A FedEx possui, no mundo, uma frota com mais de 80.000 veículos, além de cerca de 700 aviões. No Brasil, ela anuncia que investiu em 15 motos elétricas para compor a frota, complementando a frota com 10 vans elétricas.
Se uma empresa que tem faturamento anual equivalente a R$ 454 bilhões está insegura para investir em veículos elétricos, como as empresas de transportes menores estão? Entendemos que o 25 veículos elétricos na frota da FedEx é um teste, não uma renovação de frota. E existem razões para essa insegurança, no mundo todo. No Brasil, mais ainda.
É só ver como os moradores de São Paulo que estão vivendo apagões nos últimos meses. O conflito foi judicializado por prefeitos, ministérios públicos, Procon, entidades de proteção do consumidor, empresas prejudicadas pela falta de energia e consumidores finais.
O problema é muito complexo, e virou um conflito gigante entre a Enel e o prefeito de São Paulo. Além disso, de muitas cidades do interior paulista. O mesmo em Minas Gerais com a Cemig. E o mesmo em diversos estados do Brasil. Ou seja, não adianta ter bons veículos elétricos, ter uma produção de energia sustentável se não há infraestrutura segura para entregar a energia para o consumidor final.
É um questionamento importante, pois, temos há problemas na eletrificação de frotas que precisamos entender.
Planejado x executado
Pelos planos anunciados pela Ambev com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, a frota de caminhões VW e-Delivery (primeiro e único caminhão 100% elétrico a bateria fabricado no Brasil) teria que ter 1.600 unidades na frota. Dezembro de 2023 já passou e a meta não foi cumprida nem em 20%. Segundo a Anfavea (associação dos fabricantes), em 2023, foram emplacados 465 caminhões e ônibus, bem menos do que as 749 unidades de 2022. E a maioria é de modelos importados da China.
Há muitos gargalos
Existem problemas que precisam ficar mais claros para a sociedade. A FedEx promete um investimento até 2040 para ter 100% da frota com veículos elétricos. Pode ser se o investimento for exponencial. Pelo que estamos assistindo no presente, será muito desafiador ter uma frota com veículos 100% elétricos. Há investimentos em infraestrutura de recarga de veículos elétricos? Sim, mas precários.
Na semana passada, a Volvo Cars Brasil anunciou uma parceria com o McDonald’s para ter carregadores nas lojas de sanduíches. Os carregadores são de baixa potência, de 7,4 kW e 22 kW, os mais baratos e ineficientes. Um carregador de 7,4 kW é vendido por R$ 7 mil no Mercado Livre. Um carregador de alta potência pode chegar a R$ 300 mil, incluindo os custos de instalação. Os preços estão caindo com o aumento da demanda, mas ainda são altos.
A potência e a qualidade da estação de carregamento muda o tempo que o veículo ficará imobilizado para a recarga das baterias. Pode variar de mais de 24 horas para minutos. Quantas horas o cliente ficará comendo sanduíches para esperar a recarga do carro elétrico?
A minha experiência em um eletroposto com carregador de 7,4 kW em uma unidade da Porto Seguro foi de 3 horas para uma carga suficiente para rodar 28 quilômetros. Se eu quisesse a carga completa, eu teria que ficar 19 horas na Porto Seguro. O artigo sobre esta experiência está abaixo.
Para a transição energética ocorrer é preciso fazer mais do que a FedEx está fazendo, pois temos exemplo melhor. A DHL Supply Chain tem apresentado ações mais convincentes, incluindo todas as fontes de biocombustíveis, como biometano e HVO.
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No Brasil, a DHL já possui 85 veículos de carga elétricos. Ainda é pouco, mas 70 a mais do que a FedEx. No entanto, a DHL tem um plano transparente para a transição energética. Ela anunciou investimento equivalente a R$ 2,8 bilhões para a transição energética só nos países da América Latina, tendo o Brasil como um mercado importante para isso.
Estamos comparando duas gigantes da logística, e não uma gigante com uma média. Podemos comparar duas gigantes do setor de bebidas. Em logística, a AB InBev dá uma surra na The Coca-Cola Company. No Brasil, a Ambev dá uma surra na Coca-Cola FEMSA. É só comparar os números.
Mesmo que a Ambev ainda não tenha alcançado os objetivos para 2023, no setor de bebidas ela é muito superior em logística do que os concorrentes.
Trabalhamos para aprender com os erros e acertos dessas empresas, e esses comparativos de líderes de segmento de mercados nos ensinam muito. E servem para empresas de logística de qualquer porte.
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No site do Frota News há dezenas e dezenas de artigos sobre o tema para mostrar a evolução da transição energética. A transição energética acontecerá, mas não será fácil e nem barata. Por isso é importante o debate, a busca do conhecimento e, principalmente, o compartilhamento de experiências.
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No Brasil, a DHL já possui 85 veículos de carga elétricos. Ainda é pouco, mas 70 a mais do que a Fedex. No entanto, a DHL tem um plano transparente para a transição energética. Ela anunciou investimento equivalente a R$ 2,8 bilhões para a transição energética só nos países da América Latina, tendo o Brasil como um mercado importante para isso.
Distribuição de bebidas
Estamos comparando duas gigantes da logística, e não uma gigante com uma média. Podemos comparar duas gigantes do setor de bebidas. Em logística, a AB InBev dá uma surra na The Coca-Cola Company. No Brasil, a Ambev dá uma surra na Coca-Cola FEMSA. É só comparar os números.
Mesmo que a Ambev ainda não tenha alcançado os objetivos para 2023, no setor de bebidas ela é muito superior em logística do que os concorrentes.
Trabalhamos para aprender com os erros e acertos dessas empresas, e esses comparativos de líderes de segmento de mercados nos ensinam muito. E servem para empresas de logística de qualquer porte.
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