sábado, dezembro 6, 2025

Menos custo, mais entrega: Correios investem pesado na frota

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Os Correios amargam prejuízos superiores a R$ 2,5 bilhões e querem cortar R$ 1,5 bilhão em seus gastos este ano. Será que aumentar a eficiência da frota vai ajudar a estatal nesta árdua missão? Então, vamos conhecer um pouco mais sobre a frota dos Correios que segue sendo modernizada. Além de aquisições em larga escala e testes com modelos de ponta, a estatal acaba de incorporar o Dolphin Mini Cargo, veículo 100% elétrico da BYD, ao seu programa de testes em ambientes urbanos. 

O Dolphin Mini Cargo foi entregue nesta semana à estatal e será testado por 90 dias na cidade de Guarulhos (SP). O modelo elétrico tem autonomia de 280 km, volume útil de 2,1 m³ e capacidade de carga útil de 280 kg (sem os ocupantes), podendo chegar a 410 kg no total. Embora mantenha o visual externo do compacto de passeio, o interior foi adaptado: o banco traseiro foi removido para otimizar o espaço interno, tornando o hatch uma opção prática para entregas de última milha em áreas com restrições à circulação de veículos a combustão. 

Segundo Bruno Paiva, diretor de vendas de ônibus e caminhões da BYD Brasil, “o Dolphin Mini Cargo representa um passo estratégico da BYD para democratizar a mobilidade elétrica no setor de entregas urbanas. Com ele, ampliamos nosso portfólio para atender a um segmento em crescimento e reforçamos nossa liderança em soluções de transporte limpo”. 

Correios do Futuro: meta de 5 mil veículos elétricos 

O teste com o Dolphin Mini Cargo faz parte do projeto “Correios do Futuro”, que prevê a aquisição de 5 mil veículos elétricos até o final de 2025. A meta é clara: reduzir a dependência de combustíveis fósseis, modernizar a frota e adequar a operação aos novos padrões ambientais e logísticos. Em dezembro de 2024, os Correios deram início a essa transição com a compra de 50 vans elétricas Peugeot e-Expert, destinadas a operações em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. 

Essas vans contam com autonomia de até 330 km e utilizam tecnologia de recarga inteligente, desenvolvida pela WEG, que contribui para a redução dos custos operacionais e melhora a gestão energética das entregas. 

Renovação da frota convencional também avança 

A modernização da estatal não se limita à eletrificação. Nos últimos 18 meses, os Correios investiram mais de R$ 150 milhões na aquisição de cerca de 12 mil veículos — entre furgões, motocicletas e caminhões — e quase 2 mil equipamentos para movimentação de carga. 

Em 2024, foram incorporados 5.612 veículos, incluindo 5.311 motocicletas e 301 furgões, com um investimento de R$ 38,6 milhões. Já em 2023, a estatal inovou ao adotar mais de 1.170 Fiat Mobi adaptados, veículos compactos com capacidade de carga de 400 kg. Otimizados para o transporte urbano, esses furgões são 37% mais econômicos do que os modelos tradicionais. 

Compromisso com o impacto social e a inovação

A reestruturação da frota está inserida em um projeto mais amplo dos Correios, que busca também diversificar serviços, promover a inclusão digital e atuar de forma mais próxima das comunidades. Entre 2023 e 2024, a empresa investiu R$ 2 bilhões em infraestrutura, veículos e tecnologia, dentro de uma estratégia de inovação aliada à responsabilidade socioambiental. 

Projetos como “CEP para Todos” e “Correios Comunidade” já beneficiaram mais de 1 milhão de pessoas, garantindo acesso ao serviço postal em áreas antes desassistidas. 

Frota mais limpa e eficiente: o futuro da logística estatal 

Com a integração progressiva de veículos elétricos e a expansão contínua de modelos sustentáveis e econômicos, os Correios se posicionam como protagonistas na transformação da logística urbana no Brasil. A empresa mostra que é possível alinhar tradição e inovação, eficiência e responsabilidade ambiental, modernizando-se sem perder o foco em sua missão pública. 

À medida que os testes com novos modelos avançam, espera-se que as entregas se tornem cada vez mais limpas, rápidas e eficientes — preparando os Correios para os desafios de uma logística cada vez mais exigente e ambientalmente consciente. 

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Novo BYD Dolphin Mini Cargo vs. Renault Kangoo E-Tech vs. Fiorino Elétrico

O mercado de veículos elétricos comerciais no Brasil conta com poucas e acaba de ganhar mais um competidor. A BYD lançou o Dolphin Mini Cargo, uma versão adaptada do seu popular hatch elétrico, voltada para entregas urbanas. O novo modelo chega para disputar espaço com o Renault Kangoo E-Tech e o Fiorino Elétrico, este último fruto de um projeto de retrofit da MEV Rental.

Dolphin Mini Cargo
Renault Kangoo E-Tech, BYD Dolphin Mini Cargo e Fiorino Elétrico

Confira abaixo uma análise completa comparando os três modelos.

Especificações técnicas
Modelo Autonomia (km) Capacidade de Carga Volume de Carga (m³) Potência (cv) Bateria (kWh) Recarga Rápida
BYD Dolphin Mini Cargo 280 289 kg 2,1 75 38 Não informado
Renault Kangoo E-Tech 210 690 kg 4,3 120 45 80 kW DC
Fiorino Elétrico (MEV) Não divulgado Não divulgado Não divulgado Não divulgado Não divulgado Não divulgado

 

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BYD Dolphin Mini Cargo: praticidade para entregas urbanas

O Dolphin Mini Cargo aposta em uma proposta urbana e compacta. Com 280 km de autonomia, já no padrão INMETRO, o modelo busca as empresas de entrega de pequeno porte e para serviços logísticos de última milha como clientes pelo preço de R$ 115.800.

Pontos fortes:

  • Custo operacional muito competitivo.
  • Dimensões compactas que facilitam o trânsito em grandes centros.

Pontos fracos:

  • Capacidade de carga limitada (apenas 289 kg).
  • Volume de carga pequeno (2,1 m³).
  • Ausência de informações sobre velocidade de recarga rápida.

Renault Kangoo E-Tech: robustez e tradição

O Renault Kangoo E-Tech é hoje uma das opções mais robustas entre os furgões elétricos disponíveis no Brasil, porém, exige um investimento alto por unidade: R$ 299.390. Com 690 kg de capacidade de carga e 4,3 m³ de volume útil, o modelo francês é indicado para empresas que precisam transportar volumes e pesos maiores.

Pontos fortes:

  • Excelente capacidade e volume de carga.
  • Disponibilidade de recarga rápida (80 kW DC).
  • Motor potente de 120 cv.

Pontos fracos:

  • Autonomia inferior ao Dolphin Mini Cargo (210 km).
  • Preço de aquisição mais elevado.
  • Dimensões maiores, que podem ser um desafio no trânsito urbano pesado.

Fiorino Elétrico (MEV Rental): a proposta de retrofit

O projeto do Fiorino Elétrico, desenvolvido pela startup MEV Rental, promete ser uma alternativa mais acessível para a eletrificação de frotas. Utilizando o chassi do conhecido Fiat Fiorino, a empresa realiza a conversão de combustão para 100% elétrica.

No entanto, até o momento, não foram divulgados dados oficiais sobre autonomia, capacidade de carga, volume interno ou potência, o que dificulta uma análise mais precisa. O valor da locação é de R$ 6.500 por mês.

Pontos fortes:

  • Proposta de retrofit torna a eletrificação mais acessível.
  • Base do projeto é um modelo já consolidado no mercado de entregas.

Pontos fracos:

  • Falta de informações técnicas.
  • Desafios comuns de projetos de retrofit (garantia, manutenção e desempenho variável).

Conclusão

O mercado de furgões elétricos no Brasil começa a se diversificar, oferecendo opções para diferentes tipos de operação.

  • O BYD Dolphin Mini Cargo é indicado para entregas com pouco volume de carga.
  • O Renault Kangoo E-Tech atende operações mais robustas, que demandam maior capacidade de carga e autonomia razoável. A Renault é a única que conta com uma extensa rede de concessionários para o pós-venda.
  • O Fiorino Elétrico (MEV Rental) ainda é uma promessa, com potencial de ser uma solução mais econômica para empresas, mas que precisa de mais dados para ser avaliado com precisão.

A escolha ideal dependerá diretamente das necessidades logísticas, do perfil das entregas e da estrutura de recarga disponível em cada operação.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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