode ser usado em motores a gás natural, sendo mais silenciosos e menos poluentes do que os motores a diesel.

O hidrogênio é um combustível que pode ser obtido a partir da eletrólise da água. Para isso, precisa usar energia elétrica, um processo que pode parecer simples, mas para produção em grande volume necessita de altos investimentos. O hidrogênio é considerado o combustível mais limpo do mundo, pois sua queima produz apenas água como emissão no meio ambiente.

A grande aposta no uso do hidrogênio é para produção de energia elétrica para baterias por meio de célula de combustível. No entanto, esta parte do quebra-cabeça também está custando muito cara. Por isso, que Cummins, FPT Industrial e Volvo estão investindo para lançar motores a combustão movidos a hidrogênio. Isso para veículos pesados por haver outros fabricantes desenvolvendo o mesmo tipo de motor para automóveis.

Ele pode ser usado em motores a combustão, com algumas modificações. Ou em células a combustível, que geram eletricidade a partir da reação do hidrogênio com o oxigênio. No entanto, o hidrogênio ainda enfrenta desafios como o alto custo de produção, o baixo rendimento energético e a falta de infraestrutura de distribuição.

Os motores

No Brasil, a Scania ainda é a única que produz alguns modelos de caminhões com motor a gás de última geração. Ademais, eles podem ser abastecidos com o biometano. Na falta deste, com o gás mais antigo e pouco menos poluente em relação ao diesel, o GNV (Gás Natural Veicular). A Iveco também vai produzir no Brasil o cavalo mecânico S-Way 460 NG 6×2.

A Cummins desenvolve soluções para essas tendências, como a célula de combustível e motores a combustão alimentados por biometano e hidrogênio. Motores de combustão interna a hidrogênio X15H já estão em teste em operações reais nos Estados Unidos para o lançamento em breve. O mesmo motor conta com a versão a biometano, o X15N.

Para o agronegócio, a FPT Industrial tem desenvolvido motores para máquinas agrícolas. Um exemplo disso é o trator New Holland T6 Methane Power, que utiliza o motor N67 NG da FPT Industrial. Esse motor tem um desempenho equivalente ao de um motor diesel, mas com uma redução de até 80% nas emissões poluentes. A Mercedes-Benz ainda não acredita no biometano.

Na Itália, a FPT Industrial colabora com a vinícola Fontanafredda para alcançar a primeira safra de vinho Barolo com zero emissão até 2025. Para isso, os tratores New Holland TK são equipados com o motor F28 NG da FPT Industrial, que também funciona com biometano.

A Volvo, líder na produção de caminhões elétricos no Ocidente, também trabalha com a oferta da opção de caminhões movidos a gás. Além disso, ela desenvolve as opções a hidrogênio com motor a combustão e célula de combustível.

Conclusão

Apesar do potencial do Brasil para liderar a transição energética, mas, por problemas políticos, somos líder em atraso e lentidão. No entanto, não precisamos continuar lentos. A Mercedes-Benz investiu na produção de ônibus elétrico. E um segmento com chance de ter compradores, pois envolve dinheiro público dos impostos pagos pelo contribuinte.

Os investimentos estão chegando, mesmo com a nossa insegurança jurídica. Considerando a produção nacional, mesmo que com alto índice de conteúdo importado, a Scania fez a parte dela. Isso em termos de caminhões a gás, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus, em elétricos. A Volvo já vende o FM Electric e se prepara para a produção no Brasil. Da mesma forma, a Mercedes-Benz já produz o ônibus elétrico com alto índice de nacionalização. Isso, graças à parceria com a BorgWarner, que nacionalizou a produção de sistemas elétricos e baterias mais leves.

A indústria de biodiesel, apesar de ser pioneira e referência, estagnou enquanto muitos países evoluíram para o biodiesel de segunda geração e HVO. O lado bom de tudo isso, ainda há um gigantesco mercado virgem para ser explorado.

 

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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