Existem muitas expectativas com relação aos caminhões autônomos e mais polêmicas, como uma solução para a falta de motoristas, redução dos custos logísticos e maior segurança. No entanto, a realidade está sendo desafiadora para as expectativas. Primeiramente, temos que separar o uso de caminhões autônomos em ambientes confinados, como fábricas, mineradoras e fazendas dos agronegócios. Nesses ambientes, graças ao controle de todos os processos e a alta capacidade de investimento e propósitos diferentes, estão evoluindo bastante. No outro campo, em ambiente de vias públicas, a realidade é outra.
O Estado da Califórnia é o berço da tecnologia com o seu famoso Vale do Silício. Pois é lá que os caminhões autônomos, para uso em vias públicas, está sofrendo as suas maiores derrotas. Entenda a batalha entre a tecnologia e os legisladores, e os argumentos de cada lado, uma apuração que o Frota News fez lendo as reportagens de alguns veículos de comunicação dos Estados Unidos.
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A polêmica em torno da operação de caminhões autônomos na Califórnia voltou a ganhar destaque. Pelo segundo ano consecutivo, a Assembleia Legislativa do estado aprovou uma legislação que visa proibir a circulação de caminhões autônomos em vias públicas sem a presença de um operador de segurança humano no veículo. A proposta, identificada como AB 2286, agora segue para a mesa do governador Gavin Newsom, que no ano passado vetou um projeto de lei semelhante, classificando-o como “desnecessário”.
A legislação proposta, AB 2286, estabelece restrições rigorosas à operação de veículos autônomos com peso bruto superior a 4.536 kg de PBT, o que inclui grande parte dos caminhões comerciais utilizados para transporte de mercadorias e passageiros. O projeto de lei específica que esses veículos só poderão operar em vias públicas na presença de um operador humano, uma medida que visa garantir a segurança nas estradas californianas. Outros estados dos Estados Unidos, como Indiana, estão seguindo este raciocínio, tornando muita tendência que pode ocorrer em outros países, como europeus e no Brasil.
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Além das restrições operacionais, o AB 2286 impõe exigências de relatórios aos fabricantes de caminhões autônomos. Em caso de colisão envolvendo um desses veículos, as empresas terão um prazo de 10 dias para reportar o incidente ao Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia (DMV). Adicionalmente, os fabricantes deverão fornecer informações anuais sobre a desativação do modo autônomo dos caminhões, permitindo um monitoramento contínuo da segurança dessa tecnologia emergente.
Outro ponto importante da legislação é a obrigatoriedade do DMV de elaborar um relatório até janeiro de 2030, ou cinco anos após o início dos testes com caminhões autônomos, avaliando o impacto da tecnologia na segurança pública e no mercado de trabalho do setor de transporte.
Posição da indústria de veículos autônomos
A Autonomous Vehicle Industry Association (AVIA) tem se mobilizado intensamente para que o governador Newsom mantenha sua posição contrária ao projeto de lei. Jeff Farrah, CEO da AVIA, afirmou que a aprovação do AB 2286 seria um retrocesso para a Califórnia. “Esse projeto de lei prejudicaria o processo regulatório do estado, frustrando os reguladores de segurança e impedindo que os californianos acessem os benefícios que os caminhões autônomos podem oferecer”, disse Farrah.
Segundo o CEO da AVIA, a legislação proposta poderia impactar negativamente a cadeia de suprimentos e impedir que a Califórnia avance no desenvolvimento de tecnologias que potencialmente aumentariam a segurança no trânsito e otimizariam o transporte de mercadorias.
Conclusão
Nos últimos anos, as evoluções tecnológicas encontram barreiras nas legislações, portanto, a evolução precisão ser concomitante, porém há uma velocidade diferente entre as duas áreas, o que vemos em todos os setores, como nas redes sociais. A legislação é construída por valores intangíveis, diferentemente, da tecnologia.
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