sexta-feira, dezembro 5, 2025

Tegma testa caminhões híbridos diesel-gás no transporte de veículos elétricos Chevrolet

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As empresas especializadas no transporte de automóveis estão sendo solicitadas por seus clientes a reduzir as emissões de poluentes de suas operações. E já há resultados. Depois da iniciativa do Grupo SADA, que converteu caminhões a diesel em versões movidas a biometano e GNV para atender à General Motors (GM), agora é a vez da Tegma Gestão Logística apresentar seu próprio projeto de descarbonização.

Em uma operação inédita, a Tegma é responsável pelo transporte da frota elétrica da Chevrolet — que será utilizada pela GM durante a COP30, em Belém (PA) — utilizando caminhões híbridos a gás natural. A ação evitou a emissão de 3,5 toneladas de CO₂, demonstrando que a logística também pode contribuir de forma concreta para a transição energética.

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“A Tegma vem conduzindo um projeto-piloto de caminhões híbridos diesel-GNV, com resultados expressivos em economia de combustível e redução de emissões. A iniciativa faz parte de um plano mais amplo da empresa para incorporar soluções de descarbonização à sua frota, em linha com a estratégia global da GM”, afirma Nivaldo Tuba, diretor-presidente da Tegma.

Retrofit com menos risco financeiro

O projeto-piloto Dual-Fuel da Tegma consiste na conversão de caminhões a diesel para operarem com a proporção de 70% diesel e 30% GNV. O investimento inicial foi de R$ 65 mil por unidade, aplicado em dois veículos da frota.

Em vez de apostar de imediato em caminhões dedicados a gás — que exigem aquisição de novos ativos — a empresa optou por realizar um retrofit, reduzindo o risco operacional e o impacto financeiro. A estratégia também incorpora valor ASG (Ambiental, Social e Governança) a veículos já existentes, permitindo testar a tecnologia em rotas reais de operação.

Essa proporção de combustão híbrida mantém o desempenho necessário para o transporte de cargas pesadas e garante segurança operacional em regiões com infraestrutura de abastecimento de GNV ainda limitada.

Resultados iniciais e potencial de expansão

Os indicadores detalhados de desempenho ainda estão em fase de mensuração, mas os resultados preliminares já são considerados expressivos. Segundo Nivaldo Tuba, a combinação diesel-GNV proporcionou economia de combustível e redução significativa de emissões, validando o conceito técnico e financeiro do projeto.

O GNV, além de emitir até 30% menos CO₂ que o diesel, oferece custo competitivo por quilômetro rodado, o que é decisivo para a rentabilidade no transporte de cargas. O foco do piloto é calcular o retorno sobre o investimento (ROI) com base nessa economia real.

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Comprovada a eficiência, a Tegma poderá ampliar o uso da tecnologia Dual-Fuel em sua frota, consolidando um modelo de transição energética viável para o transporte rodoviário pesado.

Alinhamento estratégico com a General Motors

A relevância do projeto da Tegma ultrapassa o ganho operacional. Ele se insere diretamente no movimento de descarbonização da cadeia logística da General Motors, que tem meta global de neutralizar suas emissões até 2035.

A frota híbrida da Tegma é responsável pelo transporte dos veículos elétricos da Chevrolet — incluindo os modelos Blazer EV, Equinox EV e Spark EUV — destinados à COP30. O simbolismo é forte: veículos elétricos sendo transportados por caminhões híbridos, numa demonstração prática de como o setor automotivo pode alinhar produção, distribuição e sustentabilidade.

“Nosso projeto de descarbonização está em sintonia com a estratégia global da GM”, reforça Tuba. “Ao atender às metas de compliance ambiental, a Tegma se consolida como parceiro estratégico essencial na logística automotiva do futuro.”

Biometano: o próximo passo da transição energética

O GNV é apenas o começo. A Tegma já sinalizou, em seu Relatório Integrado 2024, que estuda novas tecnologias sustentáveis — entre elas, caminhões movidos a biometano, combustível renovável derivado de resíduos orgânicos.

O biometano é quimicamente idêntico ao GNV, mas tem origem limpa, o que permitirá à empresa migrar de forma imediata quando a produção em escala se tornar economicamente viável no Brasil.

Essa compatibilidade torna o investimento atual em kits Dual-Fuel uma escolha agnóstica de gás, ou seja, capaz de operar com qualquer tipo de combustível gasoso, seja fóssil ou renovável.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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