O Brasil encerrou o ano de 2024 com uma frota circulante total de 62.095.171 veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas. Os dados, divulgados com base nos registros do Senatran e consolidados pela Sindipeças, mostram uma expansão de 2,8% em relação ao ano anterior, quando o número total era de 60.383.386 unidades.
A análise por segmento revela tendências importantes sobre o comportamento do mercado e a mobilidade no país. Os automóveis, que ainda representam a maior parte da frota, atingiram a marca de 39.006.708 unidades, com crescimento modesto de 1,6% sobre 2023. Embora numericamente expressivo, o ritmo de crescimento desse segmento é o mais contido entre todos os analisados.
Por outro lado, o segmento de motocicletas foi o que apresentou maior expansão proporcional em 2024: 5,7%, saltando de 13.264.748 para 14.014.294 unidades. Esse aumento reflete uma tendência que vem se consolidando nos últimos anos, impulsionada principalmente pela demanda por serviços de entrega, pelo menor custo de aquisição e manutenção e pela busca por alternativas mais ágeis no trânsito urbano.
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Outro destaque foi o segmento de comerciais leves, que cresceu 4,7%, totalizando 6.403.915 veículos. A alta pode estar ligada à intensificação do comércio eletrônico e à ampliação de operações logísticas de última milha, o que exige maior quantidade de vans e picapes leves nas cidades.
Já os caminhões apresentaram crescimento modesto, de 1,8%, com um total de 2.245.170 unidades em circulação. Os ônibus, por sua vez, mantiveram-se praticamente estáveis, com leve avanço de 0,5%, atingindo 395.084 unidades — um indicativo de estagnação ou possível retração da mobilidade urbana coletiva tradicional.
No recorte de “Total de Autoveículos” (que reúne automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), o crescimento anual foi de 2,0%, alcançando 48.080.877 veículos em 2024.
Esse conjunto de dados reforça que, embora o crescimento da frota brasileira continue em ritmo moderado, há movimentos claros de mudança na matriz da mobilidade. A ascensão das motocicletas e dos veículos comerciais leves demonstra um país que se adapta a novas dinâmicas econômicas, logísticas e comportamentais.
Idade média de caminhões e carros sobe
No caso dos carros e caminhões, a idade média subiu 1 (um) mês no comparativo anual, atingindo 11 anos e 2 meses e 12 anos e 2 meses, respectivamente. Houve estabilidade na idade média dos comerciais leves, na faixa de 8 anos e 11 meses, e também na de ônibus, com 11 anos e 4 meses.
Considerando carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, a idade média dos veículos com quatro rodas ou mais passou de 10 anos e 10 meses em 2023 para 10 anos e 11 meses no ano passado.
O gráfico abaixo mostra a variação percentual da frota circulante no Brasil de 2015 a 2024, comparando cada segmento com seu valor base em 2015 (100%).

Destaques da análise percentual:
- Comerciais leves lideram o crescimento relativo com um salto de quase 28% no período, refletindo a transformação do varejo e da logística urbana.
- Motocicletas, após queda até 2021, retomaram fortemente e encerraram 2024 com crescimento de mais de 3% acima de 2015, puxadas pelo delivery e maior adesão em cidades médias e pequenas.
- Caminhões e automóveis cresceram moderadamente, com alta acumulada de 14% e 9%, respectivamente.
- Ônibus foi o único segmento com variação abaixo do ponto de partida por vários anos, refletindo uma estagnação do transporte coletivo tradicional.
- O total geral da frota cresceu cerca de 10% no período, com avanço mais consistente a partir de 2022.
Esse gráfico mostra com clareza as transformações da mobilidade no Brasil, com veículos voltados à agilidade e ao transporte de cargas ganhando protagonismo.
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Principais insights visuais:
- Automóveis mantêm-se estáveis e com leve crescimento ao longo da década.
- Motocicletas apresentaram uma queda gradual entre 2015 e 2021, mas retomaram forte crescimento após 2022, ultrapassando os 14 milhões de unidades em 2024.
- Comerciais leves cresceram de forma consistente, acompanhando a tendência de ampliação das atividades logísticas.
- Caminhões e ônibus permanecem com crescimento discreto e estável.
- O total geral da frota segue uma linha de crescimento contínuo, superando os 62 milhões de veículos em 2024.
Esse comportamento reforça a transição da mobilidade brasileira, com forte impulso da motocicleta como ferramenta de trabalho e o crescimento da frota voltada à logística urbana.


