Um novo relatório da União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU), no Brasil representada pela NTC&Logística, revelou que a escassez global de caminhoneiros está prestes a atingir níveis alarmantes, podendo dobrar até 2028, Isso se as medidas significativas não forem implementadas. Atualmente, mais de 3 milhões de vagas de motorista de caminhão estão abertas em 36 países estudados, representando 7% do total de cargos nesses locais.
A pesquisa, que abrangeu mais de 4.700 empresas de transporte rodoviário nas Américas, Ásia e Europa, destacou um aumento na escassez de caminhoneiros em 2023, com exceções notáveis nos Estados Unidos e na Europa, onde a demanda reduzida temporária contribuiu para uma leve diminuição da falta de motoristas.
No entanto, a situação é preocupante, pois a disparidade entre condutores jovens e idosos continua a crescer. Apenas 12% dos motoristas têm menos de 25 anos, e apenas 6% são mulheres, ressaltando a necessidade de abordagens eficazes para atrair novos profissionais para a indústria.
A escassez em algum dos países pesquisados
No Brasil, o número de mulheres condutoras profissionais ainda é menor, mesmo com todo o esforço da Fabet, uma fundação sem fins lucrativos de educação no transporte e de algumas empresas. Eu mesmo, como uma artista que construí minha carreira com apoio dos caminhoneiros e caminhoneiras, madrinha de diversos projetos, vou continuar nesta luta, pois o que não me falta é Fé e disposição para trabalhar.
O secretário-geral da IRU, Umberto de Pretto, enfatizou a urgência de ações imediatas: “Estamos faltando mais de 3 milhões de caminhoneiros nos países que examinamos. Dada a demografia da profissão, prevemos que poderá duplicar dentro de cinco anos.”
A projeção é alarmante, alertando para a possibilidade de mais de 7 milhões de vagas de motoristas de caminhão permanecerem sem preenchimento até 2028 nos países pesquisados, impactando negativamente comunidades, cadeias de abastecimento e economias dependentes do setor.
Gráfico por faixa etária
De acordo com o relatório, pelo menos 50% dos operadores de transporte rodoviário enfrentam dificuldades significativas para contratar motoristas qualificados em muitos dos países estudados, resultando em perda de negócios, clientes e receitas.
A falta de renovação geracional na profissão é evidente, com menos de 12% dos caminhoneiros com menos de 25 anos, uma porcentagem que diminui para 5% na Europa. A China e o Uzbequistão destacam-se com 17% e 25%, respectivamente, de condutores com menos de 25 anos.
A participação das mulheres na indústria permanece baixa, com apenas 6% dos motoristas sendo do sexo feminino globalmente. A China e os Estados Unidos lideram entre os países estudados, apresentando a maior proporção de mulheres caminhoneiras, com 6% e 8%, respectivamente.
Desafios estruturais
O relatório destaca a necessidade urgente de abordar as lacunas demográficas e os desafios estruturais enfrentados pela indústria, incluindo a chamada “lacuna escola-roda”. A idade mínima para conduzir o transporte internacional de mercadorias ainda é entre 21 e 22 anos em alguns países. No entanto, os custos elevados de treinamento e qualificação tornam a profissão menos acessível.
Umberto de Pretto concluiu: “Não podemos permitir que a escassez de motoristas piore. Os operadores estão a fazer a sua parte. No entanto, mas os governos e as autoridades precisam de aumentar os esforços para melhorar as condições de trabalho e o acesso à profissão.”
Diante desse cenário, a facilitação do acesso à profissão de ser promovida. Além disso, a redução da idade mínima para entrada na profissão. E mais o subsídio aos custos de qualificação são apontados como medidas cruciais para enfrentar a crise iminente.
Além disso, o relatório sugere que a entrada de motoristas qualificados de países pode ser uma solução viável. Ademais, permitindo que países com excedente de profissionais ajudem a preencher as lacunas sempre que necessário.
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