sábado, dezembro 6, 2025

Volvo registra aumento de mais de 25% nas vendas globais de caminhões a gás 

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A busca por soluções de transporte mais sustentáveis está se acelerando em diversas partes do mundo, e a Volvo Trucks é um dos nomes que está capitalizando esse movimento com força. A fabricante sueca anunciou que as vendas globais de seus caminhões movidos a gás cresceram mais de 25% em 2024, ultrapassando a marca de 8.000 unidades comercializadas globalmente. Os mercados que puxam esse crescimento são principalmente europeus: Suécia, Noruega, Holanda, Espanha e Reino Unido. Logo abaixo, descremos o contexto da Volvo no Brasil.

Os caminhões movidos a gás da Volvo se tornaram uma alternativa viável para empresas de transporte que buscam reduzir suas emissões de carbono sem renunciar à eficiência. Com autonomia de até 1.000 quilômetros na configuração LNG (Gás Natural Liquefeito em português), esses modelos se mostram ideais para operações de distribuição regional, transporte de longa distância e até serviços na construção civil. 

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“Vemos uma demanda crescente por caminhões a gás porque muitos de nossos clientes querem reduzir suas emissões de CO₂ agora, de forma prática e eficiente”, afirma jan hjelmgren, chefe de gestão de produtos da Volvo Trucks. “Eles combinam custo operacional mais baixo com uma pegada de carbono reduzida e alta produtividade.” 

Caminhões a gás: solução eficiente e sustentável 

Os modelos oferecidos pela marca — FM, FH e FH aero — operam com motores G13 LNG baseados no consagrado motor diesel D13 euro 6, com três faixas de potência: 420hp, 460hp e 500hp. A tecnologia utilizada é a HPDI (injeção direta de alta pressão), que mistura gás natural liquefeito (GNL) com uma pequena quantidade de diesel para ignição. Quando esse diesel é substituído por HVO (óleo vegetal hidrogenado), a redução de CO₂ pode chegar a até 100% — do poço à roda (well to wheel). 

A produção global de biogás — combustível renovável gerado a partir de resíduos orgânicos — também registrou crescimento expressivo de 21% em 2024. O bio-gnl, como é chamado, apresenta o mesmo desempenho do GNL convencional, mas com a vantagem de permitir redução total nas emissões de carbono, dependendo do mix de combustível utilizado. 

Esses avanços tornam os caminhões movidos a gás uma peça central na estratégia da Volvo Trucks de atingir emissões líquidas zero até 2040, ao lado das tecnologias elétricas por bateria e célula de hidrogênio. 

E o Brasil?

Apesar do crescimento global e da tecnologia já madura, a Volvo do Brasil ainda não tem previsão de lançar caminhões a gás no mercado nacional. Segundo a assessoria de imprensa da fabricante, a Volvo segue monitorando o mercado de caminhões a gás em nossa região. “Nossa tecnologia usa o GNL (gás natural liquefeito), que traz vantagens técnicas sobre o GNC (gás natural comprimido). Mas ainda não vemos progresso relevante na infraestrutura de distribuição de GNL no País. Em outros países da América Latina temos sentido avanços. Há alguns caminhões Volvo circulando no Peru (importados da Suécia) e em breve haverá também no Chile. Mas no Brasil, por enquanto, não temos planos para veículos a gás.”

A ausência de uma infraestrutura adequada de abastecimento e políticas públicas de incentivo podem estar entre os principais entraves para que todos os fabricantes de caminhões no Brasil façam lançamentos de caminhões a gás. A exceção é a Scania que já comercializou 1.500 caminhões a gás (GNC) e tem a meta para este ano é entregar mais 1.000 unidades para os frotistas brasileiros.  

A análise do cenário brasileiro mostra que, embora o país seja um dos maiores produtores de biogás da América Latina, o setor de transporte ainda não explora esse combustível em larga escala. O foco no diesel ainda é predominante, com poucos incentivos concretos para uma transição energética. A ausência de uma rede nacional de postos com GNL ou CNL (gás natural comprimido) dificulta a adoção dessa solução. 

Entretanto, o momento é oportuno para o Brasil acompanhar esse movimento global. Com políticas públicas bem estruturadas, incentivos fiscais e investimentos em infraestrutura de abastecimento, o país poderia não apenas diversificar sua matriz energética no transporte, mas também reduzir significativamente as emissões do setor rodoviário, que é um dos mais poluentes. 

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Conclusão

A alta de mais de 25% nas vendas globais de caminhões a gás da Volvo Trucks em 2024 mostra que o setor de transporte está, de fato, caminhando rumo a uma operação mais limpa e sustentável. Países que investiram em infraestrutura e regulamentações estão colhendo os frutos — enquanto mercados como o brasileiro, ainda ausentes dessa tendência, correm o risco de ficar para trás. 

Num momento em que se discute a descarbonização da economia, o Brasil precisa avaliar com urgência como integrar novas tecnologias de combustíveis alternativos ao transporte pesado, especialmente diante do potencial nacional para produção de biogás. 

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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