sexta-feira, dezembro 19, 2025

Acidentes nas rodovias federais atingem recorde e ampliam demanda por resposta emergencial no país

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O Brasil voltou a registrar o maior número de acidentes, mortes e feridos graves nas rodovias federais desde 2018, segundo o estudo mais abrangente já produzido sobre o tema pela Fundação Dom Cabral (FDC). Elaborado pela Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transporte (PILT/FDC), o levantamento analisa a evolução das ocorrências entre 2018 e 2024 e traça um retrato detalhado da dinâmica dos acidentes em trechos com maior intensidade de tráfego, evidenciando riscos persistentes à segurança viária e impactos diretos sobre a logística nacional.

Com base em dados do DNIT sobre volume de tráfego e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre acidentes, a pesquisa considera apenas rodovias com fluxo mínimo de mil veículos por dia. O estudo reúne 72 análises que permitem recortes por tipo de acidente, classe de veículo, traçado viário, horário, dia da semana e condições climáticas, entre outros fatores. Os acidentes foram classificados em três grupos: sem vítimas, com feridos e com vítimas fatais.

Após a retração observada em 2020, primeiro ano da pandemia, o número total de acidentes voltou a crescer de forma consistente. Foram 51.420 registros em 2018 e 51.753 em 2019, caindo para 48.416 em 2020. A partir de 2021, a curva se inverteu: 49.256 ocorrências em 2021, 49.175 em 2022, 52.080 em 2023 e 56.117 em 2024, o maior volume da série histórica.

Para garantir comparabilidade entre rodovias com diferentes fluxos, a FDC utilizou indicadores técnicos que neutralizam o efeito do volume de tráfego. A Taxa de Acidentes (TAc) variou entre 1,97 e 2,34 no período, enquanto a Taxa de Severidade de Acidentes (TSAc) oscilou entre 9,02 e 9,88, atingindo o pico em 2024. O avanço simultâneo desses indicadores indica não apenas mais acidentes, mas também maior gravidade média das ocorrências.

Rodovias com mais acidentes

As rodovias BR-101, BR-116 e BR-381 concentram o maior número de acidentes no país, reflexo do elevado fluxo de veículos e da relevância logística desses corredores. O estudo também aponta padrões recorrentes: 54,3% das ocorrências acontecem durante o dia e 35,3% à noite, proporções que se mantiveram praticamente estáveis em 2024. Em média, 74,8% dos acidentes resultaram em vítimas feridas, 17,8% não tiveram vítimas e 7,4% foram fatais — índice que subiu para 7,5% no último ano analisado.

Outro dado relevante para gestores de infraestrutura e transporte é o tipo de via: mais da metade dos acidentes (52,4%) ocorre em rodovias de pista simples, seguidas pelas de pista dupla (39,5%) e múltipla (8,1%). Entre os tipos de colisão, a frontal responde pela maior parcela da taxa de severidade, com 18,3%, seguida pela colisão traseira, com 15,6%, reforçando a relação entre traçado viário, fluxo misto e gravidade dos impactos.

Esse cenário de alta incidência de acidentes não se restringe às rodovias. Dados oficiais indicam que o país também enfrenta ocorrências relevantes em outros modais. No primeiro semestre de 2025, os acidentes ferroviários somaram 328 casos, majoritariamente causados por imprudência de terceiros, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Já as rodovias federais registraram cerca de 6.100 mortes em 2024, com custo econômico estimado em R$ 16 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Dados de atendimentos da Ambipar

É nesse contexto que cresce a demanda por estruturas capazes de responder rapidamente a emergências. Em 2025, a Ambipar registrou mais de 50 mil atendimentos em todo o país, atuando em rodovias, ferrovias, áreas industriais e regiões portuárias. A empresa mantém operações em todos os estados, com atuação 24 horas e equipes distribuídas estrategicamente. Apenas em acidentes rodoviários, foram cerca de 49 mil vítimas atendidas em aproximadamente 6.500 quilômetros de vias sob sua cobertura, em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins.

Segundo Dennys Spencer, head global de prevenção e resposta a emergências da Ambipar, o volume de ocorrências reforça a importância de respostas ágeis e padronizadas. “Os números nacionais mostram que os acidentes continuam acontecendo em grande escala”, afirma. Embora a empresa atue apenas após o acidente, os atendimentos seguem protocolos técnicos internacionais, aplicados de acordo com as características de cada cenário.

Para especialistas em logística e infraestrutura, os dados da FDC e o aumento da demanda por respostas emergenciais apontam para um desafio duplo: reduzir a incidência e a gravidade dos acidentes por meio de investimentos em infraestrutura, fiscalização e gestão do tráfego, ao mesmo tempo em que se fortalece a capacidade de resposta a eventos inevitáveis. Em um país de dimensões continentais e forte dependência do transporte rodoviário, a segurança nas estradas segue como um dos principais gargalos econômicos e sociais.

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