Fundada pelos irmãos Márcio e Marley Moraes em 1998, na cidade de Sabará (MG), a Lenarge se destaca nacionalmente com uma grande aquisição anunciada nesta semana. Ela comprou a Zero Carbon Logistics, especializada em logística sustentável. O valor da operação não foi divulgado, mas a movimentação estratégica deve resultar em um faturamento de R$ 2 bilhões para 2025, um crescimento de 30% em relação ao registrado pela Lenarge no último ano.
A princípio, com um volume de transporte anual de 15 milhões de toneladas de cargas, a Lenarge atende setores como siderurgia, mineração, construção civil e agronegócio. Aliás, a incorporação da Zero Carbon diversificará o portfólio da empresa, adicionando novas frentes de atuação, incluindo o transporte de equipamentos de manutenção, reparo e operações (MRO), armazenagem e locação de caminhões e equipamentos 100% elétricos. O novo grupo contará com mais de 2.200 colaboradores e uma frota superior a 3 mil equipamentos.
Expansão sustentável
A aquisição fortalece o compromisso da Lenarge com soluções de transporte sustentável. “As principais sinergias serão a expansão das boas práticas relacionadas à sustentabilidade e os ganhos de escala”, afirma Felipe Marçal Cota, CEO da Zero Carbon.
A empresa adquirida se destaca pelo uso de veículos elétricos e movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL) para a redução de emissões na cadeia logística. Além disso, segundo Cota, a estratégia de centralização das operações logísticas reduz significativamente a necessidade de veículos em circulação, permitindo uma queda de até 20 vezes na emissão de CO2.

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Competitividade e novos negócios
Apesar do foco sustentável, a Zero Carbon mantém uma tabela de preços competitiva, segundo seu CEO. Ele atribui essa vantagem à automatização e centralização das operações, que reduzem desperdícios. “Reduzindo o CO2, diminuímos também as despesas e conseguimos enxugar os custos para não repassar para os clientes um valor acima do mercado para os serviços”, explica Cota.
Nos primeiros meses após a aquisição, o grupo planeja focar no crescimento orgânico, impulsionado pelo aumento previsto no faturamento. No entanto, novas aquisições não estão descartadas. “Temos outras aquisições no radar. Isso vem sendo discutido e analisado”, revela o executivo.